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A Executiva nacional do MDB baixou uma resolução obrigando que os estados de Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Roraima, Espírito Santo, Maranhão, Pará, Pernambuco e Santa Catarina tenham candidatura própria ao governo do Estado. Na prática, a medida tira a autonomia do vice-governador Raul Henry, atualmente no comando do diretório estadual, e induz à possível candidatura ao governo de Fernando Bezerra Coelho (MDB).
A resolução foi publicada na reta final do embate jurídico entre Raul Henry e o presidente nacional do MDB, senador Romero Jucá, que pretende dar o controle do diretório para o senador Fernando Bezerra. O diretório foi dissolvido no final de março, mas uma ação interposta por Raul no Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o resultado do processo que lhe afastou do comando.
O que está em jogo, na briga, é a posição que o MDB adotará na eleição desse ano – se será pela reeleição do governador Paulo Câmara (PSB) ou numa candidatura própria na Oposição. Também está em jogo o tempo de televisão do partido (que tem uma bancada de 52 deputados, a segunda maior da Câmara Federal), sendo um desfalque considerável para a Frente Popular e uma conquista invejável para o grupo das Oposições.
A determinação do MDB em lançar candidato próprio ao governo do Estado também vai de encontro à determinação da frente “Pernambuco quer Mudar”, que havia deliberado por candidatura única e tinha entre os favoritos, além de FBC, o senador Armando Monteiro Neto (PTB). “Se a convenção partidária de nível inferior se opuser, na deliberação sobre coligações, às diretrizes legitimamente estabelecidas nesta Resolução, a Comissão Executiva Nacional poderá anular a deliberação e os atos dela decorrentes”, aponta o documento.