Estima-se que no Brasil pelo menos dois milhões de pessoas tenham algum tipo de demência. E estatisticamente o Alzheimer é a maior causa desses sintomas. E com aumento da longevidade da população, a previsão é que nos próximos 20 anos, esse número dobre.
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que leva à perda progressiva da memória e outras funções cognitivas. Em casos leves, os pacientes apresentam esquecimento da memória recente e tem sintomas como dificuldade para encontrar palavras. Com o avanço da doença, já em casos mais graves, o paciente “desaprende” a fazer coisas simples como engolir a comida, por exemplo.
De acordo com o neurocirurgião membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Erton César, com o diagnóstico precoce é possível retardar o avanço da doença: “com um diagnóstico correto e um tratamento multidisciplinar que inclui fisioterapia, atividades de estimulação psicomotora e psicoterapia, é possível retardar os sintomas da demência”, explicou.
No entanto, uma descoberta americana aprovada nesta semana trouxe mais esperança para o tratamento de pacientes e familiares. Trata-se da medicação Aducanumabe, o primeiro remédio para Alzheimer aprovado em 18 anos. Pesquisadores afirmam que a substância atua na causa, e não nos sintomas da demência causada pelo Alzheimer. Ele tem como alvo a amiloide, uma proteína que forma aglomerados anormais no cérebro e danificam as células, trazendo como sintoma a demência do paciente. Testes indicaram que o tratamento reduziu significativamente o declínio cognitivo, o que trouxe um sensível retardo no avanço da doença, que não tem cura.
Nos últimos dez anos, mais de cem tratamentos contra o Alzheimer fracassaram. A comunidade médica comemora a descoberta: “Caso essa medicação seja aprovada no Brasil, ganharemos uma arma na luta em prol de uma melhor qualidade de vida dos pacientes com Alzheimer”, finalizou o neurocirurgião.