Milton Coelho: ‘O PSB tem se preocupado muito em constituir uma frente ampla’

Em janeiro deste ano, a bancada de Pernambuco na Câmara dos Deputados sofreu uma alteração: a cadeira que era de João Campos (PSB), eleito prefeito do Recife, foi ocupada por Milton Coelho (PSB), ex-chefe de gabinete do governador Paulo Câmara (PSB). Nome com muita história dentro do PSB, Milton Coelho já foi secretário de Administração do atual governador, Paulo Câmara e ainda assumiu interinamente a Prefeitura do Recife por dois meses, quando foi vice-prefeito na gestão de João da Costa (PT), além ter sido nomeado nesta semana coordenador de orçamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público (Servir Brasil), que avalia temas pertinentes ao orçamento público propostos pela PEC 32, também conhecida como a PEC da Nova Reforma Administrativa. A proposta altera dispositivos sobre servidores e empregados públicos e modifica a organização da administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.

Nesta entrevista ao Diario de Pernambuco, o deputado falou sobre os planos para o mandato, a atuação do PSB contra a pandemia e reiterou o desejo de fazer oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Planos para o mandato
O plano é me integrar à atuação da bancada do partido, fazendo uma oposição clara e firme ao Presidente da República, ao Governo Federal e defender os interesses do povo de Pernambuco contra todas as ameaças que esse governo representa à população hoje.

Proximidade com a família Campos
Eu tenho uma relação política de mais de trinta anos, que vem do período que trabalhei com Arraes e com Eduardo. Uma relação política fraterna, de convergência de objetivos.

Futuro
Nesse momento, a minha preocupação fundamental é ter uma atuação à altura do que o povo de Pernambuco, que eu represento, tem de expectativa a respeito do meu mandato. Não estou pensando nesse instante nas eleições de 2022, mas estou pensando em como nós vamos estar, o povo vai estar até lá depois dessa passagem devastadora desse governo.

Atuação do PSB na pandemia
Desde que começou a pandemia que só os governos estaduais e os prefeitos das principais cidades brasileiras têm tomado as medidas para enfrentar as consequências da pandemia. Isso foi no ano passado quando a pandemia se iniciou e tem sido agora também. O governador Paulo Câmara, assim como o prefeito João Campos, tem atuado para manter a assistência à saúde da população funcionando e trabalhado também para conseguir as vacinas, a despeito de que a compra é centralizada pelo Plano Nacional de Imunização do Governo Federal. Mas tudo que é possível ser feito pelos governos do estado e do Recife tem sido feito. O partido no Congresso tem pressionado muito o governo em torno da volta do auxílio emergencial de R$ 600 e R$ 1,2 mil para as mães. Essa atuação levou o governo, depois de muito procrastinar, a enviar a PEC emergencial que está sendo votada. Possivelmente não vai dar o resultado que a população espera, mas foi fruto da atuação da Câmara e do PSB inserido nessa atuação.

Dissidência no partido durante a eleição na Câmara
Houve uma uma discussão natural dentro do partido, como há em todos os partidos, as opiniões nem sempre convergem. O que aconteceu com o PSB foi exatamente o que acontece com qualquer partido

Frente ampla de oposição
O PSB tem se preocupado muito em constituir uma frente ampla que dela participem todas as forças políticas do Brasil que queiram tirar o país dessa crise política, institucional e social que está mergulhado agora. Nós precisamos antes de mais nada construir um projeto para o país que vença todas essas dificuldades e que afaste Jair Bolsonaro da presidência da República.

Possibilidade de retomar a aliança com o PT
As eleições para prefeito já passaram. Nós temos que ter capacidade de virar a página para conseguir ler o livro. A eleição de 2020 é parte da história agora. Temos que olhar para frente, o que fazer e de agora por diante. Não está descartado o diálogo com nenhuma força política. Desde que esteja disposta a construir uma unidade programática para tirar o Brasil da crise política, institucional, econômica e social que se encontra.

Diario de Pernambuco

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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