O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, terão um encontro na próxima quinta-feira para tentar recolocar o projeto de aliança nos trilhos. No último encontro de representantes da legenda, as tratativas não teriam avançado, trazendo insatisfação para os socialistas. De lá para cá, o PT avançou com pré-candidaturas em estados considerados prioritários para o PSB, a exemplo de Pernambuco, com o senador Humberto Costa (PT) adotando uma postura mais incisiva em relação a um possível projeto majoritário petista no estado.
Considerado um movimento de pressão por parte do PT, os socialistas vem dando respostas na véspera de um novo encontro entre representantes dos partidos. A sigla exige ter o apoio do PT aos seus pré-candidatos ao governo em 6 estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Espírito Santo e Acre). Contudo, o PT não quer desistir de seus projetos majoritários em algus estados, em especial, em São Paulo
Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, Carlos Siqueira defendeu que o PT abandone a visão exclusivista para firmar a aliança.“A situação exige que o PT escolha qual é a sua prioridade: se é disputar com o seu principal aliado, na esquerda, os governos estaduais, ou se é conquistar a Presidência da República. Nós estamos dispostos a colaborar com a eleição de Lula, mas também queremos que o PT esteja disposto a colaborar com as nossas candidaturas”, ressalta Siqueira, na entrevista.
Em jogo está uma ferramenta essencial para o projeto eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT): a formação de uma federação entre PSB, PT, PCdoB e PV. Em seu discurso, os socialistas fazem questão de repetir que não dependem do instituto para eleger uma bancada competitiva para o Legislativo. Já o PT quer a federação para fortalecer o projeto presidencial de Lula e assegurar a governabilidade, caso ele seja eleito ao Palácio do Planalto.
Sabendo do ideal petista e sem urgência para aprovar a federação, o PSB joga no sentido de não fazer questão de garantir a federação com o intituito de repassar a pressão para o PT. As tratativas para avançar na federação, inclusive, ficaram no stand-by desde que foi instaurado o impasse entre PT e PSB.
Não é por acaso que o tema federação foi mote de mais um dos recados dados por Carlos Siqueira em suas redes sociais, nesta terça-feira (18). O dirigente deixou claro que o tema ainda está sob avaliação dos socialistas e que a discussão sobre o tema é complexa.
“A criação de uma federação é mais complexa para partidos grandes e médios. Merece reflexão até pelas implicações nas candidaturas de 2022. O tema ainda está sob avaliação no PSB. O partido tem candidatos fortes em vários estados e acredita na viabilidade eleitoral desses nomes”, afirmou.
Em contrapartida, lideranças de expressão como o governador Paulo Câmara (PSB) mantém a defesa da aliança com Lula. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o gestor afirmou que “a união com Lula não pode esbarrar em questões locais”. O gestor vem sendo um grande aliado e interlocutor do líder petista com a legenda socialista. Sua manifestação terá um peso grande nas tratativas entre as legendas e indica que a aliança entre PT e PSB ainda é o caminho mais viável para os dois partidos em 2022.
Folhape