A inadimplência em Pernambuco, durante o mês de julho, voltou a crescer, segundo um recorte especial da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada pela Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), feito pela Fecomércio-PE e divulgado nesta quinta-feira (10). Ao todo, 436 mil pernambucanos possuem dívidas com cartão de crédito, financiamentos, carnês, crédito pessoal, entre outros; ao mesmo tempo em que 164 mil destes estão inadimplentes. Em junho, o número de pessoas com dívidas era 432 mil, enquanto que o de inadimplentes era 162 mil.
As dívidas mais frequentes entre as famílias pernambucanas de menor renda são o cartão de crédito (93,4%), seguido por carnês (28,7%) e o crédito pessoal (7,2%). “Enquanto a dívida sobrecarrega parte da renda mensal das famílias e restringe o consumo, principalmente de bens não duráveis como alimentação, na inadimplência há desembolso de juros, mora e multa. Quanto antes a dívida for quitada, melhor para o orçamento familiar, pois sobra mais renda disponível a ser destinada para consumo e/ou poupança. Por isso, é importante reduzir ao máximo o tempo de atraso das dívidas, garantindo uma melhor saúde financeira dos domicílios”, apontou a Fecomércio.
Segundo o recorte, o tempo médio de comprometimento com dívidas em Pernambuco é de 8 meses, enquanto o tempo médio de contas em atraso é de 61 dias no estado, ante 63 dias no Brasil. Além das dificuldades para os devedores, as empresas também podem ter dificuldades no fluxo de caixa, o que leva a uma desaceleração, já que o consumo e os investimentos são essenciais para o crescimento econômico.
“No mês de julho, em Pernambuco, três indicadores da PEIC apresentaram leve aumento: endividamento, inadimplência e a parcela da população que não terá condições de pagar suas dívidas. O programa “Desenrola” possibilitou a retomada do crédito aos consumidores, o que explica, em parte, o avanço no endividamento das famílias. No entanto, a inadimplência e as dificuldades de pagamento podem ser atribuídas ao saldo negativo de empregos no estado, conforme os dados do Caged do último mês”, avaliou o economista da Fecomércio-PE, Rafael Lima.