O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou que a decisão da Câmara dos Deputados de transferir o Coaf (Conselho de Controle de Atividades e Administração Financeira) para o ministério da Economia não o agrada, mas respeita a decisão do Parlamento.
“Embora eu não tenha gostado evidentemente da decisão, respeitamos a decisão do Parlamento”, afirmou o ex-juiz. Ainda segundo Moro, não foi avaliada ainda a possibilidade de veto por parte do presidente Jair Bolsonaro, mas o ministro acredita ser inviável. “Não seria viável (um veto) porque a Medida Provisória modifica a legislação atual. Então, com a mudança da legislação, volta a vigorar a decisão anterior para o ministério da Economia. Mas não foi avaliada ainda essa possibilidade de veto”, declarou Moro.
Apesar da transferência da pasta ter sido aprovada por 228 a 210 na Câmara nessa quarta-feira (22), Sergio Moro acredita que o Coaf terá um bom funcionamento por conta do trabalho integrado entre as pastas da Economia e da Justiça. “Vamos continuar fazendo o trabalho que o Coaf sempre realizou contra a lavagem de dinheiro e de prevenção e combate ao crime organizado. É extremamente relevante o órgão, e a política de integração continua mesmo o Coaf ficando em outra pasta”, disse o auxiliar do presidente. A Medida Provisória ainda terá que ser votada no Senado para ir à sanção de Jair Bolsonaro.
Ao ser questionado, no fim da entrevista à imprensa, sobre quem falhou na articulação política do governo com o Parlamento, Sergio Moro se esquivou, ficou em silêncio e saiu em direção à palestra que foi realizada com policiais civis de Pernambuco. Na ação, o ministro falou sobre a experiência como magistrado na Operação Lava Jato e a respeito do combate à corrupção.