PRF registra duas interdições parciais em rodovias federais

Trânsito fluindo normalmente nas rodovias federais da Paraíba.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou  que duas interdições permanecem nas rodovias federais ao país. De acordo com a corporação, o fluxo de veículos está parcialmente interrompido em Santarém, no Pará, e em Pontes e Lacerda, em Mato Grosso.

Segundo a PRF, 1.020 manifestações já foram desfeitas pelos agentes que estão realizando o patrulhamento.

No domingo (30), após o anúncio da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições para a Presidência da República, grupos de caminhoneiros iniciaram bloqueios em diversos pontos de rodovias federais em todo o país.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na segunda-feira (31) o total desbloqueio das rodovias que registraram paralisações.

Na sexta-feira (4), todas as rodovias federais já estavam livres de bloqueios totais e 966 manifestações haviam sido desfeitas.

Parque em Campos do Jordão ganha novo teleférico

Prefeitura de Campos do Jordão

O novo teleférico do Parque Capivari, em Campos do Jordão, foi inaugurado neste domingo (6). As obras, iniciadas em 22 de novembro de 2021, fazem parte da terceira etapa de um projeto de revitalização do parque, que tem custo total de R$ 70 milhões. O teleférico tem dois modelos de passeio, um por cabine fechada, que acomoda até oito pessoas, e outro com cadeira, que tem espaço para seis pessoas. De acordo com o governo paulista, é o primeiro modelo híbrido da América Latina.

O tempo de viagem é de 3 minutos, a uma altitude de 1.800 metros e velocidade máxima de 4 metros por segundo. O visitante pode escolher a cabine, fechada ou cadeira, para subir para o mirante do Morro do Elefante. A atração começou a funcionar em 1971 e foi o primeiro teleférico mono cabo de cadeirinhas a funcionar no país. Os ingressos podem ser adquiridos no site do parque e custam R$ 59 a inteira. A bilheteria funciona de 9h30 às 19h, de segunda-feira a quinta-feira, e de 9h às 20h, de sexta-feira a domingo.

A inauguração contou com a presença do governador Rodrigo Garcia e teve apresentação gratuita do cantor Ivan Lins e da Brasil Jazz Sinfônica, como parte do Festival Arte Primavera – Campos: Florada Cultural. Na ocasião, Garcia alterou o nome do Parque Capivari para Parque João Doria Capivari, em homenagem ao publicitário e ex-deputado federal João Doria, pai do ex-governador do estado, de mesmo nome.

Doria nasceu em Salvador em 21 de dezembro de 1919 e morreu em 17 de outubro de 2000. Ele teve o mandato cassado durante a ditadura militar, em abril de 1964, pelo Ato Institucional nº 1, foi  exilado em Paris, onde estudou psicologia na Sorbonne e fez mestrado pela Universidade de Sussex, no Reino Unido.

O Parque João Doria Capivari tem gestão privada da concessionária Eco Jordão. Além do teleférico, conta com praça de alimentação, roda gigante, parkids, pedalinhos, minitrenzinho, carrossel, super racing e lago.

Festival

A programação do festival Arte na Primavera – Campos: Florada Cultural oferece diferentes linguagens artísticas, como teatro, dança e música. São 11 espetáculos e dez atrações, que seguem até o fim deste mês. No dia 12, às 16h, o show será Roda de Viola, com Yassir Chediak, no Parque da Lagoinha; e, no dia 13, Paula Lima & São Paulo Big Band se apresentam também às 16h.

Nos dias 19, às 19h, e 20, às 16h, será exibido o espetáculo Gira do Grupo Corpo. A comédia dramática A Lista, com Lilia Cabral e Giulia Bertolli, será apresentada no dia 26, às 19h, no Auditório Claudio Santoro. É necessária a reserva do ingresso pelo site Sympla.

Covid-19: Brasil registra 1.077 casos e seis mortes em 24 horas

Vacinação de adultos contra covid-19 na Unidade Básica de Saúde - UBS Brás.

O Brasil registrou, segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, 1.077 novos casos e seis mortes por covid-19 em 24 horas. Desde o início da pandemia foram registrados 34.851.450 casos e 688.348 mortes pela doença.

O boletim também registrou 86 mil casos em acompanhamento e 34.076.743 pessoas que se recuperaram da doença, o que representa 97,8% dos infectados.

Os dados deste sábado não incluíram o número de casos e mortes do Acre, da Bahia, do Distrito Federal, do Maranhão, de Minas Gerais, do Mato Grosso do Sul, de Mato Grosso, da Paraíba, de Pernambuco, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Norte, de Roraima, de São Paulo e de Tocantins.

Estados

São Paulo é a unidade da Federação com maior número de casos e de óbitos, com 6,15 milhões e 175.640 mortes. Em relação aos casos, o estado do Sudeste é seguido por Minas Geras (3,89 milhões) e Paraná (2,75 milhões). O menor número de casos foi registra no Acre (149.916), em Roraima (175.594) e no Amapá (178.467).

Em relação aos óbitos, São Paulo é seguido por Rio de Janeiro (75.881) e Minas Gerais (63.887). Os menores índices de mortes foram registrados no Acre (2.029), no Amapá (2.164) e em Roraima (2.175).

Ministério da Saúde divulga em 06/11/2022 casos e mortes por covid-19
Ministério da Saúde divulga em 06/11/2022 casos e mortes por covid-19 – 06/11/2022/Divulgação/ Ministério da Saúde

Vacinação

Segundo o Ministério da Saúde, foram aplicados até agora 488,73 milhões de doses de vacina, sendo 180,4 milhões de primeiras doses, 162,4 milhões de segundas doses e 5 milhões de doses únicas.

As doses de reforços ultrapassam 100 milhões, as segundas doses de reforço são 35,6 milhões e as doses adicionais 4,8 milhões.

Ministro da Saúde pede que pais vacinem filhos contra a poliomielite

O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez um pronunciamento em cadeia de rádio e TV na noite deste domingo (6) pedindo para que pais e responsáveis vacinem as crianças contra a poliomielite. Segundo dados do ministério, a campanha de vacinação que ocorreu em agosto e setembro deste ano vacinou menos de 70% do público-alvo, composto por crianças de zero a cinco anos. A meta é imunizar 95% das crianças nessa faixa etária em todo o país.

“Faço um apelo aos pais, avós e responsáveis. Vacinem suas crianças contra a poliomielite. Não podemos negar esse direito ao futuro do nosso Brasil. Não podemos aceitar que ninguém, especialmente as nossas crianças, adoeçam e morram de doenças para as quais existe vacina há tanto tempo.”

A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada por um vírus que vive no intestino, o poliovírus, e que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes e secreções eliminadas pela boca de pacientes. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos.

“Há 32 anos a região das Américas é considerada livre da poliomielite, mas infelizmente as coberturas vacinais estão caindo no mundo, assim como no nosso Brasil”, disse Queiroga no pronunciamento. Segundo ele, a baixa taxa de vacinação contra a doença foi agravada  pela pandemia de covid-19.

“O Ministério da Saúde está empenhado para manter o Brasil livre da poliomielite”, destacou. O ministro afirmou que, durante a 30ª Conferência Sanitária Pan-Americana da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que ocorreu em setembro, nos Estados Unidos, o Brasil reforçou a necessidade dos países americanos se mobilizarem para erradicar a enfermidade.

Queiroga lembrou ainda que na última semana o governo lançou um plano de combate à poliomielite com o objetivo de organizar o trabalho da União, dos estados e dos municípios. Entre as ações prioritárias está o fortalecimento da vigilância epidemiológica e da vacinação.

“As vacinas continuam disponíveis nos postos de vacinação. É possível sim atingir a meta. Para tanto, é necessário o engajamento dos gestores de saúde e da sociedade civil. Estados como a Paraíba e o Amapá, por exemplo, já vacinaram mais de 90% do público alvo”, afirmou o ministro.

Imagem do Brasil renasce no exterior com a eleição de Lula

A vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desagradou aos mais radicais que pedem até um golpe militar. Mas a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) — que tem uma péssima imagem no exterior — reverberou positivamente no cenário internacional e recolocou o Brasil em uma posição de protagonista global em vez de pária, devido ao desmatamento recorde na Amazônia, ao aumento da pobreza e ao grande número de mortos pela covid-19: quase 700 mil, que colocaram o país na vice-liderança global, atrás apenas dos Estados Unidos.

O reconhecimento do presidente eleito por grandes líderes globais ocorreu antes mesmo de Bolsonaro, um marco na diplomacia global na defesa da democracia. A percepção do Brasil no exterior mudou da água para o vinho, até mesmo o tratamento entre diplomatas de representações do Brasil em território estrangeiro. Com isso, um novo Brasil está emergindo com Lula, que disse em seu discurso da vitória que vai recuperar o protagonismo do país na política externa e combater o desmatamento das florestas.

A confirmação de Lula e da ex-ministra do Meio Ambiente e deputada eleita Marina Silva (Rede-SP), na Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), em Sharm el-Sheikh, no Egito, a COP 27, a partir deste domingo e vai até o dia 18 (leia mais na página 6), será o palco para o presidente brilhar como estadista e para ambos confirmarem o compromisso do país em zerar o desmatamento no país a partir de 2023, de acordo com especialistas ouvidos pelo Correio.

Fontes da chancelaria brasileira contaram que o clima já mudou lá fora e há maior receptividade em relação ao país antes mesmo da troca de governo. A expectativa entre eles é de aumento do interesse de vários países em reatar os laços com a maior economia da América Latina, que estava escanteada nos encontros multilaterais, a partir de 2023. No Itamaraty, técnicos já consideram que a posse de Lula deverá ser bastante concorrida, com a presença de vários líderes, sobretudo (mas não apenas) de países latinos-americanos. Em 1º de janeiro de 2019, 10 chefes de Estado e de governo participaram da posse de Bolsonaro, incluindo os primeiros-ministros de Israel, Benjamin Netanyahu, que acabou de ser eleito para retornar ao poder, e da Hungria, Viktor Orbán, ambos de extrema direita.

Na avaliação do economista Otaviano Canuto, ex-vice-presidente do Banco Mundial, o Brasil vai deixar de ser pária internacional à medida em que a política ambiental de Bolsonaro for revertida. “Haverá o trabalho de reconstrução do que o governo atual destruiu, algo não imediato. Um indicador importante estará, entre outros, no ritmo de desmatamento conforme capturado por satélites. Nessa correção de rumo ambiental repousa a manifestação imediata de chefes de Estado após as eleições, assim como em seu desejo de ver encerrada a deterioração institucional do período Bolsonaro”, explica.

Mudança de paradigma
O diplomata Rubens Ricupero, ex-ministro da Fazenda e do Meio Ambiente, reconhece que a rapidez e o calor das relações internacionais após a vitória de Lula surpreenderam. “Mostra que o mundo realmente sentia saudades de um ‘outro Brasil’ e que agora aplaude sua volta. A reação se deve em parte à imagem positiva que Lula deixou no exterior, sobretudo pela sua história de vida e pela ação de combate à pobreza, a iniciativas como a Bolsa Família, aplaudidas universalmente. Em parte, contudo, a reação reflete o alívio pela derrota de Bolsonaro. Num mundo tão angustiado com problemas como a guerra na Ucrânia e o recuo da democracia em tantos países, ultimamente até na Europa com as vitórias da extrema direita na Itália e na Suécia, o resultado da eleição brasileira é uma das raras boas notícias. E, por isso, alegra e anima a todos”, diz.

Na avaliação dele, o rótulo de pária global, que chegou a ser defendido pelo ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, deriva, principalmente, da hostilidade de Bolsonaro às críticas em relação à destruição da Amazônia e do meio ambiente em geral. “O que mais vem sendo realçado na imprensa estrangeira sobre o primeiro grande discurso de Lula na noite da vitória reside justamente no compromisso do futuro presidente com o desmatamento zero no Brasil. Com isso, todas as portas se reabrem”, avalia.

Para José Alfredo Graça Lima, vice-presidente do Conselho Curador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), o Brasil não chegou a ser visto como pária global, mas, sim, o presidente do país, que optou pelo isolamento. “Agora, o Brasil passará a ter uma espécie de sobrevida e um crédito de confiança a partir do momento em que mudam os atores da política externa”, afirma o embaixador. Ele ainda ressaltou o fato de Bolsonaro ter se colocado em posição de “pato manco” (expressão americana para um líder que perde o poder no cargo) ao demorar para reconhecer a derrota e dar sinal verde para a transição.

Um sinal claro dessa mudança de paradigma do Brasil no cenário externo ocorreu logo após a confirmação do vencedor pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O reconhecimento da vitória nas urnas pelos mais importantes líderes globais, como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi imediato. O democrata foi um dos primeiros a felicitar Lula, por meio de uma nota emitida pela Casa Branca e, depois, por meio de um telefonema, demonstrou interesse em uma aproximação que nunca ofereceu a Bolsonaro, que demorou 38 dias para reconhecer a vitória de Biden sobre o ex-presidente norte-americano Donald Trump.

Correio Braziliense

Caruaru Shopping dá início a sua campanha de final do ano, que estará sorteando três carros 0km

Com o tema “Todos os presentes estão aqui”, o Caruaru Shopping dá início, neste domingo (6), a sua campanha de final de ano. A ação segue até o dia 31 de janeiro de 2023, data em que serão sorteados três carros 0km.

Durante o período da campanha, o cliente, a cada R$ 300 em compras no Caruaru Shopping, poderá trocar por 1 cupom para concorrer aos veículos. O local da troca de notas será no Pavilhão de Eventos, que fica no 2º piso do centro de compras e convivência.

“Pensando também no social, em ajudar o próximo, a cada 3kg de alimentos não perecíveis doados, o cliente também terá direito a um cupom bônus”, explicou o gerente de marketing , Walace Carvalho , acrescentando que os alimentos arrecadados serão destinados à Casa dos Pobres São Francisco de Assis, Apae e à Associação de Idosos Nossa Senhora do Rosário.

Outra ação solidária é o Painel de Cartinhas, que ficará localizado na loja de troca de notas. Essas cartas foram feitas por idosos e crianças e constam o que eles queriam ganhar de presente de natal. “Quem adotar uma cartinha deverá, posteriormente, deixar o presente na loja da troca de notas para que possamos fazer a entrega”, disse Walace Carvalho.

Chegada do Papai Noel

O início da campanha de final do ano também será marcado com a chegada do bom velhinho, acompanhado da Mamãe Noel. Os dois irão aparecer após os shows natalinos, que acontecerão em frente à loja Ri Happy. Neste dia ainda haverá, a partir do meio-dia, cortejos natalinos, musical e muito mais.

“Vamos ter o foco na inclusão social, e o Papai e a Mamãe Noel serão negros. Destaque também para a decoração natalina, que levará a assinatura da Cipolatti, de São Paulo, empresa especializada em decoração para este período do ano”, concluiu o gerente de Marketing.

O Caruaru Shopping fica localizado na Avenida Adjar da Silva Casé, 800, Bairro Indianópolis.

Rayssa Leal é campeã mundial do Super Crown 2022 no Rio de Janeiro

O domingo começou muito bem para o skate brasileiro. Na etapa do Rio de Janeiro do Super Crown, a brasileira Rayssa Leal superou as adversárias e foi campeã. Aos 14 anos, a maranhense de Imperatriz é a atleta mais jovem a conquistar o título mundial e a única a vencer todas as quatro etapas da temporada (Jacksonville, Seattle e Las Vegas, nos EUA, e Rio de Janeiro).

Rayssa teve de superar uma dor repetina que a fez abandonar sua segunda oportunidade de manobra individual, mas logo foi liberada e retornou com manobras mais complexas e foi recompensada com um 7.4 na última tentativa. A brasileira dividiu o pódio com duas skatistas japonesas: Funa Nakayama que foi vice-campeã mundial e Momiji Nishiya que ficou em terceiro.

“Estar no Brasil e poder carregar este troféu e o título de campeã mundial não tem preço. Fiquei muito emocionada, chorei muito! Eu nem estava esperando, imaginei que ficaria em segundo lugar, pois a Funa estava muito boa, mas graças a Deus deu certo!”, afirmou a nova campeã mundial.

Já Pâmela Rosa, que buscava seu tricampeonato mundial, teve dificuldade em alcançar a velocidade necessária para as manobras que tentava e não avançou à segunda parte da final.

Brasil é o segundo país com maior proporção de jovens “nem-nem”

O desemprego e a falta de motivação entre os jovens é um problema estrutural, por isso os desafios geracionais em relação ao mercado de trabalho são difíceis de serem transpassados. O Brasil é o segundo país na esfera da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com a maior proporção de jovens, de idade entre 18 e 24 anos, que não conseguem nem emprego e nem continuar os estudos — os chamados “nem-nem” —, ficando atrás apenas da África do Sul. Nessa faixa etária, 36% da população de jovens brasileiros está sem ocupação.

O cenário de falta de oportunidades está detalhado no relatório Education at a Glance (Olhar sobre a educação, em tradução livre), divulgado no último mês. O indicador considera pessoas em faixa etária de transição do estudo para o trabalho e conclui que não ter uma atividade profissional pode causar “consequências duradouras, especialmente quando a pessoa passa por períodos longos de desemprego ou inatividade”, diz o estudo.

O recorte social é um dos fatores mais importantes, segundo a pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Enid Rocha. “Em geral as pessoas costumam pensar nessa categoria como se fosse homogênea, mas não é. Cerca de 60% está entre os mais vulneráveis”, destaca. A pesquisadora afirma que os números vêm melhorando com o aquecimento do mercado de trabalho, mas a maior parte da geração “nem-nem” ainda pode ser distinguida por classe e gênero.

De acordo com ela são, em média, 11 milhões de jovens que se encaixam nessa descrição. A maioria são mulheres e estão entre os mais pobres, com renda de até R$ 400 por família. “Entre aqueles que estão sem estudar e sem trabalhar temos os que ainda procuram, mas a maioria já está de fora por estarem desengajados e desmotivados. A maior parte desses jovens têm baixa escolaridade, são pobres, negros e são mulheres, responsáveis por tarefas domésticas e com filhos. Esses devem ser a maior preocupação”, ressalta.

Planos e sonhos

Ana Clara Ribeiro Vieira, 23 anos, ainda sonha em conquistar um diploma de graduação. A jovem engravidou e se casou logo que terminou o ensino médio. Hoje, com dois filhos, um de cinco e outro de dois anos, é dona de casa, mas ainda sonha em fazer um curso superior e trabalhar fora. “Os filhos acabaram vindo primeiro, mas eu ainda quero fazer uma faculdade. Por enquanto ainda está difícil, porque os meninos dependem de mim. Meu sonho era fazer odontologia. Sei que não é fácil, que é um curso caro, mas mesmo que eu não consiga, pretendo ter alguma formação”, diz.

A pandemia acabou impondo mais obstáculos aos que tiveram prejuízos educacionais — jovens que iriam se formar ou começar no mercado de trabalho durante este período. A crise sanitária aumentou a evasão escolar, além de ter pressionado os índices de desemprego. Um exemplo desses milhares de jovens que aguardam uma oportunidade de retornar ao mercado de trabalho é Úrsula Barbosa, 24 anos.

Úrsula terminou a graduação em jornalismo na Universidade de Brasília (UnB) no primeiro semestre de 2021, ainda na modalidade de ensino a distância, e até o momento não conseguiu seu primeiro emprego na área. Na última quinta-feira, participou da cerimônia de colação de grau presencial para os alunos formados durante o isolamento social. A data foi emblemática, segundo ela.

“Penso que a realidade das telas para o trabalho home office não foi construtiva para as pessoas que completaram a graduação recentemente, porque existe uma dificuldade de interação e consequentemente de se fazer presente no mercado de trabalho”, relata Úrsula. Recém-formada, a jovem acredita que a situação econômica em razão da crise sanitária foi um fator que influenciou a oferta de desemprego. “Tem sido muito difícil conseguir um emprego registrado, mesmo com nível superior, experiência e língua estrangeira”, conta.

MERCADO DE TRABALHO

Brasil é o segundo país com maior proporção de jovens “nem-nem”

População entre 18 e 24 anos que não estuda, nem trabalha corresponde a 36% da faixa etária no Brasil. Problema é considerado estrutural

O desemprego e a falta de motivação entre os jovens é um problema estrutural, por isso os desafios geracionais em relação ao mercado de trabalho são difíceis de serem transpassados. O Brasil é o segundo país na esfera da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com a maior proporção de jovens, de idade entre 18 e 24 anos, que não conseguem nem emprego e nem continuar os estudos — os chamados “nem-nem” —, ficando atrás apenas da África do Sul. Nessa faixa etária, 36% da população de jovens brasileiros está sem ocupação.

O cenário de falta de oportunidades está detalhado no relatório Education at a Glance (Olhar sobre a educação, em tradução livre), divulgado no último mês. O indicador considera pessoas em faixa etária de transição do estudo para o trabalho e conclui que não ter uma atividade profissional pode causar “consequências duradouras, especialmente quando a pessoa passa por períodos longos de desemprego ou inatividade”, diz o estudo.

O recorte social é um dos fatores mais importantes, segundo a pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Enid Rocha. “Em geral as pessoas costumam pensar nessa categoria como se fosse homogênea, mas não é. Cerca de 60% está entre os mais vulneráveis”, destaca. A pesquisadora afirma que os números vêm melhorando com o aquecimento do mercado de trabalho, mas a maior parte da geração “nem-nem” ainda pode ser distinguida por classe e gênero.

De acordo com ela são, em média, 11 milhões de jovens que se encaixam nessa descrição. A maioria são mulheres e estão entre os mais pobres, com renda de até R$ 400 por família. “Entre aqueles que estão sem estudar e sem trabalhar temos os que ainda procuram, mas a maioria já está de fora por estarem desengajados e desmotivados. A maior parte desses jovens têm baixa escolaridade, são pobres, negros e são mulheres, responsáveis por tarefas domésticas e com filhos. Esses devem ser a maior preocupação”, ressalta.

Cenário econômico

Conforme o estudo da OCDE, a proporção de jovens “nem-nem” brasileiros é mais que o dobro da média dos países-membros da organização, da qual o Brasil almeja fazer parte. O documento avaliou a situação de ensino superior e de emprego dos 38 países-membros. Também foram analisados os dados da Argentina, China, Índia, Indonésia, Arábia Saudita e África do Sul. Das 45 nações avaliadas, o Brasil também é o segundo com o maior percentual de jovens por mais tempo na condição “nem-nem”. Dos que estão sem emprego e sem trabalhar no país, 5,1% se encontram nesse contexto há mais de um ano.

Robson Gonçalves, economista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), explica que a situação econômica brasileira acirra a disputa por vagas de emprego. “O Brasil se encontra hoje num contexto de armadilha de baixo crescimento. Em outras palavras, nós não temos nem a infraestrutura necessária nem o equilíbrio das contas públicas para que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça e aumente a demanda no mercado de trabalho”, frisa.

De acordo com o economista, existe uma tendência de prolongar a presença das pessoas ao longo da vida no mercado de trabalho. “A geração com mais de 50 anos não tem pensado tão insistentemente na aposentadoria. Portanto, a disputa por vagas no mercado de trabalho está muito mais acirrada.” Para ele, a educação não garante as vagas de emprego, mas ajuda a tornar a disputa por vagas menos apertada para aqueles com qualificação.

Políticas públicas

Segundo a pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Enid Rocha, um lapso temporal no currículo, correspondente ao tempo fora do mercado, pode gerar consequências difíceis de recuperar. “Tivemos uma crise perversa da pandemia que se juntou a um problema estrutural do mercado de trabalho para os jovens”, diz. Este período, de acordo com Rocha, resulta em uma marca permanente na trajetória de vida laboral.

“Esses jovens da geração da pandemia, que ficaram um tempo sem acumular capital humano, quando voltam vão competir com outra geração posterior que não tem essa marca. Dificilmente se recupera a trajetória de um jovem que ficou sem experiência de trabalho. Se nada for feito eles sempre terão salários menores e uma inserção mais precária ao mercado de trabalho”, avalia.

A pesquisadora observa que um dos maiores desafios, antes mesmo da elaboração de políticas públicas, é conseguir mapear estes jovens. “A maior estratégia do próximo governo para resgatar esse jovem é fazer uma busca ativa, porque não temos um cadastro”, afirma. Para enfrentar o problema, segundo ela, é preciso pensar em estratégias sociais que aliem educação e preparação para o mercado, levando em consideração a desigualdade e a vulnerabilidade desse grupo.

“Quando se pensa em políticas públicas, precisamos atuar em várias frentes, assim como os países da Europa. Não basta só capacitação para o mundo do trabalho, é preciso uma estratégia de segunda chance principalmente para mulheres, inclusive para que tenham onde deixar seus filhos para estudar ou trabalhar. O jovem desalentado passa a acreditar que não existe trabalho correspondente a ele. É muito importante olhar esse perfil, saber que dentro tem aqueles que são mais vulneráveis e a maioria que já está desengajada”, destaca Rocha.

Parcerias

Cada vez mais tem crescido o interesse das empresas em capacitar seus próprios funcionários. Esse tipo de iniciativa, também conhecida em algumas companhias como Train the Trainer, gera engajamento, reconhecimento e desenvolvimento, segundo os especialistas. As parcerias educacionais são apontadas como uma tendência das grandes corporações.

A Tim, por exemplo, oferece desde 2012 o programa chamado “Multiplicando Ideias”. Os colaboradores atuam como multiplicadores, abordando assuntos como inovação, carreira, Internet das Coisas, jornada do cliente, tributação, entre outros. O banco Santander possui uma área estruturada com o mesmo objetivo, funcionando como uma universidade corporativa — a Academia Santander. Ainda no mundo financeiro, uma das iniciativas mais recentes é a da XP Inc, que anunciou no último mês a XP Educação, faculdade da XP, com cursos gratuitos de MBA — Master of Business Administration, uma modalidade de pós-graduação — em assessoria de investimentos.

Elizabete Belvão, executiva de Recursos Humanos do Grupo Crowe Macro, explica que a problemática da falta de oportunidades educacionais agrava a situação do desemprego. “Com os estudos defasados, os jovens acabam por não ter a devida qualificação para o mercado de trabalho. Para que os jovens tenham empregos de qualidade é necessário que eles tenham consciência de suas capacidades, e sempre quererem expandi-las”, analisa.

Segundo a executiva, a parceria de empresas privadas no sentido de criar políticas de preparação é essencial para vencer o desafio tanto dos jovens fora do mercado de trabalho, quanto das empresas que, por vezes, têm dificuldade em encontrar profissionais qualificados e que correspondam às vagas. “Ensinando na prática como desenvolver suas atividades dentro das empresas, ao final do curso, esses jovens seriam encaminhados para uma vaga de emprego adequada ao seu perfil. Contudo, as empresas também precisam ajudar essa geração. Os dois lados saem ganhando”, conclui.

Mega-Sena acumula; próximo concurso deve pagar R$ 65 milhões

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Ninguém acertou as seis dezenas da Mega-Sena sorteadas na noite deste sábado no Espaço da Sorte, em São Paulo. As dezenas foram 09, 22, 27, 30, 33 e 45.

Acertaram a quina 163 jogadores, e cada um receberá R$ 28.773,28. A quadra teve 10.787 ganhadores, e o prêmio para cada um será de R$ 621,12.

O prêmio para quem acertar os seis números no próximo concurso é estimado em R$ 65 milhões. O sorteio será na quarta-feira (9).

PRF registra duas interdições parciais em rodovias federais

Trânsito fluindo normalmente nas rodovias federais da Paraíba.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou hoje (6) que duas interdições permanecem nas rodovias federais ao país. De acordo com a corporação, o fluxo de veículos está parcialmente interrompido em Santarém, no Pará, e em Pontes e Lacerda, em Mato Grosso.

Segundo a PRF, 1.020 manifestações já foram desfeitas pelos agentes que estão realizando o patrulhamento.

No domingo (30), após o anúncio da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições para a Presidência da República, grupos de caminhoneiros iniciaram bloqueios em diversos pontos de rodovias federais em todo o país.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na segunda-feira (31) o total desbloqueio das rodovias que registraram paralisações.

Na sexta-feira (4), todas as rodovias federais já estavam livres de bloqueios totais e 966 manifestações haviam sido desfeitas.