O Projeto Suporte do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), no Rio de Janeiro, desde 2005 é responsável pela promoção de mutirões de cirurgias de média e alta complexidade em todo o país, evitando, com isso, que os pacientes precisem se deslocar de seu próprio estado. Com uma equipe médica e de enfermagem envolvida diretamente em cada ação, o projeto já soma 2.386 pacientes beneficiados em 15 estados, principalmente na Região Norte, que responde por 86% das cirurgias realizadas nos mutirões. A ação também promove jornadas científicas e intercâmbios de ortopedia com médicos locais.
“O Into é um centro irradiador de conhecimento técnico e de pesquisa, além de ser o maior centro cirúrgico do SUS na área de traumatologia e ortopedia do país. Nesse contexto, nossa missão é também multiplicar o conhecimento pelo Brasil”, ressalta o diretor geral do instituto, Christiano Cinelli. “Todas as cirurgias realizadas pela nossa equipe neste projeto contam com a presença de médicos locais e, assim, estamos formando ao longo dos anos mais e mais especialistas país afora”.
A equipe do Into fornece a estrutura de equipamentos e o conhecimento para cirurgias de média e alta complexidade. “Os estados onde estamos realizando as cirurgias dispõem da estrutura hospitalar necessária para intervenções desse tipo, o que nos permite aproveitá-la e oferecer um atendimento humanizado ao paciente, sem distanciá-lo de sua família até que se recupere por completo e volte para casa”, avalia o coordenador do Projeto Suporte, José Luiz Ramalho.
As ações do Projeto Suporte ocorrem em parceria com as secretarias estaduais e municipais de saúde, de acordo com a necessidade informada à Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade do Ministério da Saúde. As secretarias costumam disponibilizar a estrutura hospitalar, enquanto o Into fornece todo o material para as cirurgias (como insumos, implantes e próteses), além de contar com a própria equipe especializada do Instituto nos mutirões.
O tratamento e a recuperação dos pacientes são acompanhados por médicos da região. O estado, por sua vez, deixa de arcar com custos de passagens de pacientes e seus acompanhantes. Todos saem ganhando, em especial os pacientes, como o agricultor aposentado Aparecido Barbosa, de Vilhena (RO), que operou o joelho esquerdo em uma das etapas do projeto, em maio deste ano, no Hospital de Base de Porto Velho. Aos 86 anos de vida, conta que, pós-cirurgia, aposentou a muleta que usava há meio ano e já coleciona proezas:
“E eu, que não ia mais no mercado nem na igreja, já não andava a pé nem 500 metros, porque não conseguia, porque doía demais. Sabe o que agora eu faço? Ando de bicicleta quatro, cinco, até oito quilômetros num dia.”, diverte-se ele.