Em contraponto ao PT, aliados querem bloco dentro de eventual federação

Em comum, os partidos de Oposição que gravitam em torno do projeto presidencial do ex-presidente Lula carregam o seguinte temor: transformarem-se no que chamam de “puxadinho” do PT, caso consolidem uma federação com o partido.

Com o sinal de alerta aceso, algumas lideranças dessas legendas, em conversas reservadas, passaram a se debruçar, então, sobre uma estratégia capaz de gerar o que eles definem como “equipotência” numa relação com o PT.

Em outras palavras, a ideia é criar um bloco dentro da federação. Motivo: as siglas calculam que só, assim, poderiam buscar uma equivalência no voto com os petistas. Parlamentares argumentam que, dado o volume maior a bancada do PT, a posição da legenda acabaria prevalecendo na maior parte das votações, por exemplo, no parlamento, a depender do mecanismo que regule a federação.

Deputados afirmam que as demais legendas não querem virar “caudatárias” do PT. Há uma necessidade, segundo a coluna apurou, de se compor um bloco no interior de eventual federação como forma de se contrapor ao que se aponta como “hegemonia do PT”.

À coluna, em reserva, uma liderança desse campo adverte: “Se vai ser tudo decidido no voto, o PSB vai perder em todas. Vai virar satélite”.

A mesma fonte pondera: “Só há chance de federar, se houver um bloco que garanta equipotência”. A conta que se faz com base nesse raciocínio considera que haveria quatro siglas de um lado somando o mesmo número total de deputados do PT, o que, na hora do voto, garantiria uma situação mais equiparada de tomada de decisão e de orientação.

“O PT ficou forte, grande e interessante. Depois, ficou muito forte, gigante, desproporcionalmente forte”, assinala, à coluna, um deputado que acompanha as movimentações, que envolvem PT, PSB, PCdoB, PV e PSOL.

Essa leitura coincide com a já feita pelo próprio PT, que, como a coluna antecipara, acusou intenção do PSB de “dar para trás” na federação. Socialistas não escondem a cautela exatamente em função da “cultura hegemonista” do PT. A conferir.

Revisão de protocolo da ilha
Segundo informações que circulam no Governo do Estado, o protocolo para entrada no arquipélago de Fernando de Noronha deve ser atualizado e isso incluiria retomar a exigência do exame RT-PCR. Desde o dia primeiro de dezembro último, a ilha entrara numa fase na qual o visitante precisa comprovar as duas doses da vacina contra Covid-19 ou dose única da Jansen para embarcar, com apresentação de carteira digital no momento do check-in.

Calculadora 1 – As participações do prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira, no Movimento Levanta Pernambuco são mais extensas, registram aliados, do que as contas que vinham sendo feitas dentro do conjunto das Oposições, como a coluna registrara. Integrando as agendas do movimento, Anderson fez visitas a Recife, Paudalho, Catende, Santa Cruz do Capibaribe, Bonito, Salgueiro e Floresta, além de protagonizar evento em Jaboatão.

Calculadora 2 – Fora isso, ele percorreu, junto com Raquel Lyra, outros municípios, como Canhotinho, Sairé, e Vertentes. Sozinho, o gestor ainda passou por São Joaquim do Monte, Surubim, Camocim, Cabo, além de Escada, entre outros.

Folhape

Noronha volta a exigir exame RT-PCR e uso obrigatório de máscara

Com o recente aumento no número de casos da Covid-19 em todo país, além do avanço mundial da variante Ômicron, a Administração de Fernando de Noronha decidiu retomar práticas implementadas durante alguns momentos críticos da pandemia na ilha. Uma delas é a volta da exigência do exame RT-PCR, realizado no máximo 48h (dois dias) antes do embarque para o arquipélago.

Outra medida que volta a valer é a obrigatoriedade do uso da máscara, que estava liberada em espaços públicos ao ar livre. O reforço no protocolo passa a valer a partir do próximo dia 13 de janeiro.

As duas medidas se juntam à obrigatoriedade da apresentação da carteira digital de vacinação, com duas doses de qualquer um dos imunizantes aprovados pela OMS, inclusive o da Janssen.

“Com essa nova onda de contágio pelo coronavírus, precisamos de medidas que garantam a saúde da nossa população. O retorno da exigência do exame RT-PCR para entrada na ilha, além das duas doses da vacina, que permanecem sendo cobradas, trazem uma maior segurança para todos. É importante entendermos que a pandemia ganha novos contornos a partir da nova variante e temos que estar preparados, readaptando nosso protocolo para proteger toda a nossa comunidade, bem como os nossos visitantes”, explicou o administrador Guilherme Rocha.

Para crianças de 7 a 11 anos, que ainda estão fora do esquema vacinal, basta a apresentação do RT-PCR, realizado no máximo 48h (dois dias) antes do embarque. Crianças de 0 a 6 anos não precisam apresentar exame.

Folhape

Moro inicia ‘tour’ pelo Nordeste guiado por ex-coordenador de campanha de Bolsonaro

O ex-juiz Sergio Moro (Podemos) iniciou nesta quinta-feira (6) uma série de viagens pelo Brasil com o objetivo de conquistar apoio para sua campanha presidencial. O primeiro destino é a Paraíba, estado do Nordeste, região vista como grande desafio para seu crescimento nas pesquisas.

Em suas redes sociais, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro (PL), anunciou a viagem e que o primeiro compromisso será uma entrevista numa rádio de João Pessoa. Além disso, atacou genericamente seus adversários, chamando-os de “pelegos e milicianos”.

“Depois das festas de fim de ano, começo hoje a rodar o Brasil. Nesta semana, estarei na Paraíba. Temos um país para salvar de uma triste polarização entre pelegos e milicianos”, postou Moro.

O ‘tour’ paraibano está sendo organizado pelo deputado Julian Lemos (PSL-PB), ex-coordenador da campanha de Bolsonaro no Nordeste, em 2018, que rompeu com o presidente para apoiar o ex-juiz. Em suas redes sociais ele compartilhou que estará ao lado de Moro em sua agenda de compromissos.

Segundo publicou o Valor, ele tem ainda viagens programadas para Ceará, Piauí e Sergipe em fevereiro. O Nordeste é um dos principais desafios para suas pretensões eleitorais. Segundo o último Datafolha, ele aparece apenas com 3% das intenções de voto na região – enquanto Lula (PT) aparece disparado com 61%.

No fim de 2021, Moro fez uma passagem por Pernambuco, onde posou para fotos com um chapéu de couro no estilo ‘cangaceiro’, repetindo uma típica imagem de políticos em campanha. Além disso, ele rodou estados do Sul e Sudeste.

Agência O Globo

Pernambuco aguarda primeiras doses de vacinas para crianças no dia 14 de janeiro

Pernambuco aguarda as primeiras doses para vacinação de crianças contra Covid-19 no dia 14 de janeiro. A informação foi confirmada por André Longo, secretário de Saúde de Pernambuco, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (6).

Longo celebrou que o Governo Federal tenha desistido de pedir documentos aos pais e receitas médicas para que as crianças recebam as vacinas, e apontou que provavelmente Pernambuco terá que seguir o intervalo de 60 dias entre as doses das crianças por conta do ritmo de envio das vacinas, que deve ser “em conta gotas”.

Coinfecção

Longo afirmou que Pernambuco registra atualmente 31 casos de coinfecção de Covid-19 e H3N2, mas frisou que isso não é algo com grande importância clínica, tampouco uma novidade e que ocorre naturalmente por conta da circulação dos dos vírus. Apenas um dos 31 pacientes, um idoso de 77 anos está internado com SRAG gerada pela coinfecção.

Síndrome Respiratória Aguda Grave
O secretário destacou também a importância dos cuidados com os idosos nesse momento da pandemia de Covid-19 e epidemia de Influenza H3N2. Nesse momento, são 426 idosos internados em Pernambuco com Síndrome Respiratória Aguda Grave, equivalente a 64% do total de internados. Os idosos respondem também a 67% dos casos graves de influenza H3N2 e 60% dos óbitos registrados no estado.

O estado apresentou crescimento no número de casos de SRAG na comparação entre as duas últimas semanas de dezembro, com crescimento de 59%. Na comparação entre as três últimas, esse aumento é de 156%. Atualmente são 939 casos de SRAG registrados em Pernambuco com 797 leitos de UTI ocupados.

“Estamos vivendo uma fase de aceleração de influenza em Pernambuco. Toda vez que for sair de casa, as pessoas devem pensar nas crianças que tem em casa, nos idosos que tem em casa e se cuidar, usar máscara, buscar distanciamento social, isso é fundamental para gente voltar a ter o controle da circulação viral no estado. Há muitos vírus circulando, muitas pessoas adoecendo ao mesmo tempo”, afirmou o secretário. Ele ainda afirmou que a população baixou a guarda com os sintomas gripais e deve promover o auto isolamento para evitar se tornar um vetor de contaminação.

O secretário frisou que é necessário “interromper esse ciclo de contaminação”. “O governo abriu mais de 370 leitos nos últimos quinze dias, mas as pessoas precisam ajudar”, disse o secretário. “O vírus está circulando com muita força, ou a gente se cuida ou vai pegar influenza”, ressaltou.

Ele frisou nessa quarta (5) que Pernambuco teve um recorde para as últimas três semanas, com 196 internamentos de SRAG. “Estamos no limite da utilização de ambulância, as ambulâncias estão rodando 24 horas”, afirmou. “Estamos vivendo uma fase de aceleração epidêmica, um volume muito grande de casos em uma velocidade muito grande”, disse, acrescentando que isso pode gerar uma sobrecarga nos leitos públicos e privados, apesar do esforço de crescimento na quantidade de leitos.

Carnaval
André Longo afirmou que os protocolos sobre o carnaval serão definidos na segunda quinzena de janeiro e que o andamento da Covid-19 e da Influenza H3N2 na primeira quinzena será essencial para dar um recorte. “Hoje os eventos estão com protocolo em vigor, poderá ser revisto, mas as regras seguem as vigentes”, disse. “Podemos mudar, o cenário é dinâmico, vamos nos pronunciar da segunda quinzena de janeiro, vamos depender do cenário epidemiológico da primeira quinzena de janeiro para saber quais serão os protocolos definidos para aos próximos meses e isso inclui também o carnaval”, completou.

Folhape

Prefeitura de Caruaru anuncia cancelamento da semana pré-carnavalesca

Foto: Janaína Pepeu

A Prefeitura de Caruaru informa que, devido ao cenário epidemiológico causado pela Covid-19 e Influenza A, subtipo H3N2, não realizará nenhuma atividade pública durante o período pré e carnavalesco no município. A decisão levou em consideração o aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na região, buscando, desta forma, evitar aglomerações, e promovendo o cuidado com a saúde e vida da população.

Paulo Câmara sanciona lei que amplia comercialização do gás canalizado no Estado

O governador Paulo Câmara sancionou, na tarde desta quarta-feira (05.01), a lei que atualiza as regras para exploração direta, ou mediante concessão, do gás canalizado no Estado. De autoria do presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Eriberto Medeiros, o projeto de lei se adapta ao novo marco legal da União, de abril de 2021, e expande a comercialização do insumo a outros fornecedores, além da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás).

Segundo o governador, a mudança vai garantir o desenvolvimento econômico do Estado. “Isso significa uma abertura maior, principalmente para a Indústria, que poderá adquirir esse gás de outros fornecedores, não obrigatoriamente por meio da Copergás. Eles poderão comprar diretamente caso consigam por um preço melhor. Então, é mais uma oportunidade e significa mais um grande incentivo às empresas”, disse. “A lei do gás é uma das mais modernas do Brasil. Poucos estados possuem uma lei estadual após a aprovação da lei federal, que ocorreu no ano passado”, completou o presidente da Copergás, André Campos.

De acordo com a lei, usuários com uso anual médio igual ou superior a 50 mil metros cúbicos de gás por dia (m³/dia) estão autorizados a buscar o insumo em outros fornecedores já a partir da publicação no Diário Oficial do Estado. A partir de 1° de janeiro de 2024, a lei se aplicará aos usuários com uso anual médio igual ou superior a 30 mil m³/dia. E, a partir de 1° de janeiro de 2025, essa medida valerá para os consumidores com uso anual médio igual ou superior a 10 mil m³/dia.

Além dos presidentes da Alepe e da Copergás, também estiveram presentes na sanção da lei o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Rafael Coelho; o presidente do Centro das Indústrias do Estado (Ciepe), Massimo Coderin; o vice-presidente do Ciepe, Paulo Drummond; os diretores técnicos da Copergás, Fabrício Bomtempo e Fábio Morgado; e o advogado da Companhia, Eduardo Alcoforado.

Anderson Correia inicia o ano combatendo maus-tratos aos animais em meio ao recesso parlamentar

O ano de 2022 começou com muito trabalho para o vereador Anderson Correia (PP). Mesmo em meio ao recesso parlamentar, o Presidente da Comissão Permanente dos Direitos dos Animais vem atuando de forma intensa em prol das demandas da causa animalista.

Referência no combate aos maus-tratos em todo o Agreste de Pernambuco, os chamados, desde o dia 1° de janeiro não param, e o parlamentar esteve em várias diligências com sua equipe, resgatando e buscando melhorias para diversos animais em situação de maus-tratos, que foram salvos com a chegada dele, após denúncias da população.

“Nosso trabalho não para o ano todo, independente de recesso ou não. Eu já atuava assim antes de ser vereador e agora não será diferente. Nossa luta continua para combater os maus-tratos e dar dignidade aos animais não-humanos. Agradeço o apoio dos órgãos públicos que nos ajudam no dia a dia nesta árdua missão, e vamos seguir trabalhando em todo tempo, honrando cada voto, seja na cidade ou na zona rural”, destacou o edil.

Presidente veta projeto que suspende prazo de validade de concursos

O presidente Jair Bolsonaro vetou o Projeto de Lei 1.676/2020, que prevê o ajuste no período de suspensão da contagem do prazo de validade de concursos públicos federais em razão da pandemia de covid-19.

De acordo com a Secretaria de Assuntos Jurídicos da Presidência da República, o veto ocorreu para dar segurança jurídica aos concursos que foram encerrados.

“A proposição legislativa contrariava o interesse público ao suspender a contagem dos prazos de validade de concursos até 31 de dezembro de 2021, período já transcorrido, o que poderia implicar a aplicação de efeitos retroativos ao restabelecer a vigência de concursos já encerrados e causar insegurança jurídica. Dessa forma, entende-se que a proposição legislativa perdeu o seu objeto”, informou o órgão.

Blocos de rua de SP comunicam que não participarão do carnaval

Bloco da Charanga, em São Paulo

Associações que representam os blocos de rua de São Paulo comunicaram na noite desta quarta-feira (5), em informe publicado nas redes sociais, que não vão participar do Carnaval paulistano mesmo que o evento seja autorizado pela prefeitura de São Paulo. O cancelamento da participação ocorre, segundo o texto, pela falta de clareza e consenso entre as instituições governamentais federais, estaduais e municipais no combate à pandemia de covid-19 e à consequente crise sanitária e social.

“Com mais de 600 blocos regularmente inscritos para uma possível realização da nossa festa, estamos hoje, dia 5 de janeiro de 2022, totalmente inseguros quanto à possibilidade de realização do nosso carnaval, quanto às alternativas possíveis para amparar toda a cadeia produtiva envolvida no evento”, diz o texto do manifesto.

Os blocos afirmaram ainda que não admitem a hipótese da realização do carnaval de rua “em lugares contidos, ao ar livre, como o Autódromo de Interlagos, Memorial da América Latina, Jockey Club, Sambódromo e outros”. “Isso é alternativa do setor privado”.

De acordo com o comunicado, assinado pelo Fórum de Blocos de Carnaval de Rua de São Paulo, pela União dos Blocos de Rua do Estado de São Paulo, e pela Comissão Feminina de Carnaval de São Paulo, durante a organização prévia do carnaval, nenhum bloco foi incluído nas tratativas de planejamento, levantamento de dados, e necessidades sanitárias, “enfim, nada que o Poder Público pudesse usar para se aproximar dos verdadeiros protagonistas dessa festa, que são os Blocos de Rua”.

A prefeitura de São Paulo ainda não decidiu se vai liberar o carnaval de rua na capital paulista. A administração municipal foi procurada, mas ainda não se manifestou

Covid-19: reações à vacina em crianças são raras, dizem especialistas

Pfizer Covid vacina para Crianças

As chances de uma criança ter quadros graves de covid-19 superam qualquer risco de evento adverso relacionado à vacina da Pfizer, avaliam pesquisadores da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) ouvidos pela Agência Brasil.

A vacina já está em uso em crianças de 5 a 11 anos em 30 países, e cerca de 10 milhões de doses foram aplicadas somente nos Estados Unidos e Canadá.

Membro do Departamento Científico de Imunizações da SBP, Eduardo Jorge da Fonseca Lima tem acompanhado os dados de vigilância farmacológica divulgados pela autoridade sanitária dos Estados Unidos, o FDA. Entre as mais de 8 milhões de crianças vacinadas no país, 4% tiveram eventos adversos pós vacinação, e, entre esses casos, 97% foram leves, tranquiliza o médico.

“Um evento adverso muito falado e que preocupa as pessoas é a miocardite, que é uma inflamação no coração, que qualquer vírus ou vacina pode causar. De 8 milhões de doses aplicadas, houve um registro de apenas 11 casos, e os pacientes evoluíram bem”, destaca.

A diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) Flavia Bravo acrescenta que a miocardite pós-vacinação é muito rara, e mais rara ainda em crianças, já que acomete com mais frequência adolescentes e jovens adultos.

“Observou-se uma ocorrência raríssima de miocardite relacionada à vacina da Pfizer, 16 vezes menor que a incidência de miocardite causada pela própria covid-19”, analisa. “São casos raros, não houve nem uma morte por causa deles e a maioria nem precisou de internação”.

Imunizante

A vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos tem uma formulação diferente e uma dose menor que a dos adultos e adolescentes, com apenas 10 microgramas (0,2 mL) do imunizante. Seu uso foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 16 de dezembro.

Segundo a Anvisa, a tampa do frasco da vacina é da cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de vacinação e também pelos pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para serem vacinadas. Para os maiores de 12 anos, a vacina, que será aplicada em doses de 0,3 mL, terá tampa na cor roxa.

O médico da SBP explica que, nos ensaios clínicos, os pesquisadores buscam a menor dose capaz de provocar uma resposta imune efetiva, e que, no caso das crianças, foi possível reduzir a quantidade. “Percebeu-se que as crianças têm um sistema imunológico que responde muito melhor que o dos adultos”.

Reações

Os especialistas afirmam que os pais podem esperar como eventos adversos reações comuns a outras vacinas que já fazem parte do calendário infantil do Programa Nacional de Imunizações (PNI), como dor no local da aplicação, febre e mal estar.

Flávia Bravo compara que a frequência de eventos adversos relacionados à vacina da Pfizer em crianças tem se mostrado inferior a de vacinas como a meningocócica b e a pentavalente, que já são administradas no país:

“A gente recomenda aos pais o mesmo que a gente recomenda para qualquer vacina. Os eventos esperados são as reações locais, febre, cansaço, mal-estar. Podem aparecer gânglios. Esses eventos são todos previstos e autolimitados. Se o evento adverso estiver fora disso que ele já espera que aconteça com as outras vacinas, é hora de procurar o serviço que aplicou a vacina e o seu médico, se você tiver”.

Eduardo Jorge Fonseca reforça que os eventos adversos mais esperados são leves, como febre, dor no corpo e irritabilidade. Sintomas que devem alertar os pais para a necessidade de avaliação médica são febre persistente por mais de três dias, dor no tórax e dificuldade para respirar, aconselha ele, que reafirma que esses quadros são extremamente raros.

“A gente não está dizendo que a vacina tem 0% de risco. Estamos dizendo que a vacina é extremamente segura, que um percentual muito pequeno vai ter evento adverso, e a imensa maioria desses eventos adversos vai ser considerada leve”, explica Fonseca.

Covid-19 em crianças

O médico enfatiza que qualquer risco de evento adverso é inferior ao que vem sendo observado nos casos de covid-19 em crianças. De janeiro ao início de dezembro de 2021, um levantamento da Fundação Oswaldo Cruz mostrou que houve 1.422 mortes por síndrome respiratória aguda grave decorrente de covid-19 na faixa etária até 19 anos.

Outra preocupação no caso de crianças com covid-19 é a síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica, quadro que gera inflamações em diferentes partes do corpo, incluindo coração, pulmões, rins, cérebro, pele, olhos ou órgãos gastrointestinais. Desde o início da pandemia, foram registrados 1.412 casos desse tipo no Brasil, causando 85 óbitos.

Os dados fizeram parte do embasamento de uma nota técnica divulgada pela Fiocruz em defesa da vacinação de crianças de 5 a 11 anos. Os pesquisadores da instituição escreveram que “ainda que em proporções de agravamento e óbitos inferiores aos visualizados em adultos, as crianças também adoecem por covid-19, são veículos de transmissão do vírus e podem desenvolver formas graves e até evoluírem para o óbito”.

Outro alerta diz respeito à disseminação da variante Ômicron, muito mais transmissível que as formas anteriores do novo coronavírus: “diante da transmissão e avanço atual da variante Ômicron, existe uma preocupação aumentada com seu maior poder de transmissão, especialmente, nos indivíduos não vacinados. Isso torna as crianças abaixo de 12 anos um grande alvo dessa e possivelmente outras variantes de preocupação”.

O pesquisador da Sociedade Brasileira de Pediatria acrescenta ainda que outro perigo é o desenvolvimento de um quadro de covid-19 longa, que pode trazer impactos cognitivos e prejuízos ao aprendizado. “O risco do adoecimento de uma criança por covid-19 e suas repercussões de curto prazo, como a própria miocardite pós-covid, as consequências da covid longa e a letalidade no Brasil, que é muito maior que em outros países, é incomparável ao risco-benefício de vacinar todas as crianças”, avalia Fonseca.

Ele rechaça a ideia repetida por movimentos antivacina de que o imunizante seria experimental: “esse nome experimental é altamente equivocado. É uma vacina recente, que passou por todas as fases de estudo clínico, que mostrou sua eficácia e sua segurança”.

Flávia Bravo ressalta que os pais devem ficar tranquilos em relação à segurança da vacina. Mesmo com a celeridade no desenvolvimento, nenhuma etapa de testagem foi pulada, os resultados foram avaliados por outros cientistas ao redor do mundo e agora a efetividade da vacina está sendo confirmada pelas autoridades sanitárias de cada país que já iniciou a aplicação. “Além de já termos ensaios clínicos pré-licenciamento que são tranquilizadores, na prática, na vida real, a gente está observando isso também”.