Da Folhape
Há menos de 15 dias, o senador Humberto Costa teve longa conversa com o ex-presidente Lula em São Paulo. A troca de ideias foi reservada. Os dois foram à mesa no dia 22 de setembro, no mesmo hotel onde o Diretório Nacional do PT participou do lançamento da plataforma “Brasil Que O Povo Quer”, da Fundação Perseu Abramo. O encontro foi provocado pelo próprio Lula, interessado em argumentar que o pernambucano deveria continuar no Senado, assegurar esse espaço. Lula destaca que o PT precisará reforçar a bancada federal para, caso volte ao comando do Planalto, precisar menos de aliados. O ex-presidente aposta que, mesmo sem uma aliança com outros partidos em Pernambuco, é possível reeleger Humberto. Em outras palavras, o líder-mor petista argumenta que não dá para fazer essa discussão de chapa majoritária sem levar esse espaço em consideração. Ainda mais quando o PT pernambucano não elegeu um deputado federal, sequer, em 2014, o que confere à vaga do Senado ocupada por Humberto importância ainda maior para legenda. O detalhe é que Humberto, a despeito de ser o único representante da sigla de Pernambuco no Congresso Nacional não foi convidado para a reunião da executiva estadual, realizada no último dia 30 de julho, quando o partido decidiu que terá candidatura própria ao Governo do Estado em 2018. Ainda que Humberto não faça parte da executiva estadual, se o tema é tido como prioridade por Lula, a ausência de convite torna-se mais sensível.
Com ou sem aliança
Na análise de Lula, se Armando Monteiro seguir na aliança com PSDB e DEM, não há porque o PT não considerar conversar com o PSB, mas também não descarta a candidatura própria. Com ou sem aliança, o espaço do Senado deve estar no radar.
Não agora > Humberto Costa, por sua vez, reitera que, nesse momento, uma aliança não seria viável. Pondera não ser fácil fazer um movimento na direção do PSB. Mas admite que a conjuntura de hoje pode não ser a de amanhã.
Frequência > Humberto esteve no Palácio das Princesas, em reunião contra a privatização da Chesf. Mas descarta que a passagem seja gesto na direção do PSB, uma vez que não raro visita os socialistas por ocasião de outros debates.
Eleitoral > Assessor de Rodrigo Janot em matéria constitucional, Wellington Saraiva volta ao Recife para ser procurador eleitoral substituto. Procurador de carreira do MPF, vai atuar em recursos e pareceres no TRE-PE.
Jurisprudência > Diante da decisão do juiz José Alberto de Barros Freitas Filho, da 26ª Vara Cível da Capital, que determinou a suspensão do processo de dissolução do diretório estadual do PMDB, o advogado da sigla, Carlos Neves, destaca que havendo ilegalidades no processo, pela jurisprudência existente, a matéria deixa de ser “interna corporis”.
Impugnação > Um filiado do PMDB de Petrolina protocolou pedido de impugnação da filiação de Fernando Bezerra. Ele é advogado e foi secretário de Júlio Lóssio: Marcelo Cavalcanti.
Surdina > O ministro Fernando Filho recebeu a judicialização com “surpresa”. Recordou que Henry avisara que não iria judicializar. Para FBC, a decisão não se sustenta. Henry devolveu: “A opinião do senador não coincide com a da Justiça de PE”.