OPINIÃO: Mais médicos, menos Cuba

Por RAFFIÊ DELLON

Vários estudiosos, respaldados por pesquisas inteligentemente bem elaboradas, constataram que o grande câncer da medicina pública no Brasil não é a falta de hospitais, mas sim a carência de médicos e, principalmente, de estrutura física para esses profissionais executarem suas teorias e práticas que levam anos de estudos minuciosos e que necessitam de muito foco no aprendizado, pois é a vida humana que está em jogo. Quem acompanha as últimas notícias sobre o governo federal também já está cansado de saber do namoro que este país tem por Cuba. É algo que nem Afrodite, deusa do amor, da beleza e da sexualidade na mitologia grega, conseguiria explicar em terras tupiniquins.

Nos portos, está mais do que claro que o governo do PT, sem explicação lógica alguma, colocou mais dinheiro na estrutura portuária de Cuba do que a nossa brasileira, que vale frisar: está muito longe de ser um modelo eficiente. Segundo o portal Contas Abertas, nos últimos três anos, por meio de empréstimo do BNDES, o Brasil teve como participação anual média o valor de US$ 227,4 milhões para construção do Porto de Mariel, em Cuba. Só em termos comparativos, no Brasil, o total de investimentos em portos em 2013 foi de US$ 15,5 milhões, levando em consideração que é preciso ser investido no país US$ 18,7 bilhões.

Você acha o valor absurdo? E se eu contasse que todos os dados acima transcorrem em segredo de Justiça? Pois é. Além de sucatear o sistema portuário brasileiro, existe um receio no namoro Brasil/Cuba de que os verdadeiros donos de todo esse dinheiro – leia-se população brasileira – fiquem sabendo sobre como os valores são empregados na ilha dos irmãos Castro. Já na temática da saúde, área que deve ser prioritária para qualquer gestor público, a relação conjugal não é diferente.

Cuba + PT + Dólares = Financiamento ilegal de campanha. É uma equação que, caso venha a ser confirmada, não será nenhuma novidade para os olhos dos mais experientes em negociatas políticas. Para termos ideia, a vinda dos médicos cubanos ao Brasil vai representar uma turbinada no caixa financeiro do governo da ilha de pelo menos R$ 713 milhões por ano, o que significa 77,01% do repasse que o nosso país investe para trazer os profissionais. É lamentável que grande parte do salário vá direto para Cuba, num modelo “neoescravista” que surpreende qualquer pessoa de bom senso humano.

Não que eu queira ser maldoso, ou algo do tipo, ou até achar que o PT seria capaz disso… Longe de mim! Mas é bastante plausível a atenção que o ministro do STF, Gilmar Mendes, citou na última semana sobre a necessidade de o Ministério Público investigar as supostas doações de dinheiro feitas para o pagamento de multas impostas aos petistas condenados no julgamento democrático do mensalão, uma vez que não há qualquer controle sobre as transferências dos “militantes”, que já ultrapassam R$ 1,7 milhão. Eu, francamente, não quero acreditar que, por trás disso tudo, exista uma “castrisma lavanderia companheira limitada”.

raffie coluna

 

Raffiê Dellon é presidente do PSDB de Caruaru. Escreve para o blog todas as segundas-feiras

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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