O ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) disse, ontem, que Geraldo Alckmin (sem partido) está “praticamente certo” como vice do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Alckmin e Lula voltaram a se encontrar na última sexta-feira (11), na casa do ex-ministro Fernando Haddad (PT). Foi o terceiro encontro entre os antigos adversários políticos desde que se iniciaram as negociações para formação de chapa na disputa ao Planalto. De acordo com França, Alckmin também deverá se filiar ao PSB.
“Alckmin, praticamente, está certo da história de vice com o Lula. E eu diria que, com relação ao partido, 99% de chance de ele estar no PSB. É o desejo dele”, afirmou o ex-governador em entrevista à BandNews TV. Segundo ele, a aliança é um aceno do ex-presidente para “outro público”. “Você escolhe coligação a fim de trazer um público que não é exatamente o seu, falar com para outro público, e é isso que eu imagino que também passe pela cabeça de Lula”, frisou.
Atualmente, discordâncias de nível estadual são um dos principais empecilhos para o acordo entre as siglas. No último sábado, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), recebeu o pré-candidato à presidência Sergio Moro (Podemos), o que provocou um “mal-estar” na cúpula petista. Já em São Paulo, o PT quer lançar Haddad ao Palácio dos Bandeirantes, enquanto o PSB não pretende abrir mão da candidatura de França.
Para definir quem será candidato em São Paulo, França citou um pré-acordo entre PT e PSB. De acordo com ele, os partidos terão “prerrogativa de indicação” nos estados que já governam — Rio Grande do Norte, Bahia, Piauí e Ceará, no caso do PT; Espírito Santo, Maranhão e Pernambuco, no caso do PSB. Nos estados onde os partidos não chegarem a um consenso será realizada uma pesquisa entre maio e junho.
“Eu suponho que posso ser competitivo. E o Haddad disputou a Presidência da República, é um nome famoso, uma pessoa de muita confiança do presidente Lula, tem muitos méritos. Ele também quer ser”, ressaltou. “Então, ficou combinado de se fazer uma pesquisa em maio, junho, e quem tiver melhor situado terá preferência na escolha. Parece que é uma escolha justa, coloca todos em pé de igualdade”, acrescentou.
O pessebista acredita que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), vai abandonar a pré-candidatura à Presidência e disputar a reeleição, o que dificultaria o pleito. “É a cara dele recuar para disputar o governo, os números dele nacionais são muito ruins”, avaliou.
Correio Braziliense