Apesar de o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), ter anunciado que a legenda permanecerá na base aliada do governo até a votação do impeachment, diretórios regionais do partido sinalizaram apoio à saída da presidente Dilma Rousseff. As lideranças do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Distrito Federal, Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais e Acre decidiram neste domingo (10) votar a favor do impeachment.
Juntos, os nove diretórios tem 23 dos 51 deputados federais do PP na Câmara. O partido é o recordista de citações na Operação Lava Jato, com mais de 30 investigados. Também foi a legenda que mais cresceu depois da janela de troca de partidos, tinha 40 deputados e agora tem 51 e seis senadores.
A decisão dos diretórios regionais segue o que o deputado Paulo Maluf (PP-SP) já havia anunciado, sobre o racha no partido com relação ao impeachment e ao posicionamento do presidente apoiando o governo Dilma Rousseff. Segundo o deputado, a negociação foi feita porCiro Nogueira sem consulta prévia aos demais políticos da base.
Esta pode ser considerada uma derrota do governo e, principalmente, do ex-presidente Lula, que negocia o fortalecimento da base aliada depois da saída do PMDB. A ideia do ex-presidente é dar mais espaço para o PP, PR e PSD e garantir os 172 votos necessários para barrar o processo de impeachment no plenário da Câmara dos Deputados. O PP, que já controla o ministério da Integração Nacional, ganharia também a pasta da Saúde, além de cargos no segundo escalão do governo.