O mercado de trabalho continua a apontar cenário desfavorável em nível nacional, estadual e regional. O País como um todo e o estado de São Paulo destruíram vagas pelo vigésimo mês consecutivo, mostrando baixo desempenho persistente no mercado de trabalho. É o que mostra o boletim Mercado de Trabalho do Ceper/Fundace, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) atualizados até novembro de 2016.
Entre as regiões analisadas, somente os municípios de Ribeirão Preto, Sertãozinho e Campinas criaram novas vagas em novembro do ano passado. Ainda assim, o município de Ribeirão Preto criou menos vagas do que em novembro de 2015.
A Indústria, o setor de Serviços e a Construção Civil foram setores com elevado número de demissões. O Comércio destacou-se, exibindo saldo positivo de contratações em todas as regiões analisadas. Estas contratações no setor podem ser explicadas pelas festas de final de ano: a expectativa de aumento de vendas para o Natal e por conta das férias escolares que resultam na contratação de funcionários temporários para atender a esperada demanda.
Na análise do acumulado entre dezembro de 2015 e novembro de 2016, o país como um todo e os municípios de Ribeirão Preto, Sertãozinho e Franca registraram destruição de vagas em montante inferior aos registrados entre dezembro de 2014 e novembro de 2015. As demais regiões analisadas pelo Ceper/Fundace (estado de São Paulo, Região Administrativa de Ribeirão Preto e municípios de Campinas e São José do Rio Preto) apresentaram pior saldo nos últimos doze meses do que nos doze meses imediatamente anteriores, com aumento no número de vagas destruídas.
Brasil – Em nível nacional, o mercado de trabalho registrou o fechamento de 116.747 vagas líquidas formais em novembro de 2016, montante inferior às 130.629 demissões registradas no mesmo mês do ano anterior. Entre os setores, somente o Comércio criou vagas. A Indústria, por sua vez, exibiu o pior desempenho.
No acumulado entre dezembro de 2015 e Novembro de 2016, todos os setores registraram destruição líquida de vagas, embora o montante de demissões tenha sido inferior ao registrado entre dezembro de 2014 e novembro de 2015. Setorialmente, a Indústria e a Construção Civil conseguiram reduzir o montante de vagas destruídas.
São Paulo – O estado de São Paulo registrou 39.675 demissões líquidas em novembro de 2016, montante superior aos 32.291 desligamentos em novembro de 2015. Entre os setores, a exemplo do cenário nacional, somente o Comércio criou postos líquidos de trabalho e a Indústria foi o setor que mais demitiu.
No saldo acumulado de dezembro de 2015 a novembro de 2016, foram contabilizadas 455.602 demissões, montante superior às 450.107 demissões registradas entre dezembro de 2014 e novembro de 2015. Entre os setores, Serviços, Construção Civil e Agropecuária exibiram pior desempenho nos últimos doze meses em comparação com os doze meses imediatamente anteriores. A Indústria e o Comércio, por outro lado, reduziram o montante de demissões líquidas.
Região – A Região Administrativa de Ribeirão Preto encerrou o mês de novembro de 2016 com 2.517 desligamentos líquidos, montante superior às 2.275 demissões líquidas contabilizadas no mesmo mês do ano anterior. Entre os setores, o Comércio também apresentou o melhor desempenho, seguido pela Construção Civil, sendo os dois únicos setores responsáveis pela criação de vagas líquidas. A Indústria, por outro lado, exibiu o pior desempenho, seguida pela Agropecuária e pelo setor de Serviços.
No acumulado entre dezembro de 2015 e novembro de 2016, foram registradas 8.986 demissões, montante superior às 8.155 demissões registradas entre dezembro de 2014 e novembro de 2015. Os setores de Serviços e Agropecuária apresentaram desempenho desfavorável nos últimos doze meses em comparação com os doze meses imediatamente anteriores. Os demais, por outro lado, reduziram o montante de demissões líquidas.
Ribeirão Preto – O município de Ribeirão Preto, por sua vez, criou 184 vagas líquidas em novembro de 2016, montante inferior às 383 vagas criadas em novembro de 2015. Porém, ao contrário dos outros cenários a cidade registrou a criação líquida de vagas em ambos os meses. Entre os setores, o Comércio registrou o maior volume de contratações, com 436 vagas líquidas criadas. A Construção Civil, por sua vez, foi o setor que mais demitiu no período.
No acumulado entre dezembro de 2015 e novembro de 2016 foram registradas 4.124 demissões líquidas, montante inferior às 6.289 demissões contabilizadas entre dezembro de 2014 e novembro de 2015. Entre os setores, somente Serviços teve desempenho desfavorável nos últimos doze meses em comparação com os doze meses imediatamente anteriores, aumentando as demissões líquidas. Nos demais, nota-se que houve redução das demissões ou aumento da criação de vagas líquidas (no caso da Agropecuária).
Sertãozinho – O município de Sertãozinho criou vagas líquidas em novembro de 2016, registrando 422 contratações líquidas, montante superior às 139 contratações contabilizadas em novembro de 2015. Entre os setores, a Construção Civil foi o que mais contratou no período, seguido pela Indústria. O setor de Serviços, por sua vez, exibiu o pior desempenho, com 133 demissões líquidas.
Na análise do acumulado entre dezembro de 2015 e novembro de 2016 foram registradas 1.470 demissões, montante inferior às 2.451 vagas destruídas entre dezembro de 2014 e novembro de 2015. Somente os setores de Serviços e Agropecuária apresentaram desempenho negativo nos últimos doze meses em comparação com os doze meses imediatamente anteriores. Nos demais, nota-se uma mudança que indica melhora do mercado de trabalho local.
Franca – O município de Franca registrou 1.414 demissões em novembro de 2016, montante também inferior às 1.860 demissões registradas em novembro de 2015. A Indústria destacou-se entre os setores pelo desempenho negativo, com 1,393 demissões líquidas, em partes explicado pelo segmento de Fabricação de Calçados de Couro, responsável por 1.155 desligamentos no setor. A Agropecuária, por outro lado, registrou o maior montante de contratações entre os setores, resultado explicado pelas 54 contratações no segmento de Cultivo de Café.
O saldo acumulado entre dezembro de 2015 e novembro de 2016 contabilizou 2.170 demissões, montante inferior às 4.269 vagas destruídas entre dezembro de 2014 e novembro de 2015. Entre os setores, somente o Comércio e a Construção Civil apresentaram desempenho desfavorável no acumulado em doze meses, com elevação dos desligamentos líquidos. Os demais apresentaram reversão, o que sugere melhora do mercado de trabalho.
Campinas – O município de Campinas registrou 99 contratações líquidas em novembro de 2016, cenário positivo frente às 305 demissões registradas no mesmo mês do ano anterior. Entre os setores, o Comércio apresentou o melhor desempenho, com 521 contratações líquidas. A Indústria, por sua vez, foi o setor que mais demitiu, seguida pela Construção Civil e pelo setor de Serviços.
Na análise do acumulado entre dezembro de 2015 e novembro de 2016, foram registradas 16.792 demissões, montante superior às 16.491 demissões registradas entre dezembro de 2014 e novembro de 2015. Entre os setores, no entanto, somente comércio e serviços apresentaram aumento no volume de demissões nos últimos doze meses em comparação com os doze meses imediatamente anteriores. Os demais apresentaram variações que sinalizam redução das demissões e até mesmo reversão para contratações líquidas (no caso da Agropecuária).
Rio Preto – O município de São José do Rio Preto destruiu 265 vagas em novembro de 2016, montante superior ao saldo negativo de 122 vagas registradas em novembro de 2015. Entre os setores, a Construção Civil exibiu o pior desempenho. O Comércio, por sua vez, foi o que mais contratou no período (186 vagas líquidas).
No saldo acumulado entre dezembro de 2015 e novembro de 2016, foram registradas 5.943 demissões, montante superior aos 2.456 desligamentos contabilizados entre dezembro de 2014 e novembro de 2015. Somente a Indústria e a Agropecuária apresentaram redução de vagas líquidas destruídas, embora ambas tenham preservado saldo de demissões.
Conforme análise do coordenador do Boletim Mercado de Trabalho e pesquisador do Ceper, Sergio Sakurai, os dados indicam que, embora as demissões continuem sendo superiores às admissões, esta diferença têm se dado em ritmo menos intenso. “Desde maio de 2016, o mercado de trabalho tem registrado demissões líquidas em ritmo menor do que o registrado no mesmo mês do ano anterior, mas somente em novembro de 2016 as demissões líquidas acumuladas em doze meses (ou seja, entre Dezembro de 2015 e Novembro de 2016) foram inferiores às demissões líquidas registradas nos doze meses imediatamente anteriores”, detalha Sakurai.
Para contextualizar estes resultados com outros indicadores, conforme a PNAD contínua do IBGE, a taxa de desocupação do trimestre móvel de setembro a novembro de 2016 foi de 11,9%, a mais elevada desde o início dos levantamentos do Ceper, em 2012. Contudo, esta taxa permaneceu estatisticamente estável em relação à taxa do trimestre móvel de junho a agosto de 2016, de 11,8%. Em relação ao mesmo trimestre de 2015 houve alta de 2,9 pontos percentuais.