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O médico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Caxangá, responsável por atender João Victor Ribeiro de Oliveira Leal, de 25 anos – responsável por dirigir um Ford Fusion sob efeito de álcool, matar três pessoas e ferir gravemente outras duas – afirmou à Polícia Civil que o rapaz, mesmo embriagado, estava no seu nível máximo de consciência, ou seja, nível 15 (no entendimento da medicina). A afirmação foi feita pelo delegado responsável pelo caso, Paulo Jean, da Delegacia de Delitos de Trânsito, durante coletiva à Imprensa, nesta terça-feira (5), no prédio da Polícia Civil, Centro do Recife.
Na apresentação do inquérito policial, concluído em apenas oito dias, a polícia constatou que João Victor ultrapassou o sinal vermelho 22 segundos após o semáforo ter fechado e que estava, em média, numa velocidade de 108 km/h, enquanto que a máxima permitida na rua Cônego Barata é de 60 km/h.
Para a polícia, o excesso de velocidade junto ao fato de o carro do advogado Miguel Arruda da Motta Filho ter se chocado com o poste, que é um corpo rígido, contribuiu para o impacto da batida ser maior ainda. A perícia, no entanto, não conseguiu afirmar se os passageiros do banco de trás – a babá e as crianças – usavam cinto de segurança.
A revolta e comoção em relação ao caso também atinge a polícia. Antes do início da apresentação do caso, o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, o delegado Joselito Kherle do Amaral, afirmou que, concluído o inquérito, espera que a justiça seja feita. “Nós esperamos que esse irresponsável criminoso tenha a condenação que ele merece. Se os air-bags funcionaram para ele, deixando ele vivo, que a justiça seja feita. Talvez, seja a menor pena que ele mereça”, afirmou, reforçando a contribuição conjunta da Polícia Científica e do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para a resolução rápida do inquérito.
Multas
Embora, em entrevista à Folha de Pernambuco, o pai de João Victor, o empresário Bruno Leal, de 51 anos, tenha afirmado que as multas do Ford Fusion, placa NMN 3336, pertenciam a ele, o delegado Paulo Jean comentou que a dona do veículo tem 75 pontos na carteira de habilitação por multas feitas após o repasse do automóvel. “Ela tomou um susto quando soube. Ela vendeu o carro em 2012 para um homem, que repassou para outro, e o pai de Bruno comprou a terceiros. Nisso, por ela não ter transferido a titularidade do Fusion, recaiu sobre ela as multas”, detalhou Jean.