Pacientes internados com COVID-19 no Hospital Municipal Tide Setúbal, na zona leste de São Paulo, e que não vêm apresentando boa resposta aos tratamentos médicos convencionais de controle da sua doença passaram a ter acesso a cuidados paliativos, um tratamento complementar que visa ao bem-estar global da pessoa em associação com apoio psicossocial aos familiares. O projeto, implementado e coordenado no local pela organização internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF), conta com 22 profissionais de saúde entre médicos, enfermeiros, psicólogos, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, entre outras especialidades. A iniciativa é uma parceria de MSF com a Secretaria Municipal de Saúde e a consultoria ASAS Health.
Os pacientes são tratados de forma individualizada e segura, a fim de conter a disseminação da doença, em uma enfermaria preparada para prestação de cuidados paliativos. Nos casos de pouca resposta aos recursos convencionais de tratamento, esses pacientes têm acesso a técnicas médicas e de enfermagem e dos demais profissionais para alívio de sintomas, sobretudo da dor e falta de ar provocados pela COVID-19, além de tratamento especializado em saúde mental. A família também recebe suporte psicossocial durante a internação e são disponibilizadas visitas virtuais ao paciente diariamente.
A médica Mônica Carvalho, coordenadora de MSF para o projeto de Cuidados Paliativos em São Paulo, comenta que o tratamento complementar é uma maneira de amenizar o sofrimento das pessoas com COVID-19 que não apresentam significativo quadro de melhora com os recursos médicos disponíveis no tratamento convencional.
“Paralelamente a salvar vidas, a missão de MSF é aliviar o sofrimento”, observa Carvalho. “Em muitas ocasiões, já não é possível se falar em ‘cura’ da doença física. No cuidado paliativo, valorizamos a pessoa sua biografia e relações familiares. O foco do tratamento está na busca do bem-estar daquela pessoa, mesmo quando ela parece estar no fim da vida. Estamos treinando a equipe local com a intenção que a unidade de cuidados paliativos continue atuando mesmo após a saída da organização. Usamos uma tecnologia especializada e uma equipe interdisciplinar capacitada para promover alívio do sofrimento, do paciente e sua família.”
Com uma média de quase 50 mil novos casos por dia, a pandemia de COVID-19 no Brasil ainda não está perto de acabar. Até o dia 03 de dezembro, o país beirava 175 mil mortes pela doença e somava mais de 6,4 milhões de casos confirmados desde fevereiro deste ano. MSF vem acompanhando a pandemia no Brasil, para apoiar a resposta à COVID-19 tanto em São Paulo quanto em outras regiões do país.
Desde o início dos contágios no país, MSF já realizou atividades de saúde com populações afetadas pela COVID-19 e treinamentos em outras regiões de São Paulo e nos estados de Mato Grosso do Sul, Amazonas, Roraima, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Goiás. As ações abarcaram atendimento médico para casos graves e moderados, gestão de centros de isolamento para casos leves e assintomáticos, triagem e ações de educação em saúde em locais frequentados pela população de rua e outros grupos vulneráveis e treinamento de profissionais de saúde.
MSF vem monitorando a evolução da pandemia no Brasil e no mundo, direcionando os projetos para onde há maior necessidade entre pessoas em situação de vulnerabilidade social e dificuldade de acesso à saúde.
Sobre Médicos Sem Fronteiras
Médicos Sem Fronteiras é uma organização humanitária internacional que leva cuidados de saúde a pessoas afetadas por conflitos armados, desastres naturais, epidemias, desnutrição ou sem nenhum acesso à assistência médica. Oferece ajuda exclusivamente com base na necessidade das populações atendidas, sem discriminação de raça, religião ou convicção política e de forma independente de poderes políticos e econômicos. Também é missão da MSF chamar a atenção para as dificuldades enfrentadas pelas pessoas atendidas em seus projetos. Para saber mais acesse o site de MSF-Brasil.