A deputada federal e presidente estadual do PCdoB, Luciana Santos, ratificou a resolução do seu partido que pede a união dos partidos de esquerda já no primeiro turno em resposta à adesão do centrão à candidatura do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB). “Estamos a 70 dias das eleições e prevalece a dispersão do nosso campo de esquerda, que sempre defendeu a unidade e frente ampla para enfrentar projeto político antagônico, que reflete nossas convicções. As forças do Centrão estão unidas e a gente não”, disse Luciana Santos.
O documento, chancelado pela direção nacional da sigla, conclama PT, PDT, PSB e PSOL a se unirem “desde já” no momento em que os partidos lançam candidatos próprios e, ao mesmo tempo, são alvo de investidas dos mais bem posicionados nas pesquisas, Ciro Gomes (PDT) e o ex-presidente Lula (PT) – preso desde 7 de abril. “Vamos persistir porque há uma maior coesão das forças”, avisou Luciana.
Mesmo assim, a avaliação é de que será muito difícil formar uma aliança de esquerda diante das perspectivas, divergências e interesses de cada partido. O próprio PC do B, por exemplo, pode confirmar a candidatura da deputada estadual Manuela D’Ávila (RS) ao Planalto, além de negociar apoio com o PT, aliado considerado mais natural para a legenda, ou com o PDT de Ciro Gomes.
O PSB, por sua vez, está cada vez mais próximo de Ciro Gomes, apesar dos esforços do governador Paulo Câmara (PSB) para fechar um acordo com o PT nacional. O PSB também trabalha com a probabilidade de neutralidade deixando que cada estado decida seu destino político de acordo com os interesses regionais sem uma aliança nacional formalizada.
Pelo menos até a convenção nacional do PC do B, em 1º de agosto, o discurso de dirigentes será o de que a união das legendas de esquerda se torna ainda mais importante após o acordo firmado entre o Centrão e Alckmin. A aliança formada na semana passada deu cerca de 4 minutos e meio da propaganda para o tucano, além de fôlego político à sua campanha.
Luciana analisou as movimentações do palanque oposicionista e a possibilidade do deputado Bruno Araújo deixar o grupo em Pernambuco. “Bruno já disse que iria sair da base”, refletiu, lembrando que sua sigla permanece com os acordos junto a Paulo Câmara.
Da Folhape