Um esquema de extorsão via Pix movimentou mais de R$ 428 mil em quatro meses, segundo divulgou a Polícia Civil de Pernambuco, nessa terça-feira (16).
Envolvidas no crime, sete mulheres foram presas, sendo seis delas em Pernambuco e uma na cidade de Cotia, em São Paulo. Elas tinham ligação com detentos do Presídio de Igarassu e da Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá – ambas na Região Metropolitana do Recife.
Em coletiva de imprensa, no Recife, o delegado Paulo Gondim, encarregado pelas investigações, detalhou que essas mulheres são mães, esposas e irmãs dos detentos.
“O dinheiro proveniente delas [das extorsões] era depositado pelas vítimas em uma das contas dessas pessoas alvo dessas medidas judiciais. Elas faziam toda a movimentação entre as contas e efetuavam vários saques”, explicou o delegado.
Em Pernambuco, as ordens judiciais foram cumpridas no Recife e em Gameleira, Jaboatão dos Guararapes, Ipojuca, e Paulista. Presos e materiais apreendidos foram levados para o Complexo de Operações Policiais, no Morro do Peludo, em Olinda.
A operação foi batizada de Cartada Final e chegou aos investigados após uma das vítimas indicar uma conta-corrente usada para depósito da extorsão.
“A partir de uma investigação financeira por meio do Laboratório de Lavagem de Dinheiro com as informações trazidas pela Receita Federal, chegamos a todas essas pessoas”, acrescentou Paulo Gondim.
As vítimas, geralmente comerciantes, recebiam mensagens e vídeos com ameaças e intimidação para realizarem depósitos em contas indicadas pelos criminosos. Os detentos usavam aplicativos de mensagem para praticar a extorsão. “O dinheiro percorria várias contas e, ao final, chegava sempre nas contas dos parentes”, completou o delegado.
Uma das investigadas é uma mulher de 53 anos, identificada pela polícia apenas pelas iniciais M.J.S., que movimentou na sua conta bancária os R$ 428 mil a crédito e débito, sem renda compatível. Todos os envolvidos foram autuados por organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Folhape