O Kremlin rejeitou, nesta sexta-feira (2), as condições apresentadas pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para um diálogo com o chefe de Estado da Rússia, Vladimir Putin, sobre a Ucrânia e insistiu que Moscou prosseguirá com sua ofensiva.
“O que Biden disse na realidade? Ele disse que as negociações são possíveis apenas depois que Putin abandonar a Ucrânia”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à imprensa, antes de acrescentar que Moscou “evidentemente” não está disposto a aceitar as condições.
“A operação militar especial vai continuar”, declarou Peskov, utilizando os termos que o Kremlin emprega para falar da ofensiva na Ucrânia.
Durante a visita de Estado do presidente francês, Emmanuel Macron, a Washington, Biden afirmou na quinta-feira que estaria disposto a conversar com Putin se o presidente russo realmente tiver o interesse de acabar com o conflito.
“Estou disposto a falar com Putin (…) caso ele esteja procurando uma maneira de acabar com a guerra. Ele ainda não fez isto”, afirmou o presidente americano.
Peskov respondeu nesta sexta-feira que Putin está disposto a conversar para garantir o respeito aos interesses da Rússia, mas acrescentou que a postura de Washington dificulta qualquer diálogo.
“O governo dos Estados Unidos não reconhece os novos territórios como parte da Federação da Rússia”, disse Peskov, em referência às regiões ucranianas que o Kremlin afirma ter anexado.
Em setembro, Moscou organizou votações em quatro regiões da Ucrânia – Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson – e anunciou que os moradores votaram a favor de se integrar à Rússia. A Assembleia Geral da ONU condenou “a anexação ilegal” dos territórios.
Peskov afirmou que antes de enviar tropas à Ucrânia em 24 de fevereiro, Putin tentou em diversas ocasiões manter conversas com a Otan, a OSCE e os Estados Unidos, mas que as tentativas foram “infrutíferas”.
AFP