O governador Paulo Câmara (PSB) reagiu nesta terça-feira (28) às declarações do ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT), que disse, em entrevista exclusiva ao Diario de Pernambuco, ter sido “enganado” pelo socialista nas articulações para fechar alianças na campanha de 2018. Em nota enviada à redação, o governador afirma que “em relação à tentativa de Ciro Gomes, de nos responsabilizar pelo insucesso na construção de uma aliança que reforçasse a sua candidatura presidencial, fica claro que o ex-ministro não aceita sua derrota eleitoral e procura sempre se vitimizar, procurando apontar culpados”, destaca o gestor no texto.
Ainda na entrevista ao Diario, Ciro lembrou que Paulo Câmara teria prometido a ele apoio na disputa pela Presidência da República, quando, de acordo com o ex-presidenciável, o PSB já teria fechado aliança com o PT em troca da neutralidade na campanha presidencial. O pedetista lembrou também que Paulo Câmara o chamou “desnecessariamente” para uma conversa, em Brasília, para dizer que ia apoiá-lo, quando, segundo o pedetista, já havia fechado acordo com o PT para “sacrificar” a candidatura de Marília Arraes (PT) na disputa pelo governo do estado.
Na nota, Paulo Câmara esclarece a proposta política do PSB na eleição presidencial de 2018, assegurando ter sido sincero com o ex-ministro e o com PDT, “pois colocamos desde o início, que nossa prioridade em 2018 era construir uma ampla frente de esquerda em Pernambuco, incluindo partidos como o PCdoB e o PT. Isso é de conhecimento público. Também sempre fizemos questão de destacar ao próprio Ciro, durante as reuniões que realizamos, que, nacionalmente, o PSB estava dividido entre três candidaturas presidenciais e a neutralidade, que terminou prevalecendo”, frisou o governador, que também é vice-presidente nacional do PSB.
No ano passado, durante o período pré-eleitoral, Paulo Câmara chegou a receber Ciro Gomes duas vezes no Palácio do Campo das Princesas, nos meses de janeiro e junho. O socialista chegou a acenar para uma possível aliança, mas acabou fechado com o PT. O governador, que tentava a reeleição, subiu no palanque do então candidato petista à Presidência da República Fernando Haddad, podendo assim, usar o legado do ex-presidente Lula para fortalecer seu projeto de continuar no comando do estado. Ciro Gomes, por sua vez, passou a criticar durante a postura dos socialistas.
Diario de Pernambuco