O mês de setembro é marcado pela campanha Setembro Amarelo, uma iniciativa dedicada à prevenção do suicídio e à promoção da saúde mental. Criada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a campanha tem o objetivo trazer à tona discussões sobre um tema que, infelizmente, ainda é cercado de estigmas e tabus.
A psicóloga Andrezza Matias, credenciada ao Cartão São Gabriel, ressalta a importância dessa campanha para a conscientização sobre a saúde mental. “O suicídio é uma triste realidade que afeta o mundo todo e representa um problema sério de saúde pública. Segundo a OMS, em 2019, foram registrados mais de 700 mil suicídios globalmente e quase 100% dos casos estavam relacionados a transtornos mentais. É essencial promover discussões e informações sobre o tema, qualificando profissionais das áreas da saúde, educação e segurança”, afirma.
O Setembro Amarelo também reforça a necessidade de estarmos atentos aos sinais de sofrimento mental em pessoas próximas. Mudanças bruscas de comportamento, como isolamento social, falta de cuidado com a aparência, abuso de substâncias como álcool e drogas, e expressões verbais do tipo “não aguento mais” ou “a vida não faz mais sentido”, são indicativos de que alguém pode estar precisando de ajuda.
O psiquiatra Marco Aurélio, também credenciado ao Cartão São Gabriel, fala sobre o papel crucial dos amigos e familiares no apoio a quem está em risco. “O primeiro passo é identificar as mudanças de comportamento e, em seguida, buscar ajuda profissional, seja com um psicólogo ou psiquiatra. É igualmente importante acolher a pessoa e não abandoná-la, pois, ao contrário do que muitos pensam, o suicídio está relacionado a uma doença, e não a fraqueza ou falta de fé”, alerta.
O apoio de familiares e amigos é fundamental para quem enfrenta crises emocionais. Promover um ambiente de diálogo aberto sobre saúde mental e incentivar a busca por ajuda especializada são ações essenciais. Transtornos como depressão, ansiedade e outros problemas mentais precisam ser tratados adequadamente, combinando terapias e, quando necessário, tratamento medicamentoso.
Além disso, o psiquiatra Marco Aurélio destaca a importância das atividades físicas, da meditação e do autocuidado, que podem ajudar na saúde mental. “O exercício físico é um grande aliado. Estudos indicam que a prática regular, orientada por um profissional, eleva os níveis de neurotransmissores como a dopamina, o que melhora a motivação, concentração e memória. O exercício também ajuda a regular o sono, reduzindo o cortisol, o hormônio do estresse, e aumentando a melatonina, que promove um sono mais saudável. Ele ainda auxilia no controle da ansiedade e da depressão, com a produção de endorfina, serotonina e dopamina, podendo até diminuir a necessidade de medicamentos ou a dose dos mesmos. Além disso, reduz o estresse, melhora a autoestima e alivia dores”, conclui.