Loló pode provocar parada cardíaca 

Durante o carnaval é comum o aumento do uso de algumas drogas. O loló está entre as mais usadas no período. Ele é um solvente usado como inalante, com diversos efeitos colaterais, que vão depender da quantidade usada pelo usuário, e que vai desde um pequeno zumbido até fortes alucinações. O efeito também é rápido, dura cerca de um minuto, o que leva o usuário a repetir diversas vezes a inalação. O uso do loló é proibido pelos vários relatos de parada cardíaca. “O uso excessivo da droga pode levar à morte”, afirma o médico Tomás Mesquita, cardiologista do Hospital Jayme da Fonte.
 
A droga tem preparo clandestino que mistura benzina, clorofórmio, éter e essência perfumada. É importante lembrar que todas são substâncias cancerígenas. Por seu efeito muito rápido, o loló parece inofensivo, mas ele destrói células do cérebro e acelera a frequência cardíaca, podendo chegar a 180 batimentos por minuto (bpm). No Brasil, o loló foi proibido pelos muitos relatos de parada cardíaca durante seu uso. O cardiologista explica que para os jovens entre 15 e 20 anos de idade, a frequência cardíaca normal é de 60 bpm chegando ao máximo de 90 bpm. “Uma frequência de 180 bpm é um sinal de alerta e perigo de morte. Há situações em que é possível atingir este número sem que isso represente um risco para a saúde, por exemplo, quando você está malhando. Porém, a situação é completamente diferente quando o corpo não está em atividade de preparação e sofre uma alteração repentina desta freqüência, podendo levar a parada cardíaca”, afirma Dr. Tomás.

 
Normalmente a droga é colocada na própria roupa e inalada pela boca ou nariz. Logo após a inalação, é comum a sensação de formigamento nas mãos e no rosto e um barulho nos ouvidos, acompanhados de uma grande sensação de felicidade, vontade de rir e alucinações. Após o efeito da droga, o saldo são náuseas, depressão, dores de cabeça e mal estar. O loló tem seu efeito potencializado quando é consumido juntamente com bebidas alcoólicas. O que geralmente acontece, já que é comum o consumo da droga durante grandes festas de rua, como o carnaval. “Engana-se quem pensa que o resultado do uso do loló fica apenas no mal estar. A droga tem efeitos muito mais devastadores no organismo. A recomendação é evitar a droga em qualquer hipótese”, finaliza o médico.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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