O clima de diversão da temporada de carnaval ressalta a importância da prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). A Secretaria de Estado e Saúde do Distrito Federal aumentou o estoque de preservativos em 30%, disponibilizando 1,57 milhão de unidades nos centros de saúde para o mês de fevereiro.
O médico urologista Rafael Buta, da Aliança Instituto de Oncologia, alerta para graves patologias que podem ser evitadas com o uso da camisinha. “O vírus HIV, causador da Aids; Sífilis, Hepatite B e C; e o HPV são as doenças mais graves que podem ser adquiridas em relações sexuais sem preservativo e podem ser evitadas com este cuidado”, destaca.
De acordo com o médico, passado o período de folia são recorrentes no consultório episódios de gonorréia e a clamídia, que causam uretrite no homem e doença inflamatória pélvica na mulher. Além destas, o HPV, a Herpes e a sífilis são consideradas doenças comuns após o paciente ter relação sexual sem o uso de preservativo.
“A prevenção das doenças é feita com o sexo seguro, sexo apenas com preservativo”, enfatiza Rafael. Segundo o médico, para a maioria das doenças, a proteção com a camisinha é bem eficaz. Entretanto, em casos de lesões, como HPV e outras doenças, que podem surgir em outras regiões além do pênis, como na virilha, região pubiana e na bolsa testicular, o preservativo não protege 100%.
As consequências das DSTs podem variar de acordo com a gravidade de cada doença. A gonorréia, por exemplo, pode causar uma inflamação na uretra, no canal urinário do homem, ou no canal genital da mulher. Com o tempo são geradas cicatrizes que podem obstruir o fluxo urinário, podendo resultar até mesmo na infertilidade.
A sífilis, se não tratada, pode espalhar-se pelo corpo e causar lesões neurológicas. Já o HPV é a principal causa de câncer de colo de útero nas mulheres e também está relacionado ao câncer do canal anal tanto no público masculino quanto no feminino.
Para curtir a folia com saúde, o diagnóstico prévio e conhecimento sobre qualquer doença é o principal fator a ser avaliado. “Um dos principais problemas não apenas no carnaval é não identificar e não tratar corretamente estas doenças, e consequentemente, o paciente continuar transmitindo essas doenças para outros parceiros”, ressalta.
Qualquer ferida que surja na área genital pode indicar a incidência de alguma DST. No caso de aparecimento de ínguas, bolhas, feridas, coceira e odor diferente, o médico deve ser consultado imediatamente para o diagnóstico correto. “Qualquer lesão ou anormalidade na região genital que aparecer depois de uma relação sem proteção é indicativo de DST”, explica o médico. Ardência na hora de urinar e corrimentos também são sintomas sugestivos de doenças.