No último dia 25 de março, quando assinou sua ficha de filiação ao Solidariedade, a deputada federal Marília Arraes filiou também sua irmã, Maria, ao partido.
As duas se filiaram na presença do presidente nacional da legenda, Paulinho da Força, que esteve no Recife especialmente para o ato de filiação, embora tenha também se debruçado sobre conversas com lideranças locais, a exemplo do deputado federal Wolney Queiroz e do ex-governador Mendonça Filho.
Ali, como a coluna antecipara, já estava no radar uma candidatura de Maria à Câmara Federal. Ela, inclusive, acompanhou todo o ato da plateia, recebendo agradecimento especial da irmã que anunciava, na ocasião, sua pré-candidatura ao Palácio do Campo das Princesas.
Tanto Paulinho da Força como Marília já não descartavam, mas, agora, o martelo foi batido e a postulação de Maria é fato consumado. Advogada, ela atua há mais de cinco anos na administração pública, trabalhou na Prefeitura do Recife e na Procuradoria de Paudalho.
Aos 28 anos, Maria vai disputar vaga de deputada federal, marcando, assim, sua estreia na política. Deve caber a ela o espólio de Marília, agora com candidatura posta ao Governo do Estado.
Em 2018, Marília foi a segunda deputada mais votada no Estado e única mulher dos 25 federais eleitos naquele ano, com 193.108 votos. Isso, naturalmente, incrementaria a capacidade da legenda que a tivesse no páreo pela Câmara Federal, de eleger quadros proporcionais, sobretudo numa eleição sem coligação.
Nos bastidores, em conversas reservadas, já se brinca que, pela similaridade dos nomes e pelo mesmo sobrenome, a probabilidade é elevada de Maria arrastar os votos que caberiam a Marília.
A parlamentar, caso não tivesse deixado o PT e fosse concorrer à reeleição, seria a puxadora de votos na sigla, o que contribuiu, inclusive, para que ela não aceitasse, diante do seu potencial eleitoral, ficar de fora do debate do Senado na legenda, o que acabou desencadeando uma discussão interna e culminando com sua saída do partido e sua filiação ao Solidariedade.
Agora, no páreo da corrida majoritária, Marília se debruça sobre a montagem da chapa proporcional, que tende a ter Maria Arraes como puxadora de votos.
Com o “L” de Lula
Marília Arraes tem repisado que vota em Lula, a despeito de a direção do PT ter afirmado, a aliados, que o partido só terá um palanque em Pernambuco, que é o de Danilo Cabral. Na foto com Maria Arraes, Marília e ela já aparecem fazendo o “L” de Lula no dia da filiação.
Me dê motivos> No PT, o fato de Marília ter atravessado para o Solidariedade e vir dizendo que está com Lula na corrida pelo Governo do Estado tem levado petistas a entenderem que esse é mais um motivo para o PT estar na chapa de Danilo Cabral, na vaga do Senado, como uma forma de “colar” no candidato a governador e não deixar dúvidas sobre qual é o palanque de Lula.
DO PSD PARA O PL > Recém-chegado à Oposição, Romário Dias, à Rádio Folha FM 96,7, deu o seguinte recado: “Não serei oposição ferrenha de achar tudo errado, mas têm três áreas que precisam de maior atenção: Educação, Saúde e Segurança”.