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Única correligionária do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a vereadora recifense e pré-candidata ao Governo do Estado, Marília Arraes (PT), parece não se incomodar com a vinculação de seus principais oponentes na corrida eleitoral ao líder petista – preso desde o último dia 7 de abril. Segundo Marília, Pernambuco é um Estado “lulista” onde o ex-presidente alcançaria quase 70% de intenção de voto, sendo difícil algum candidato se posicionar bem numa eleição caso não apoie ou receba o apoio de Lula.
“Quanto mais gente apoiar o presidente Lula é melhor. Tenho certeza que o eleitor de Pernambuco vai associar quem está apoiando agora, e quem o apoiou desde o início. Não vejo nenhum problema em ter três candidaturas que apoiem Lula”, disse, nesta segunda-feira (16), em entrevista ao Portal 247. Durante toda entrevista, ela tentou se diferenciar de seus concorrentes.
Para ela, o governador Paulo Câmara (PSB) usa do “oportunismo” quando declara apoio incondicional ao ex-presidente e ainda tenta conduzir o PSB nacional rumo ao palanque petista. “Quer tentar salvar um pouco do governo ruim que fez. O governador não tem força para conduzir o PSB nacionalmente”, afirmou.
Apesar de ter defendido a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) contra o processo de impeachment e ter sido ministro do governo petista, o palanque do senador e pré-candidato ao Governo do Estado, Armando Monteiro Neto (PTB), não foi poupado por Marília Arraes. “Para viabilizar sua candidatura se envolveu com toda base de sustentação do Governo Temer”, analisou.
A petista tentou legitimar sua pré-candidatura lembrando que o ex-presidente teria endossado seu nome para a disputa eleitoral. A nossa candidatura surgiu para a gente fazer a defesa de nosso projeto e não é simplesmente defender Lula. É defender o projeto de sociedade que a gente acredita”, enfatizou.
Dentro das estratégias dos seus adversários, ela aguarda uma tentativa de estadualização do debate político. “A base de (governo) Temer tenta estadualizar, mas tem que nacionalizar esse debate”, opinou, ao relembrar de membros que compuseram o Governo Federal e estão apoiando os palanques rivais.
A pré-candidata revelou que sofre resistência intrapartidária e reforçou o apoio que recebe de membros históricos do partido. Além disso, lembra do projeto da executiva nacional do PT para o aumento de suas bancadas estaduais e federais, defendendo o debate interno para resolver questões conflituosas. “A gente não tem o direito de jogar a toalha agora. Lula representa o projeto. Sou do grupo que deve defender até o final o presidente Lula. Temos que fazer a defesa política e ir até às últimas consequências e não tem outro caminho. Não podemos deixar o presidente Lula sozinho”, concluiu.