A bancada pernambucana da Câmara dos Deputados participou, na quarta-feira (25), de uma audiência com o atual ministro da infraestrutura do governo Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, para discutir a construção do trecho da Ferrovia Transnordestina que vai de Salgueiro ao Porto de Suape. As obras estão paradas desde 2016.
Após ter afirmado que a obra não sairia do papel, com as obras chegando somente até o Porto de Pecém, no Ceará, o ministro garantiu aos parlamentares que o governo enviará ao Congresso Nacional uma Medida Provisória (MP) para viabilizar a construção.
Após a declaração do ministro, parlamentares do estado começaram a se mobilizar para que o trecho de Suape seja realizado, chegando até a entregar uma carta de defesa ao projeto ao ministro Tarcísio de Freitas. Somente o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), e os deputados federais Fernando Bezerra Coelho Filho (DEM) e André Ferreira (PSC) não a assinaram.
A proposta da MP, que deve ser entregue nas próximas semanas, é retirar o trecho da concessão à TSLA, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que não cumpriu as metas e prazos para a construção da ferrovia. Dessa forma, o Governo de Pernambuco poderá ter um novo parceiro, que já vem sendo buscado.
De acordo com o contrato assinado entre as empresas da CSN e o Governo Federal, ambos os trechos da ferrovia (Pecém e Suape) teriam que ser construídos. Segundo Augusto Coutinho (Solidariedade-PE), deputado que esteve na audiência com o ministro da Infraestrutura, a conversa foi longa, mas objetiva, e “sinalizou uma boa saída para Pernambuco”. Coutinho coordena a bancada pernambucana com o deputado federal Wolney Queiroz (PDT-PE).
“Segundo o ministro, já há operadores interessados no ramal que leva a ferrovia ao nosso Porto de Suape. Dessa forma, o atual concessionário continua com o trecho que liga ao Porto de Pecém e o Ramal de Suape terá um novo parceiro. Pernambuco não poderia ficar sem o Ramal de Suape. Nós estaremos vigilantes para a sua conclusão”, completou o parlamentar.
Os parlamentares saíram em defesa do Porto de Suape, comprovando que ele teria melhores condições que o trecho cearense, mobilizando a sociedade e o setor produtivo. Entre os principais pontos levantados, é que o trecho até Suape é 100 km mais curto do que o de Pecém, além de ser uma alternativa ambientalmente sustentável e cerca de R$ 1,5 bilhão a menos para ser concluído.
O Diario de Pernambuco entrou em contato com o Ministério da Infraestrutura em busca de mais informações acerca da audiência do ministro Tarcísio de Freitas com os parlamentares da bancada de Pernambuco, mas até o momento não recebemos resposta.
Diario de Pernambuco