Bolsonaro responde a 16 ações no TSE que podem torná-lo inelegível

Pressionado após a realização de atos terroristas por um grupo de apoiadores, o que o levou a ser investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) pela possível incitação aos crimes, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também enfrenta dificuldades no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ele responde a 16 ações na Corte que, no limite, podem torná-lo inelegível. O cenário jurídico tornou-se mais complexo na semana passada, com a abertura de um novo procedimento e a inclusão em um dos processos, como prova, da minuta golpista encontrada pela Polícia Federal na casa do ex-ministro Anderson Torres.

As ações apuram fatos que podem ter desequilibrado a disputa de 2022 em favor do ex-chefe do Executivo. Cinco especialistas ouvidos pelo GLOBO avaliaram que existem chances consideráveis de o TSE declarar a inelegibilidade de Bolsonaro, o que poderia tirá-lo de eleições por 8 anos.

De acordo com os advogados eleitorais, três processos são mais graves: o que apura o uso de programas sociais, como o Auxílio Brasil, em favor de Bolsonaro; o que investiga uma suposta rede de desinformação; e o que averigua ataques ao sistema eleitoral. Esse último caso ganhou um reforço na segunda-feira, quando o ministro Benedito Gonçalves determinou a inclusão da minuta de um decreto sobre a imposição de um estado de defesa na Corte eleitoral.

O ofício passou a integrar uma ação, proposta pelo PDT, que investiga se houve abuso de poder político em uma reunião que Bolsonaro promoveu com embaixadores para atacar as urnas eletrônicas. A defesa do ex-presidente classificou o documento como “apócrifo”.

Nessa ação, há brecha para ser aplicada a jurisprudência criada na cassação do ex-deputado estadual Fernando Francischini (União Brasil-PR) por notícias falsas sobre as urnas. De acordo com Luiz Fernando Pereira, coordenador-geral da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político, a Corte firmou o entendimento de que ataques ao sistema eleitoral são passíveis de perda de mandato, mesmo sem interferência direta no resultado.

— Quem ataca o sistema de totalização dos votos pode ser cassado. O bem protegido é a legitimidade do sistema eleitoral — resume Pereira.

Em relação ao acréscimo de provas durante a tramitação do processo, também existe jurisprudência no tribunal. Em 2017, por exemplo, a delação premiada de executivos da Odebrecht foi incluída na ação que pedia a cassação da chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB).

Outra ação que pode trazer problemas para Bolsonaro é a que questiona uma série de medidas tomadas no decorrer do ano passado, vistas como abuso de poder político e econômico. São citadas, entre outras, três envolvendo o Auxílio Brasil, principal vitrine eleitoral do ex-presidente: a permissão do empréstimo consignado, a antecipação do pagamento de parcelas e o aumento de famílias beneficiadas. Especialistas afirmam que casos semelhantes a nível municipal já geraram a cassação de prefeitos.

— Há um elemento forte, que é a utilização da máquina estatal, no ano da eleição, potencializando programas sociais — ressalta Carlos Eduardo Frazão, ex-secretário-geral da presidência do TSE.

Uma terceira ação que pode causar a inelegibilidade também foi apresentada pelo PT e trata do que o partido classificou como uma rede de perfis destinados a difundir informações falsas. Um relatório apresentado pela sigla sustenta que havia ação coordenada.

‘Traçar limites’

Em 2018, Bolsonaro já havia sido alvo de uma acusação semelhante: a de que teria havido disparos em massa com desinformação. O caso foi julgado pelo TSE e arquivado pelos ministros em 2021 por falta de provas. Na época, no entanto, o ministro Alexandre de Moraes — hoje presidente da Corte — afirmou que, se houvesse repetição no pleito seguinte, o registro de candidatura seria cassado.

— Esse caso do Bolsonaro dá sinais de que não será limítrofe — diz a professora do IDP Marilda Silveira.

Outras ações que tramitam são consideradas de menor potencial de forma isolada, mas podem ajudar a compor um cenário de abuso caso sejam analisadas em conjunto. É o caso, por exemplo, de processos sobre um possível uso político do 7 de Setembro.

— Se for feita uma relação de continuidade nas ações, tem um coquetel de abusos: político, econômico e de meios de comunicação — avalia a advogada Leticia Lacerda de Castro.

Já o advogado Marcelo Peregrino considera que o conjunto torna o cenário indigesto para o ex-presidente:

— Eu acho que a exceção seria o não reconhecimento da inelegibilidade. Se isso não for reconhecido, imagina como serão as eleições municipais. Será uma oportunidade de o tribunal traçar limites.

Governo quer adiantar recrutamento de médicos para distritos indígenas

O Ministério da Saúde informou, neste domingo (22), que estuda acelerar a publicação de um edital do Programa Mais Médicos para recrutar profissionais, tanto formados no Brasil quanto no exterior, para atuação em território Yanomami. A medida é uma das ações da Sala de Situação, criada para apoiar ações de enfrentamento à desassistência sanitária dos povos Yanomami.

“Tínhamos um edital só para brasileiros. Só em seguida que faríamos um edital para brasileiros formados no exterior e, depois, para estrangeiros. Frente à necessidade de levarmos assistência à população dos distritos indígenas, especialmente aos Yanomami, queremos fazer um edital em que todos se inscrevam de uma única vez”, explica o secretário de Atenção Primária à Saúde, Nésio Fernandes.

Segundo o secretário, com o edital único, quando esgotarem as vagas para brasileiros, aquelas remanescentes automaticamente irão para os brasileiros formados no exterior. Persistindo a vacância, as vagas irão para estrangeiros que queiram participar, de modo que haja um processo mais célere. A ideia é otimizar o trabalho e suprir o atendimento nos distritos indígenas.

De acordo com a pasta, o governo federal vai garantir recursos para um edital em andamento, em que há 77 médicos alocados na região Yanomami. O Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami é um dos que mais carece de profissionais entre os territórios, com apenas 5% das vagas ocupadas. Por isso, a necessidade de um novo edital formulado já a partir desta semana, contemplando a necessidade da saúde indígena.

Abandono

Desde a última segunda-feira (16), equipes do Ministério da Saúde se encontram na região Yanomami, território indígena com mais de 30 mil habitantes. O grupo se deparou com crianças e idosos em estado grave de saúde, com desnutrição acentuada, além de muitos casos de malária, infecção respiratória aguda (IRA) e outros agravos.

Em visita à região neste sábado (21), o presidente Lula afirmou que a situação dos povos Yanomami, em Roraima, é desumana. Lula esteve em Boa Vista e viu de perto a crise sanitária que atinge os indígenas. A situação já levou à morte 570 crianças nos últimos anos, sendo que 505 tinham menos de 1 ano. No ano de 2022, foram registrados 11.530 casos confirmados de malária na terra Yanomami.

Atualmente, cerca de 700 indígenas estão sendo atendidos na casa de apoio, a maioria crianças com desnutrição grave. Umas das ações prioritárias, para o presidente, é organizar a rede logística para o transporte de suprimentos e das pessoas entre as aldeias e a cidade, como a melhoria de pistas de pouso de aeronaves em regiões mais próximas às comunidades.

Força do SUS recebe inscrições para voluntários em território yanomami

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visita o hospital indígena e a Casa de Apoio à Saúde Indígena em Boa Vista, capital de Roraima

O Ministério da Saúde divulgou neste domingo (22) um link de cadastro para inscrições de novos voluntários que queiram apoiar a Força Nacional do SUS. Neste momento, os acionamentos têm foco principalmente para serviços em território Yanomami, depois que o governo decretou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional na região. Acesse aqui o formulário de inscrição

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, por meio do Twitter, que a medida foi tomada após vários voluntários oferecerem ajuda aos indígenas.

“Recebemos muitas mensagens de pessoas querendo ajudar no território Yanomami. O Ministério da Saúde abriu um formulário para inscrição de profissionais de saúde voluntários. Ajude a compartilhar. O Brasil é o país da solidariedade e esperança”, disse.

Cadastro

O cadastro é permanente, de forma que convocações possam ser feitas em eventuais futuras missões. Para submeter a inscrição é necessário preencher o nome completo e a área de formação.

Os voluntários já convocados prestarão atendimento direto aos pacientes localizados na Casa de Saúde Indígena (Casai) Yanomami e assistência no hospital de campanha do Exército. A equipe é composta por médicos, enfermeiros e nutricionistas que atuarão de acordo com suas especialidades.

A Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS) é um programa de cooperação criado em novembro de 2011 e voltado à execução de medidas de prevenção, assistência e repressão a situações epidemiológicas, de desastres ou de desassistência à população quando for esgotada a capacidade de resposta do estado ou município.

Deputados do PT entram com representação criminal contra Bolsonaro

Quatro deputados federais do Partido dos Trabalhadores protocolaram neste domingo (22) uma representação criminal na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos e senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF) por suspeita de crime de genocídio contra os povos Yanomami em Roraima.

“Crianças e adultos em situação de elevada subnutrição, cadavéricas, numa realidade que não deveria existir num país que ano após ano tem recordes na sua produção agrícola e alimenta diversas nações e povos”, diz o documento. “A responsabilidade por essa tragédia é conhecida no Brasil e no mundo. Na verdade, além da omissão dolosa, o primeiro representado [Jair Bolsonaro] é diretamente responsável por autorizar, incentivar e proteger o garimpo ilegal nas terras indígenas Yanomami e em várias regiões da Amazônia”, acrescenta.

Os deputados afirmam que a atitude de Bolsonaro contribuiu de maneira decisiva para a “contaminação dos rios (mercúrio) e, consequentemente, resultou nos impactos na alimentação (pesca) e nas condições de sanitárias (saúde) dos povos tradicionais que vivem e sobrevivem nas áreas onde não deveria haver garimpos, legais ou ilegais”.

A representação também inclui todos os ex-presidentes da Funai durante o governo Bolsonaro – no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2022. Assinam a representação os parlamentares Alencar Santana (SP), Maria do Rosário (RS), Reginaldo Lopes (MG) e Zeca Dirceu (PR).

Na representação, os deputados defendem que esses gestores são “diretamente responsáveis, por ação ou omissão, pelas mortes e infortúnios vivenciados pelos povos Yanomami e outras comunidades indígenas e deverão ser qualificados e responsabilizados”.

Força do SUS recebe inscrições para voluntários em território Yanomami

O Ministério da Saúde divulgou neste domingo (22) um link de cadastro para inscrições de novos voluntários que queiram apoiar a Força Nacional do SUS. Neste momento, os acionamentos têm foco principalmente para serviços em território Yanomami, depois que o governo decretou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional na região. Acesse aqui o formulário de inscrição.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, por meio do Twitter, que a medida foi tomada após vários voluntários oferecerem ajuda aos indígenas.

“Recebemos muitas mensagens de pessoas querendo ajudar no território Yanomami. O Ministério da Saúde abriu um formulário para inscrição de profissionais de saúde voluntários. Ajude a compartilhar. O Brasil é o país da solidariedade e esperança”, disse.

Cadastro

O cadastro é permanente, de forma que convocações possam ser feitas em eventuais futuras missões. Para submeter a inscrição é necessário preencher o nome completo e a área de formação.

Os voluntários já convocados prestarão atendimento direto aos pacientes localizados na Casa de Saúde Indígena (Casai) Yanomami e assistência no hospital de campanha do Exército. A equipe é composta por médicos, enfermeiros e nutricionistas que atuarão de acordo com suas especialidades.

A Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS) é um programa de cooperação criado em novembro de 2011 e voltado à execução de medidas de prevenção, assistência e repressão a situações epidemiológicas, de desastres ou de desassistência à população quando for esgotada a capacidade de resposta do estado ou município.

Plataforma Não Me Perturbe fecha 2022 com 11 milhões de cadastros

Mecanismo que permite o bloqueio de chamadas não desejadas de empresas, a plataforma Não Me Perturbe fechou 2022 com 11 milhões de números de telefone cadastrados. Isso representa crescimento de 1,45 milhão de números em relação a 2021.

Segundo a Conexis Brasil Digital, que reúne as empresas de telecomunicações e de conectividade, o número de cadastros equivale a 3,8% da base de 288,6 milhões de telefones fixos e móveis existentes no Brasil.

Flávio Bolsonaro aponta ‘farra’ no governo e filho de Lula reage

O filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Luis Claudio Lula da Silva, respondeu, neste sábado (21/1), a uma crítica do senador Flávio Bolsonaro (PL) sobre o atual governo federal. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que o petista instalou uma “farra com dinheiro público”.

“Primeiro mês nem terminou e a farra com dinheiro público já está instalada”, escreveu Flávio no Twitter, na última quinta-feira (19/1). A publicação ironiza a liberação de verba para Lei Rouanet, que incentiva a Cultura, e usa uma foto do recurso aprovado para o projeto “Claudia Raia – Os Musicais”. O comentário do senador foi replicado no perfil.

“Notícias paralelas” no Twitter, na última sexta-feira (20/1). “Flávio Bolsonaro critica os primeiros 20 dias de governo Lula: “farra com dinheiro público”.

“Tá de sacanagem, né?!?”, respondeu Luis Claudio ao post da página. A publicação do filho do petista conta com mais de 600 curtidas.

Os filhos de Bolsonaro e Lula já trocaram farpas nas redes sociais em outras ocasiões. Em dezembro do ano passado, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e Luis Claudio discutiram nas redes sociais. O filho do ex-presidente Bolsonaro foi chamado de “chorão”.

Estado de Minas

Governo quer adiantar recrutamento de médicos para distritos indígenas

Fachada do Ministério da Saúde na Esplanada dos Ministérios

O Ministério da Saúde informou, neste domingo (22), que estuda acelerar a publicação de um edital do Programa Mais Médicos para recrutar profissionais, tanto formados no Brasil quanto no exterior, para atuação em território Yanomami. A medida é uma das ações da Sala de Situação, criada para apoiar ações de enfrentamento à desassistência sanitária dos povos Yanomami.

“Tínhamos um edital só para brasileiros. Só em seguida que faríamos um edital para brasileiros formados no exterior e, depois, para estrangeiros. Frente à necessidade de levarmos assistência à população dos distritos indígenas, especialmente aos Yanomami, queremos fazer um edital em que todos se inscrevam de uma única vez”, explica o secretário de Atenção Primária à Saúde, Nésio Fernandes.

Segundo o secretário, com o edital único, quando esgotarem as vagas para brasileiros, aquelas remanescentes automaticamente irão para os brasileiros formados no exterior. Persistindo a vacância, as vagas irão para estrangeiros que queiram participar, de modo que haja um processo mais célere. A ideia é otimizar o trabalho e suprir o atendimento nos distritos indígenas.

De acordo com a pasta, o governo federal vai garantir recursos para um edital em andamento, em que há 77 médicos alocados na região Yanomami. O Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami é um dos que mais carece de profissionais entre os territórios, com apenas 5% das vagas ocupadas. Por isso, a necessidade de um novo edital formulado já a partir desta semana, contemplando a necessidade da saúde indígena.

Abandono

Desde a última segunda-feira (16), equipes do Ministério da Saúde se encontram na região Yanomami, território indígena com mais de 30 mil habitantes. O grupo se deparou com crianças e idosos em estado grave de saúde, com desnutrição acentuada, além de muitos casos de malária, infecção respiratória aguda (IRA) e outros agravos.

Em visita à região neste sábado (21), o presidente Lula afirmou que a situação dos povos Yanomami, em Roraima, é desumana. Lula esteve em Boa Vista e viu de perto a crise sanitária que atinge os indígenas. A situação já levou à morte 570 crianças nos últimos anos, sendo que 505 tinham menos de 1 ano. No ano de 2022, foram registrados 11.530 casos confirmados de malária na terra Yanomami.

Atualmente, cerca de 700 indígenas estão sendo atendidos na casa de apoio, a maioria crianças com desnutrição grave. Umas das ações prioritárias, para o presidente, é organizar a rede logística para o transporte de suprimentos e das pessoas entre as aldeias e a cidade, como a melhoria de pistas de pouso de aeronaves em regiões mais próximas às comunidades.

UBAPC será contemplada com show solidário do humorista Evinho da Gréia

O humorista Evinho da Gréia realizará show solidário, na próxima quinta-feira (26), no Shopping Difusora, no bairro Maurício de Nassau. O evento tem como objetivo arrecadar até duas toneladas de alimentos para distribuição à comunidades carentes de Caruaru.

Para acompanhar ao show, o interessado deverá fazer a entrega de dois quilos de alimentos não perecíveis. Dentre as entidades que serão beneficiadas com o repasse de alimentos está a União Beneficente de Artistas e Profissionais de Caruaru (UBAPC), que tem como diretor-presidente José Marcolino.

Os alimentos podem ser trocados por ingresso na Loja do Bem, no 3º piso do Shopping Difusora ou no dia do espetáculo, na bilheteria.

Lula faz hoje a primeira viagem internacional rumo a Argentina e ao Uruguai

Em sua primeira viagem internacional oficial, priorizando relações vizinhas da América Latina, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viaja, neste domingo, para a Argentina, maior parceiro comercial do brasileiro na região e terceiro mundial, atrás de China e Estados Unidos. E, amanhã, o chefe do Executivo começa a agenda oficial em Buenos Aires participando da tradicional oferenda de flores na Praça San Martín, seguida de uma reunião com o presidente Alberto Fernández, além de participar de um encontro com empresários.

Na comitiva presidencial, acompanham o presidente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos e a primeira-dama, Rosângela Lula da Silva.

À noite, os dois presidentes assistirão a um concerto musical com artistas argentinos e brasileiros no Centro Cultural Kirchner.

Na terça-feira, Lula participará da reunião de cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Buenos Aires, marcando a volta do país ao bloco composto por outros 32 países. O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) havia suspendido a participação do Brasil na gestão anterior. Durante o evento, há expectativa de que o petista também se reúna com o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

Lula deve assinar um acordo com a Argentina para cooperação científica e logística nas estações dos dois países na Antártida. Outro ponto que deve ser discutido é a negociação de um gasoduto entre ambos os países. De acordo com o secretário das Américas do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Michel Arslanian Neto, “a escolha de um país da América do Sul passa a importante mensagem de que o país quer retomar os laços com a região”, negligenciados durante o governo anterior.

Entre os temas a serem tratados está a integração energética, comércio e investimentos, ambiente, infraestrutura, defesa, desarmamento, combate a ilícitos, espaço, cultura e questões de gênero.

Ao Correio, o assessor-chefe da Assessoria Especial do Presidente da República e ex-chanceler Celso Amorim comentou que a ida à Argentina mostra a relação de amizade profunda entre os países. E apontou a importância da retomada do Brasil na Celac e a possibilidade de projetos no âmbito de financiamentos, gasodutos e infraestrutura. O país vizinho é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil.

“Há projetos importantes para o fortalecimento de integração envolvendo possibilidade de financiamentos, gasodutos, infraestrutura, além da ampla política em relação à integração. A outra agenda é a reunião da Celac, o Brasil tinha vergonhosamente saído e voltará ao foro. A motivação principal é a integração sul-americana. É possível que Lula levante temas como a retomada da União de Nações Sul-americanas (Unasul). Ele ainda vai decidir. Naturalmente que, em uma reunião assim, alguns países queiram também reuniões bilaterais, ainda que rápidas, com Lula”.

Antes de retornar ao Brasil, Lula visitará o Uruguai, no dia 25, a convite do líder uruguaio, Luis Lacalle Pou, em mais um sinal de retomada das boas relações com os países vizinhos, uma marca da diplomacia brasileira. Há outras viagens internacionais já programadas para o começo deste ano, como Estados Unidos — onde deverá se reunir com Joe Biden dia 10 de fevereiro —, e China, prevista para março, e Portugal, provavelmente em abril.

Com essas viagens, Lula busca iniciar o processo de recuperar a imagem do Brasil no cenário internacional, retirando o país do isolamento deixado pelo governo Jair Bolsonaro (PL). Em outra frente, Lula enviou a Caracas, na Venezuela, uma missão diplomática para dar início às providências para a reabertura da Embaixada do Brasil no país, fechada desde março de 2020, por iniciativa do governo anterior.

Correio Braziliense