Marcha das Flores pede fim da cultura do estupro

Do Portal G1

Um grupo de mulheres de Brasília realizou na manhã deste domingo (29) a “Marcha das Flores”, em protesto contra a cultura do estupro. As participantes levaram flores até o Supremo Tribunal Federal (STF) e fizeram uma contagem regressiva de 30 até “nenhum”, em referência aos mais de 30 homens que estupraram uma adolescente de 16 anos na semana passada no Rio de Janeiro.

Houve um princípio de confusão quando uma das mulheres pulou a cerca tentando invadir o prédio. Os seguranças reagiram e os manifestantes derrubaram a grade.

A Polícia Militar chegou a jogar gás de pimenta para impedir a entrada. A situação se acalmou em instantes, com a intervenção dos próprios participantes.
O protesto era formado principalmente por mulheres, mas também participaram homens e crianças. O grupo se reuniu em frente ao Museu da República e caminhou até o prédio do STF. Os manifestantes depositaram flores na base da estátua da Justiça e pediram que os envolvidos no crime do Rio sejam punidos.

Segundo a Polícia Militar, 1,5 mil estiveram no ato. Por volta das 12h45, 150 pessoas estavam no local. A corporação informou que não houve nenhuma apreensão nem outra ocorrência.

Durante o ato, os participantes exibiram faixas com frases como “a culpa nunca é da vítima”, “estupro fere o corpo e mata a alma”, “queremos políticas públicas para as mulheres” e “30 contra todas”. Eles também pediram a saída do presidente em exercício, Michel Temer.

Vigília

Na noite de sexta (27), um grupo fez uma vigília para pedir mais respeito às mulheres, ao lado do Memorial JK. O ato ocorreu em repúdio ao caso envolvendo uma garota de 16 anos, estuprada por 33 homens no Rio de Janeiro, na última semana.

No gramado do Eixo Monumental, os manifestantes acenderam velas e exibiram cartazes com os dizeres “Eu luto pelo fim da cultura do estupro”.

Crime no Rio

A adolescente teria ido até a casa de um rapaz com quem se relacionava há três anos, no dia 21. Ela se lembra de estar a sós na casa dele e disse só se recordar de que acordou no domingo (22), em uma outra casa, na mesma comunidade, com 33 homens armados com fuzis e pistolas. Ela conta no depoimento, ao qual a “Veja” teve acesso, que estava dopada e nua.

A jovem afirmou que foi para casa de táxi, após o ocorrido. Ela admitiu que faz uso de drogas, mas disse que não utilizou nenhum entorpecente no sábado (21).

Na terça (24), ela descobriu que imagens suas, sem roupas e desacordada, circulavam na internet. A jovem contou ainda que voltou à comunidade para buscar o celular, que fora roubado.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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