O PT interessa mais à ala de PE que ao PSB nacional

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Renata Bezerra de Melo/Folhape

Das três frentes de diálogo que o PSB nacional abriu ontem – com o PT, com o Podemos e com a Rede – duas contaram com a participação do governador Paulo Câmara. Ele esteve no café da manhã com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e na conversa, à tarde, com Marina Silva. Levou falta no encontro com o presidenciável Álvaro Dias, que, em Pernambuco, tem como aliado Antônio Campos, que trocou as hostes socialistas pelo Podemos.

A iniciativa do encontro com Gleisi partiu dos petistas e essa aproximação é mais interessante, hoje, para a sigla em Pernambuco do que para o PSB nacional. Em outras palavras, nacionalmente essa retomada não une o partido. Há focos de resistência. Márcio França, vice-governador de São Paulo, e Beto Albuquerque, que foi vice de Marina Silva em 2014, são exemplos de membros do PSB que não simpatizam com essa aproximação.

Para Paulo Câmara, que ainda corre o risco de ver o PMDB escorregar de sua aliança e cair no colo do palanque da oposição, ter o PT por perto tem um peso, considerando-se a condição de Lula de forte cabo eleitoral no Estado. Anteontem, o ministro Maurício Quintella, ao discursar em Taquaritinga do Norte, e citar o nome do presidente Michel Temer deparou-se com um princípio de vaia vinda do público presente.

Os socialistas, que têm assumido postura dura de oposição ao Governo Federal, naturalmente, têm tirado esse termômetro relativo ao cenário local. Os encontros, na sede do PSB ontem, seguiram a agenda iniciada no primeiro semestre com outros partidos, a exemplo do PCdoB, PDT e PSDB. No PSB nacional, há quem avalie a reunião com o PT como “protocolar” e, coincidência ou não, ela se deu no mesmo dia em que outras foram agendadas, o que dilui as atenções.

Henry: “Diálogo é sempre uma coisa boa”
Como Paulo Câmara, Raul Henry também estava em Brasília ontem. Sobre o encontro dos socialistas com Gleisi Hoffmann, o presidente estadual do PMDB fez a seguinte avaliação à coluna: “Para quem faz política, tem que estar disposto sempre ao diálogo. O diálogo é sempre uma coisa boa”.

Até na divergência > O vice-governador arremata assim: “É muito melhor o diálogo do que a intolerância. O diálogo até para divergir é uma coisa positiva”. Mesmo que seja com PT, partido em relação ao qual o PMDB-PE exerceu ferrenha oposição.

Para Jarbas, tudo bem> Jarbas Vasconcelos também não oferece objeção. Rumores recentes deram conta de que ele teria colocado como premissa para estar no palanque de Paulo Câmara que o PT não esteja. Jarbas, à coluna, sublinha: “Nunca exteriorizei isso!”. Garante nunca ter feito exigência nem parecida ao governador.

Cicatrizes 1 >Beto Albuquerque, que foi vice de Marina Silva em 2014, é taxativo em sua análise sobre esse reencontro – PT e PSB: “Nacionalmente, é só protocolar! Dialogar não tira pedaço de ninguém!”.

Cicatrizes 2 >Beto recorre às marcas da eleição presidencial: “Mas as feridas abertas pela agressão de Dilma/Temer contra Eduardo/Marina/Beto não cicatrizarão tão cedo! A mentira de 2014 foi um estelionato eleitoral patrocinado por dinheiro da corrupção!”.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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