Pedro Augusto
Assim como o país, que chegou a computar a marca negativa de 14 milhões de desempregados, Caruaru também capengou bastante, nos últimos anos, em termos de postos de trabalho criados. De acordo com o levantamento da Agência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego, de uns tempos para cá, a situação no que se refere à abertura de novas vagas na Capital do Agreste, até que deu sinais de recuperação, porém ainda bem distante da ideal. Quem está à procura de uma recolocação no mercado formal da cidade, o período atual é o mais propenso possível, haja vista que o calendário vem marcando o mês de novembro, onde, tradicionalmente, milhares de ofertas de empregos temporários costumam ser abertas para preenchimento.
A Agência do Trabalho de Pernambuco, que repercute os dados do Sine (Sistema Nacional de Emprego), exerce um papel muito importante na intermediação entre o captador (candidato) e o ofertador (empregador) da vaga. Em visita esta semana à unidade do serviço em Caruaru, a reportagem VANGUARDA conversou com o jovem Jadiel Frutuoso, de 18 anos. Com pouca experiência no currículo, mas muita disposição para trabalhar, ele espera, enfim, obter a sua primeira experiência com carteira assinada. Jadiel procura uma oportunidade no comércio local desde o início deste ano.
“Em termos gerais, pode até ter melhorado um pouco a situação em termos de emprego, mas ainda há muita gente sem ocupação em Caruaru. Eu mesmo sou um exemplo desta dura realidade! Desde o último mês de janeiro que venho batalhando por uma vaga, mas, até agora, nada. Geralmente, as empresas costumam dar preferência para quem já possui experiência, então está difícil de conseguir trabalho, porém não é impossível. Encontro-me esperançoso de, finalmente, passar num processo seletivo e conseguir essa tão desejada vaga. Terminar 2018, empregado, mesmo que de forma temporária, seria um verdadeiro presente de Natal! Preciso ajudar financeiramente em casa e fico preocupado em ainda não poder estar contribuindo”, comentou.
Outro jovem que procurou o encaminhamento da Agência de Trabalho para um processo de seleção foi Sérgio Medeiros, de 20 anos. Ele também tem preferência para atuar no varejo. “Meu objetivo é ser vendedor, mas, se pintar uma vaga para estoquista, não tem problema, quero também! O importante é conseguir o emprego. Preciso ajudar nas contas de casa que, por sinal, não têm parado de chegar e meus pais se encontram bastante apertados. Quero aproveitar o tempo de experiência para tentar me destacar e, se Deus quiser, ser efetivado após o término do período de experiência”, projetou Sérgio.
De com o coordenador da Agência do Trabalho de Caruaru, Tássio Patrese, a expectativa é de aumento no número de vagas temporárias abertas em Caruaru em relação ao último bimestre do ano passado. “A cada fim de ano, tradicionalmente, projetamos acréscimos em termos de ofertas criadas e, em 2018, não está sendo diferente. A expectativa é de que, principalmente, o comércio e o setor de serviços sejam, mais uma vez, os responsáveis pela maior abertura de vagas no nosso serviço. A dica para os interessados é não perder tempo, haja vista que os processos seletivos já estão sendo realizados. É importante que eles compareçam até a nossa unidade e busquem atendimento”, destacou.
Para atendimento ao público, a Agência funciona de segunda a sexta-feira, no horário das 7h às 13h, na Rua Padre Antônio Tomaz, nº 127, no Bairro Maurício de Nassau. “Ressaltamos que o processo de busca por uma vaga utilizando o nosso serviço é bastante simples. Primeiro, basta o interessado comparecer até a nossa unidade munido dos documentos de identificação (RG, CPF e Carteira de Trabalho), onde será realizado o cadastro. Em seguida, o nosso sistema filtrará as ofertas que se encaixam no perfil do candidato para que o mesmo participe, posteriormente, do processo seletivo. A busca leva apenas alguns minutos!”, finalizou Tássio.
Mais informações sobre os serviços da unidade podem ser adquiridas pelo telefone: 3719-9480.
Os números do MTE
De acordo com os dados repassados pela Agência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego, com sede em Caruaru, em 2016, foram criados, 2.978 empregos temporários, no fim de ano, na cidade. Já no ano seguinte, quando a economia começou a apresentar sinais de recuperação, não só na Capital do Agreste, mas em todo o país, cerca de 3.200 ocupações do tipo acabaram sendo contabilizadas no último bimestre. Houve, portanto, um aumento de aproximadamente 12% com relação ao mesmo período de 2016.
Tradicionalmente, as contratações temporárias para o fim de ano iniciam no mês de setembro na indústria, bem como a partir de outubro, no comércio e no setor de serviços. A expectativa para 2018, de acordo também com o estudo da Agência Regional do MTE, é de que haja um crescimento no número de ofertas na ordem dos 10% a 15%.
Os direitos dos trabalhadores temporários são basicamente os mesmos dos trabalhadores efetivos da empresa, com exceção do aviso prévio e a multa de 40% do FGTS. No final da contratação, que dura em média três meses, os trabalhadores recebem uma indenização proporcional ao tempo de serviço.
O setor onde há mais contratações temporárias é o comércio, que responde por 60% do total, seguido do setor de serviços, com 22%, e, em seguida, o setor da indústria, com 18%.