Há exatos quatro anos, no dia 25 de novembro de 2016, o argentino Diego Armando Maradona se despedia do ditador cubano Fidel Castro, morto aos 90 anos. Na ocasião, disse emocionado ao canal TyC que Fidel foi “como outro pai” para ele. Nesta quinta-feira, 25 de novembro de 2020, foi a vez de Maradona partir.
A coincidência de datas entre os dois óbitos logo virou assunto nas redes sociais. Maradona jamais escondeu a sua idolatria pelo ditador e a perpetuou em uma tatuagem na panturrilha da perna esquerda. Também carregava a imagem de Che Guevara no ombro direito. A relação entre o craque argentino e o símbolo da Revolução Cubana de 1959 nasceu depois de a Argentina conquistar a Copa do Mundo de 1986. Decisivo naquela conquista, o argentino foi à Cuba no dia 28 de julho de 1987 e se encontrou com Fidel.
Na ocasião, beberam e comeram ostras, enquanto falavam de futebol e política, além de trocarem receitas. Fidel se referia a Maradona como ‘El che do esporte’. A união fraternal, porém, surgiu nos anos 2000. Quando o argentino estava em um de seus piores momentos na luta contra o vício em drogas, o líder cubano o internou em uma clínica de tratamentos na ilha.
A importância da medicina cubana é relatada na autobiografia do eterno camisa 10, “Eu sou Diego”. “Isto de estar vivo”, escreveu, “tenho de agradecer ao Barbudo (Deus) e ao Barbudo (Fidel)”. Maradona, inclusive, chegou a morar no país.
Fidel permaneceu no poder por 49 anos, antes de renunciar em nome do irmão, Raúl Castro, em 19 de fevereiro de 2008.
“Foi como outro pai para mim.
O único comandante. Ao fim da Copa, vou à Cuba para me despedir de um amigo. Ele [me] abriu as portas de Cuba quando na Argentina as fecharam”, afirmou Maradona ao canal TyC Sports, dias depois da morte de Fidel. A devoção pelo cubano também foi documentada no Facebook do argentino na ocasião. “Morreu o meu amigo, o meu confidente, o que me dava conselhos e que me ligava a qualquer hora para falar de política, de futebol, de beisebol”, completou no Facebook.
Folhapress