Após a eliminação nos pênaltis para o Canadá nas quartas de final das Olimpíadas de Tóquio, Marta deixou em aberto o seu futuro na seleção brasileira. Aos 35 anos, ela prefere esperar a “poeira baixar” antes de tomar uma decisão.
“Eu não sei. Difícil dar essa resposta agora, a cabeça está à mil. Estou muito emocionada, vou deixar essa resposta para depois. Não dá para dizer no momento… Enfim, desculpa, estou muito emocionada”, declarou à TV Globo a craque, pedindo que não culpem as mais jovens:
“Peço que as pessoas que não apontem o dedo para ninguém, que se for para apontar, que apontem para mim que eu estou acostumada. A nova geração não pode ser culpada por essa eliminação”.
Marta fez questão de dedicar boa parte da entrevista à sua companheira Formiga, que aos 43 anos e após ter participado de todas as Olimpíadas, está encerrando seu ciclo na seleção brasileira:
“Óbvio que ficou um gostinho de quero mais. Até falei para as meninas, especialmente para a Formiga, que queria viver mais uma vez a emoção de lutar por uma medalha por ela (Formiga), mas agradeço demais o que ela fez pela seleção esse tempo todo. Uma vida dedicada à modalidade, inspiração para todas as meninas e que poderia ter um final um pouco mais feliz, mas ela é guerreira e isso nos orgulha demais”.
Sobre a partida em si, que terminou empatada em 0 a 0 no tempo normal e em 4 a 3 para o Canadá na disputa por pênaltis, Marta acredita que a vitória não veio por detalhes, mas se mostrou orgulhosa do que o grupo apresentou.
“Tem dia que as coisas não funcionam. Senti que começamos muito bem, tivemos possibilidade de abrir o placar, faltou um pouco mais de paciência no terço final. Aconteceram situações que poderíamos ter aproveitado melhor porque elas estavam nitidamente mais cansadas. São coisas do futebol e nem sempre o melhor ganhar. Agora é pensar no futuro. Continuar apoiando a modalidade porque o futebol feminino não acaba aqui, continua, espero que as pessoas tenham mais consciência e não apontem o dedo pra ninguém, não tem culpado. Faltou a bola entrar. Estou muito orgulhosa da equipe e de tudo que vivemos”, destacou.
Por fim, Marta novamente deixou em aberto o futuro na seleção brasileira, mas ressaltou que o trabalho na modalidade continuará independentemente de sua continuidade:
“Eu continuo achando que tem que chorar no começo para sorrir no final (frase que ela disse em 2019 e que viralizou). Quando entra em campo é para se divertir, é o que a gente ama. Acredito que aquele recado influenciou de maneira muito positiva, as meninas que realmente entenderam e captaram, deram o melhor. Pode ter certeza que o trabalho na seleção vai continuar com a Marta, sem a Marta, com a Formiga ou sem a Formiga”.