Pedro Augusto
Na Capital do Forró, com o passar dos anos, o intervalo exato de Carnaval deixou de ser vivenciado por milhares de caruaruenses que, até então, faziam questão de permanecer na cidade para brincar nos bailes, desfiles e blocos realizados. Mas quem disse que não há mais folia voltada para época no território local? Tem sido principalmente na semana pré-carnavalesca que uma extensa gama da população não vem deixando o período passar em branco, festejando nas programações ainda existentes no município. Bom para cultura, que não tem ficado limitada apenas aos eventos juninos, excelente para economia, que tem sido impulsionada sempre a cada primeiro bimestre.
Prova disso é que centenas de trabalhadores – atuantes nos mais variados setores – e que também são músicos estão conseguindo incrementar os seus rendimentos ao integrarem as tradicionais orquestras de frevo, ditando o som do ritmo predominante. Já com vários carnavais no currículo como regente de orquestra, Paulo Roberto da Silva, ou melhor, “Paulo Quequé”, tem visto com bons olhos o fortalecimento da grade de programação dos eventos voltados para a Folia de Momo em Caruaru. Em entrevista ao VANGUARDA, na manhã da última segunda-feira (29), ele destacou a importância da chegada do Carnaval para diversos músicos locais.
“De uns anos para cá, a semana pré-carnavalesca vem se fortalecendo cada vez mais na cidade, o que tem demandado a participação de diversas orquestras de frevo, principalmente nas edições dos blocos. Isso tem sido muito importante, porque diversos músicos que são especializados em instrumentos de metais e de percussão vêm conseguindo aumentar os seus respectivos orçamentos durante este período. Em 2018, não está sendo diferente. Com o apoio financeiro que a Prefeitura vem dando para intensificar as realizações dos blocos, sem falar nas contribuições imprescindíveis de comerciantes locais, este ano eventos são o que não têm faltado para ajudar financeiramente a esses músicos”, analisou.
No intuito de fortalecer as programações direcionadas para a Folia de Momo, este ano a PMC lançou o projeto “Carnaval Caruaru Cultural”, que está disponibilizando oito polos de animação com toda infraestutura necessária para o bom andamento dos eventos. Para o dono da Orquestra do Pezão, José Edson Alves da Silva, mais conhecido como “Pezão”, tal investimento tem refletido na demanda por mais serviços de músicos. “Esse apoio que já está sendo dado pela Prefeitura é bastante legal, porque acaba despertando mais interesse por parte dos caruaruenses em colocar os seus blocos nas ruas. Consequentemente, mais orquestras precisam ser contratadas e todos acabam ganhando. Nossa orquestra mesmo se encontra com agenda cheia nestes próximos dias”, comentou.
O trombonista Sivonaldo da Silva, que até pouco tempo mal se apresentava em uma orquestra na Capital do Forró, comemorou o reforço na programação. “Recordo que éramos contratados para tocar nas lojas do comércio e em alguns blocos, que mal sabiam se iriam sobreviver até o outro ano. Agora, parece que a situação vem mudando, haja vista que os eventos vêm crescendo e a procura pelos nossos serviços também. Espero que daqui para frente a cidade comporte cada vez mais eventos de Carnaval. O cachê pago não é muito, mas acaba nos ajudando bastante nesta época de início de ano”, destacou.