Ministro defende padrões de aprendizagem própria e o uso pedagógico dos dados

Em reunião com Andreas Schleicher, diretor para educação e competências e conselheiro sobre políticas de educação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o ministro da Educação, Rossieli Soares, reforçou a defesa de que o Brasil precisar ter uma interpretação pedagógica própria das avaliações que aplica, agora que já conta com uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da educação infantil e do ensino fundamental. A reunião ocorreu na tarde desta sexta-feira,7, na sede da OCDE, em Paris.

“As avaliações apontam que o nível de aprendizagem dos estudantes de toda a educação básica do Brasil está muito aquém do mínimo. Não podemos aceitar que os estudantes que estão no 5º ano do ensino fundamental não consigam efetuar as quatro operações fundamentais aritméticas, por exemplo”, enfatizou Rossieli.

O ministro esclareceu que com a BNCC, o Brasil já tem parâmetros para apontar sobre o que é adequado ao estudante ter como competências de aprendizagem, ao final de cada ano de escolaridade. “A BNCC da educação infantil e do ensino fundamental já está em fase de implementação nos estados e municípios. Desta forma, a equidade do que está sendo sendo ensinado em todo o Brasil fica mais clara. O que nos dá melhores parâmetros para verificar o nível de aprendizagem ao final de cada ano da educação”, disse.

O ministro solicitou que a OCDE apoie o Brasil para produzir mais evidências aos resultados de aprendizagem dos estudantes nas etapas dos anos finais do ensino fundamental e também do ensino médio, que apresentam os piores resultados no nível de aprendizagem do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). “A etapa da base do ensino médio já foi entregue ao Conselho Nacional de Educação. E é nesta etapa em que os indicadores são os mais desanimadores, apontando que os 12 anos de escolaridade não estão agregando em nada ao estudante que está encerrando a educação básica”, disse Rossieli.

Classe mundial – Andreas Schleicher entregou o livro de sua autoria, Classe Mundial, recentemente lançado, que apresenta um histórico do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) e os rumos do programa para acompanhar a evolução da educação em âmbito global. “O Brasil é o primeiro pais não membro da OCDE interessado ao aderir programa e foi o que apresentou melhora mais expressiva nos resultados da área de leitura, desde a primeira edição da avaliação, em 2000”, avaliou

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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