O percussionista Edwin Barbosa, conhecido como Edwin de Olinda, morreu na quarta-feira (5), aos 51 anos de idade. De acordo com informações de familiares, o artista não resistiu a uma insuficiência respiratória. Ele estava internado no Hospital Miguel Couto, gerido pelo SUS no Rio de Janeiro, por conta de um tratamento com hemodiálise. Tamém vivia com diabetes no nível severo.
Edwin se destacou entre os percussionistas ao explorar suas influências dos ritmos de nagô, maracatu, caboclinho, ciranda, coco de roda, pastoril, cavalo marinho, maracatu rural e frevo. O músico entrou para a banda de Alceu Valença em 1988, onde permaneceu por 26 anos. Ele chegou a ser imortalizado na faixa Quando Edwin desde a ladeira, de Alceu.
Ele ainda participou também de trabalhos solos em diversos eventos culturais que vão desde o show com o amigo Stanley Jordan, até o Festival Perc Pan, tocando com Naná Vasconcelos, Gilberto Gil e Carlinhos Brown. Em 2013, ele foi agraciado com o Troféu Luiz Gonzaga, concecido pela Câmara Municipal de Olinda, pelo seu “papel relevante no engrandecimento da música e cultura nordestina”.
Edwin Santos, filho do falecido, fez uma publicação sobre a morte do pai nas redes sociais nesta quarta-feira (5). No texto, destaca que o músico morreu aguardando um reconhecimento de vínculo empregatício com Alceu Valença. “O processo tramita no TRT 6, desde 2014, aguardando julgamento do recurso que se estende até hoje. A iniciativa de dar entrada no processo deu-se a partir da gradativa exclusão dos shows em virtude da sua doença (diabetes severo), com histórico de amputações de membros inferiores”, diz, na publicação.
“Ele faleceu no hospital sem ter direito a uma assistência devida por não ter recursos para custear seu tratamento. O músico não teve direito a uma aposentadoria para garantir sua dignidade e integridade física por não ter registro em carteira profissional dos anos trabalhados para o cantor Alceu Valença e Tropicana Produções”, continua.
Luciana Santos (PCdoB), vice-governadora de Pernambuco, publicou uma nota de homenagem ao músico: “Perdemos hoje Edwin de Olinda, figura muito querida e indissociável da cena local, músico genuinamente olindense, um dos grandes da nossa cultura. É uma perda enorme para todos nós. À família e aos amigos, meu abraço de pesar. O artista se foi. Mas seguiremos ouvindo seu afoxé”.
Edwin de Olinda deixou o filho e uma companheira. O enterro do artista será realizado também no Rio de Janeiro, onde o músico morava com a família. O horário e o local do sepultamento não foram divulgados.
Diario de Pernambuco