Nas ruas, muito confronto entre poucos manifestantes

Enquanto dezenas de senadores discursam na sessão que vai decidir sobre a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, manifestantes contrários e a favor ao impedimento se reúnem em lados opostos da Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O público hoje é menor do que o visto na votação da Câmara dos Deputados, no dia 17 de abril, e desta vez não há telões para que os manifestantes acompanhem o debate.

Do lado esquerdo do muro que divide a Esplanada para evitar confrontos entre os grupos, o servidor público Edmilson Gaspar de Melo disse que, apesar da expectativa de derrota do governo na votação do Senado, é essencial mostrar que esse processo não é apoiado por toda a sociedade. Para ele, o impeachment não é somente contra o Partido dos Trabalhadores e a presidente Dilma Rousseff, mas contra a democracia e o Estado Democrático de Direito.

“Eu defendo que quem não concorda com o golpe vá à rua e mostre a cara, mostrando que efetivamente o golpe não é algo que vai ficar por isso mesmo. É fundamental que o povo, que os 32 milhões de pessoas que estavam na extrema pobreza e saíram e todos que foram beneficiados pelo governo petista mostrem que não dá para concordar com o que está sendo proposto pelos golpistas”,

Enquanto isso, do lado direito, as cores verde e amarelo predominam entre os manifestantes. Do lado dos apoiadores do processo, cartazes e placas comemoram a possível saída de Dilma.

Mesmo sem estar convicta de que Michel Temer seja uma solução para a situação política brasileira, a aposentada Margareth Rocha diz que quer contribuir para um movimento forte das pessoas que comungam da opinião de que o melhor para o país é que a presidente saia do cargo. “Me juntei com parentes e amigos para ver de perto esse momento, com pessoas que pensam como eu. Eu não estou confiante no Temer, mas só em tirar o PT do governo, eu já acho que adianta muito”, disse a aposentada, de 62 anos, vestida com camiseta amarela.

Confronto

Um grupo de mulheres marchou até a barreira, ficando bem próximo à polícia. Manifestantes jogaram rojões e outros objetos em direção aos policiais, que reagiram com gás de efeito moral, dispersando o grupo. As mulheres  estão em Brasília para a Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres e duas delas ficaram feridas no incidente, sendo socorridas pelos bombeiros. O confronto ocorreu há pouco, do lado esquerdo do muro que divide o gramado da Esplanada para a votação do impeachment, e envolveu os policiais que formam a barreira para impedir o acesso ao Congresso Nacional.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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