Folha de S.Paulo
Responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, o juiz Sergio Moro descartou a possibilidade de sair candidato ou entrar para a política.
“Sou um homem da Justiça e, sem qualquer demérito, não sou um homem da política”, afirmou em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo” divulgada neste sábado (5).
“Não existe jamais esse risco”, completou.
Moro disse que “o apoio da opinião pública tem sido essencial”, mas citou uma frase em latim pra dizer que “a glória mundana é passageira”.
O juiz afirmou também que o término da operação é “imprevisível”. “Embora haja muitas vezes expectativa de que os trabalhos se aproximam do fim, muitas vezes se encontram novos fatos, novas provas, e as instruções não podem simplesmente fechar os olhos.”
Sobre o foro privilegiado, que garante a políticos a prerrogativa de serem julgados diretamente pelo STF (Supremo Tribunal Federal), Moro disse que o ideal seria restringi-lo aos presidentes dos Poderes.
“O ideal seria realmente restringir o foro privilegiado, limitar a um número menor de autoridades. Quem sabe, os presidentes dos Três Poderes”, disse. “Importante destacar que o foro privilegiado não é sinônimo de impunidade”, completou.