Live Commerce: tendência que repercute na China ganha espaço no Brasil

O live commerce foi responsável por 37,4% das vendas realizadas pelo comércio eletrônico na China em 2021, segundo a consultoria global eMarketer, arrecadando um total de US$ 131 bilhões. A estratégia de vendas, que começa a ganhar relevância no Brasil, consiste em realizar transmissões ao vivo a partir de lojas, com apresentadores e influenciadores, para engajar e interagir com o público e direcioná-lo para o e-commerce, alavancando vendas.

“Literalmente traduzido para comércio ao vivo, o live commerce é a oportunidade que uma empresa tem de promover seus serviços ou produtos em tempo real e oferecer vantagens e promoções exclusivas, que incentivem o cliente a comprar naquele momento, tudo isso a partir de estratégias de engajamento, já que o público interage com o apresentador, assiste a demonstrações de uso dos produtos e pode tirar dúvidas ao vivo, sem ter que esperar dias por um retorno, o que acaba também humanizando o relacionamento”, explica Eric Vieira, head de e-commerce do Grupo FCamara, consultoria de soluções tecnológicas e transformação digital.

Recursos facilitam e enriquecem a jornada de compra

Para alcançar os resultados pretendidos, o live commerce deve facilitar a jornada do consumidor e tornar sua experiência mais interessante. A interação com influenciadores ou vendedores profissionais que façam a figura de apresentadores se insere nisso, pois eles tornam o contato do público com a marca mais humanizado e dinâmico, o que ajuda a reter a audiência e otimiza as chances de conversão.

“Funciona como um vídeo review de produtos no Youtube, em que o influencer demonstra o seu uso e disponibiliza um link para a compra na descrição do vídeo. A diferença é que, no live commerce, o vídeo é transmitido do próprio site, app ou rede social do e-commerce, ao vivo e, no melhor cenário, com um checkout otimizado”, comenta Vieira.

Ao falar do checkout, o executivo se refere à efetivação da venda em si, o ato final, em que o cliente confirma a compra e efetua o pagamento. O ideal é que ele consiga fazer isso dentro do próprio live commerce. “Apesar de ainda não haver um padrão entre as empresas que estão iniciando esse formato de vendas no país, o ideal é que o cliente consiga iniciar e finalizar a compra em poucos passos e sem sair do vídeo”, recomenda.

Ele acrescenta que outro cuidado importante é a frequência de transmissão. “É importante ter uma frequência adequada com conteúdo novo diariamente se possível e também utilizar o live commerce de maneira estratégica, como no lançamento de um produto ou para uma promoção de queima de estoque, por exemplo”.

Varejo brasileiro experimenta formato, que deve crescer

No Brasil, algumas marcas já experimentaram o live commerce, como é o caso da Claro, C&A e Época Cosméticos, do grupo Magazine Luiza, além do Mercado Livre, que já possui um campo para lives em seu aplicativo. Outros varejistas também vêm realizando testes para adotar o formato, como a Americanas. “A expectativa para adoção do live commerce no Brasil é alta. Mesmo ainda não tendo viralizado, tem tudo para dar certo, já que somos um país com muitos jovens, em que a tecnologia e o varejo vivem em constante crescimento, inovação e notoriedade”, aposta o especialista.

Segundo Vieira, os novos hábitos de consumo dos brasileiros, estimulados pela pandemia, também favorecem essa realidade. Em 2021, o faturamento do e-commerce no Brasil cresceu 48,41% na comparação com 2020, segundo o índice MCC-ENET, e mesmo com o fim das restrições sanitárias ao varejo presencial, o gosto pelas compras online deve se manter. “Diante disso, acaba sendo natural que o mercado abra novas oportunidades e formatos de venda dentro do e-commerce, para tornar a experiência do consumidor cada vez mais dinâmica e única. O papel do varejo é fazer bom uso das novas possibilidades e planejar suas ações para que sejam aderentes aos interesses e necessidades do seu público”, finaliza.

Sobre o Grupo FCamara

O Grupo FCamara é um ecossistema de tecnologia e inovação que potencializa a transformação dos negócios ao prover desenvolvimento e soluções tecnológicas orientadas aos resultados dos clientes, com alta especialização e atuação nos principais players do mercado de varejo, saúde, seguros, banking, indústria de transformação entre outros. Após imersão no Vale do Silício, fundou sua própria Corporate Venture, que já lançou diversas startups com foco B2B. Saiba mais: www.fcamara.com.br/

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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