A água é um elemento essencial para o ser humano, já que 70% do nosso corpo é formado por ela. Nosso organismo consegue ficar muito tempo sem alimento, mas não sem água. Há estudos apontando que no máximo entre três a cinco dias uma pessoa pode morrer, portanto, é fundamental uma hidratação adequada. Entretanto, o paciente renal crônico deve ter cuidado, até com a ingestão de água.
O acúmulo de líquidos é um dos principais problemas enfrentados pelos pacientes renais crônicos , muitas vezes provocando aumento da pressão arterial e até edemas no corpo. “Por isso, é muito importante que o paciente esteja sempre em acompanhamento com um médico nefrologista, que especificará as quantidades corretas de consumo de líquido para cada caso”, observa a nefrologista Ângela Santos.
Até as pessoas saudáveis devem controlar o consumo de líquidos. Segundo Ângela Santos, a recomendação de ingerir mais de dois litros de água por dia para não prejudicar a funcionalidade dos rins é um mito. “Apesar de necessitarmos de adequada ingesta hídrica para um bom metabolismo, o nosso rim controla sua função de acordo com a ingestão de líquidos: se hidratarmos demais, teremos maior eliminação de urina mais diluída. Caso contrário, o rim concentrará e diminuirá o volume de diurese. Orientamos a ingesta de 30 ml de líquidos por quilo de peso. Desse total, 50% devem ser na forma de água pura; o restante, através dos outros líquidos ingeridos e proveniente dos alimentos, por exemplo uma hidratação adequada para um paciente que pesa 70kg, deve ser de dois litros, sendo um litro de água pura”, ressalta.
Outra dificuldade para pacientes renais é o acúmulo de toxinas, que passam a não ser eliminadas pelos rins. “Quando há o mau funcionamento dos rins, substâncias como potássio, fósforo, ureia, sódio e água passam a ficar acumuladas no sangue. Então, a dieta passa a ser responsável por fornecer tais nutrientes em quantidades adequadas para manter um bom estado nutricional”, explica a nefrologista Ângela Santos da Uninefron.