Do Congresso em Foco
Sem conseguir chegar ao segundo turno das eleições presidenciais, restou à candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, a tentativa de salvar alguns pontos programáticos que vinha defendendo durante o primeiro turno das eleições. Por isso, interlocutores do Rede Sustentabilidade começaram a traçar quais serão as bases para que Marina anuncie apoio formal ao segundo colocado, o senador Aécio Neves (PSDB).
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a ex-senadora estuda a melhor maneira de se colocar ao lado do tucano sem parecer incoerente com a postura de “nova política” que defendeu durante a campanha. Para anunciar o apoio, ela deve condicionar sua adesão à incorporação de pontos de seu programa de governo pela candidatura do PSDB.
A reforma política, com o fim da reeleição, a educação em tempo integral e a sustentabilidade estão entre os itens colocados à mesa pela ex-senadora. Todos eles já aparecem contemplados no programa de governo tucano.
A Rede marcou reunião para a noite de ontem, em São Paulo, na qual deve se comprometer com a mudança, mas liberar seus filiados para escolher entre Aécio e Dilma Rousseff (PT). Já o PSB convocou encontro em Brasília na quarta-feira (8) para definir o futuro político do partido no segundo turno.
O presidente nacional da sigla, Roberto Amaral, defendia apoio à petista, mas tem dito que “às vezes um reacionário pode ser um avanço”, em referência ao candidato do PSDB. O jornal informa ainda que o PSB e a Rede estão na fase de afinar o discurso para o anúncio oficial previsto para quinta-feira (9).
A relação entre PSB e PSDB sempre foi de diálogo e até de simpatia. Os ex-presidentes nacionais dos dois partidos – Sérgio Guerra (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), mortos este ano – mantinham conversas políticas frequentes e eram amigos.
O PSB de Pernambuco, com a força da viúva, Renata Campos, deve trabalhar para quebrar as resistências internas e levar toda legenda a apoiar Aécio Neves. Ainda na período de pré-campanha, Aécio e Eduardo Campos haviam estabelecido um “pacto de não agressão” que está sendo levado em consideração pela executiva do PSB