A primeira mulher a se tornar desembargadora do Tribunal de Justiça em Pernambuco (TJPE), a magistrada Helena Caúla Reis, faleceu neste domingo (23), em decorrência de complicações causadas por um câncer no pulmão. Ela foi também a primeira Procuradora de Justiça do Ministério Público de Pernambuco, primeira Diretora (pro tempore) da Faculdade de Direito do Recife, primeira Perita Criminal do Estado de Pernambuco e primeira Diretora do Instituto de Criminalística. As cerimônias de despedida acontecem hoje, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, Região Metropolitana, e seguirão as restrições sanitárias vigentes.
“A família agradece a todos quantos dirigiram, em favor dela, pensamentos e preces, durante a longa batalha que enfrentou, com a tenacidade de sempre”, disse o Procurador do Estado, César Caúla, filho de Helena, em nota. A magistrada enfrentava a doença há cerca de seis anos.
O presidente do TJPE, desembargador Fernando Cerqueira, lamentou o falecimento da magistrada. “Mais do que uma desembargadora brilhante, Helena Caúla era uma profissional excepcional, séria e de extrema retidão. Construiu uma jornada de sucesso e pioneirismo, ocupando funções exercidas predominantemente por homens, se consolidando pela competência. Não por acaso foi a primeira mulher a se tornar desembargadora em Pernambuco, um marco histórico”, declarou.
Helena deixa o marido, o desembargador Aquino de Farias Reis, os filhos César Caúla e André Caúla, noras e netos.
Histórico
Helena Caúla Reis chegou ao Recife aos 12 anos de idade. Ela nasceu em 1940, no Ceará. Em 13 de fevereiro de 1959, iniciou sua carreira no sistema público pernambucano, antes da formação na área jurídica. Ingressou no Tribunal de Justiça de Pernambuco como datilógrafa aos 18 anos. No mesmo ano, foi aprovada no concurso público para o cargo de oficial judiciário do TJPE e passou à condição de funcionária efetiva.
Formou-se em Odontologia e Direito, ambos pela Universidade Federal de Pernambuco nos anos de 1962 e 1967, respectivamente. Na mesma universidade fez Mestrado em Direito e Doutorado em 1968.
Atuou no Instituto de Polícia Técnica (atual Instituto de Criminalística), onde permaneceu até 1974, quando ingressou no Ministério Público de Pernambuco como promotora. Em 1993, foi promovida a Procuradora de Justiça por critério de merecimento.
Foi ainda, por 35 anos, professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) nas áreas de Direito, Odontologia e Farmácia. Em 13 de agosto de 2001, marcou a história pernambucana ao ser a primeira mulher a ocupar o cargo de Desembargadora do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), marcando a história do nosso Estado, na vaga destinada ao Ministério Público pelo Quinto Constitucional. Em 2010, aposentou-se do cargo.
Diario de Pernambuco