Diario de Pernambuco
Os Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) voltaram a cair em maio de 2018, em comparação ao mesmo período de 2017. Conforme as estatísticas da Secretaria de Defesa Social (SDS), o mês passado registrou 355 CVLIs, o que representa uma redução de 22,49% em relação a maio do ano passado, quando foram registrados 458 casos. Empatados, abril e maio deste ano tiveram a menor incidência desse tipo de crime em 22 meses, perdendo apenas para julho de 2016 (com 346 mortes).
Maio de 2018 foi ainda o sexto mês consecutivo – série descendente se iniciou em dezembro de 2017 – em que os homicídios apresentaram queda quando levamos em consideração o mesmo mês de 2017. No acumulado dos primeiros cinco meses de deste ano, a retração foi de 22,12% no comparativo com o mesmo período de 2017: passou de 2.496 para 1.944 CVLIs.
“Em cinco meses, podemos dizer que 552 vidas foram poupadas, quando olhamos para 2017. Medimos e analisamos a violência de forma estatística, como forma de balizar nosso planejamento operacional, mas a dimensão real desse ganho é incomensurável, pois estamos falando de pessoas que deixaram de ser vitimadas pelo crime, de famílias e amigos que não foram atingidos pela dor e as consequências de uma morte trágica e prematura de um ente querido”, avalia o secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua.
“Essas quedas sucessivas são resultado de muito trabalho das forças de segurança e investimentos significativos na segurança. Desde 2015, foram mais de 5,8 mil contratações para as polícias Civil, Militar, Científica e Corpo de Bombeiros. O orçamento para 2018 prevê R$ 5 bilhões para a área, um recorde em toda a série histórica do Pacto pela Vida. Isso vem possibilitando delegacias com equipes completas, criação de batalhões e companhias da PM, interiorização e descentralização das unidades do Corpo de Bombeiros e Polícia Científica (IML, IC e IITB). Entre janeiro e maio deste ano, foram presos 781 homicidas, colaborando decisivamente para as quedas dos índices e, principalmente, para a proteção da sociedade. É importante ressaltar que não comemoramos nada, e vamos manter essa dedicação para fortalecer a repressão e a prevenção da violência”, complementou o secretário.
QUEDA – Na análise da distribuição dos CVLIs, verificou-se retração em todas as regiões do Estado, no comparativo maio 2018/maio 2017: – 28% no Agreste (de 99 para 71), -24,54% no Sertão (57 para 43), -20% na Zona da Mata (115 contra 92) e -21,88% na Região Metropolitana do Recife (passou de 128 para 100). O Recife apresentou declínio de 16,95% (59 para 49).
Ao levar em consideração os cinco primeiros meses de 2018, em relação aos mesmo período de 2017, os homicídios continuam caindo em todo o território pernambucano: -26,35% no Agreste (foi de 554 para 408), -14,04% no Sertão (292 para 251), -20,25% na Zona da Mata e -19,97% na RMR. Nessa mesma metodologia, o Recife teve 29,11% menos CVLIs (371 para 263).
HOMICÍDIO ZERO – Dos 185 municípios pernambucanos, 95 não registraram Crimes Violentos Letais Intencionais e outros 70 apresentaram queda nessa modalidade criminosa. No dia 2 de maio, não houve nenhum homicídio em toda a Região Metropolitana do Recife. O CVLI zero também se verificou em sete datas do mês de maio (dias 2,3,9,10,13,17 e 31) nas 61 cidades do Sertão cobertas pela Diretoria Integrada do Interior 2. Entre esses municípios, estão Petrolina, Salgueiro, Arcoverde, Serra Talhada, Afogados da Ingazeira, Ouricuri e Araripina.
“Algumas regiões estão dando exemplo e temos a confiança de que esses resultados serão atestados em outros territórios, em breve. Os primeiros cinco meses da Área Integrada de Segurança 6 (Jaboatão dos Guararapes e Moreno) apresentaram a menor quantidade de homicídios desde o mesmo período de 2004, ano em que a SDS passou a fazer essa coleta de dados. A AIS 24 (Ouricuri, Araripina e Bodocó) teve, em 2018, o menor acumulado de assassinatos desde 2013, ano de melhores indicadores alcançados pelo Pacto pela Vida. Os 12 municípios da AIS 20 (sede em Afogados da Ingazeira) não tiveram nenhum CVLI em todo o mês de maio”, citou o secretário.
MOTIVAÇÃO E PERFIL DAS VÍTIMAS – Dos 355 CVLIs de maio, 73,8% (ou 262) foram motivados pelo tráfico de drogas/acerto de contas e outras atividades criminais. O segundo maior causador de mortes foram os conflitos na comunidade (16,06% ou 57 casos), seguido pelos conflitos afetivos ou familiares (exceto feminicídio), com 2,82% (ou 10 óbitos), e pelos latrocínios (2,54% ou 9 casos). No mês passado, houve 5 feminicídios (1,41% das motivações), contra 8 registrados em maio de 2017. Um levantamento elaborado pela Gerência de Análise Criminal e Estatística da SDS (Gace) mostrou que, das pessoas assassinadas no mês passado, 138 (ou 38,87% do total) já haviam sido submetidas ao sistema de justiça criminal.