Símbolo da moderação, era Merkel se encerra com eleição apertada

FILE PHOTO: German Chancellor Angela Merkel holds a news conference with Hungarian Prime Minister Viktor Orban (not pictured) as they visit the Hungarian border town of Sopron, to mark the beginning of the fall of the Iron Curtain thirty years

Nos últimos 16 anos, Angela Merkel foi o rosto à frente da estabilidade da Alemanha. Chanceler do país desde 2005 e membro do partido de centro-direita União Democrata-Cristã (CDU), ela se manteve no poder durante um período em que outras potências europeias tiveram quatro, cinco e até sete chefes de Governo. Mas as eleições que ocorrem neste domingo (26) marcarão o fim do seu ciclo como principal líder da nação.

Embora não houvesse impedimento legal, Merkel anunciou em 2018 sua decisão de não concorrer novamente ao posto. Sua sucessão agora depende de dois fatores: a votação de cada partido e como serão os arranjos no Parlamento para se formar uma nova maioria. Armin Laschet, atual líder do CDU, está na disputa como um dos dois favoritos. Mas as pesquisas têm apontado ligeira vantagem para o atual ministro das Finanças, Olaf Scholz, do Partido Social-Democrata (SPD), legenda que compõe a coalizão em torno de Merkel. O último debate na televisão antes das eleições no país ocorreu na quinta-feira (23).

Segundo o cientista político Mauricio Santoro, professor do curso de Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), essa é a eleição mais disputada da história moderna da Alemanha. “A votação será muito fragmentada. Então, o partido que vencer vai precisar fazer alianças com pelo menos outros dois partidos. Temos um voto que ficou mais volátil. É possível que o CDU, partido da Merkel, tenha sua menor votação em muitos anos. Ele costumava ter cerca de 40% dos votos. Mesmo que ganhe, pode ser que não chegue a 25%”, disse.

Embora nascida em Hamburgo, na Alemanha Ocidental, Merkel mudou-se com a família para a Alemanha Oriental ainda criança. Formou-se em física e trabalhou com pesquisas científicas de química quântica até 1989, ano em que o muro de Berlim foi derrubado. Sua carreira política foi impulsionada nesse contexto. Ela foi por um curto período porta-voz do primeiro governo democraticamente eleito na Alemanha Oriental, liderado por Lothar de Maizière em 1990.

Com a reunificação alemã, Merkel foi eleita já no final de 1990 para o parlamento alemão e tem sido reeleita desde então. Foi por meio de uma grande coalizão que ela se tornou a primeira mulher a assumir o posto de chanceler da Alemanha em 2005. De lá pra cá, seu mandato foi renovado quatro vezes. Nesse período, ela lidou com diversas crises, como a desvalorização do Euro em 2011; a onda migratória que alcançou a Europa em 2015; o Brexit, que marcou a saída do Reino Unido da União Europeia e, mais recentemente, a pandemia da covid-19.

Para o professor Santoro, seu principal legado é manter a tradição alemã de centrismo, equilíbrio e moderação em um período atravessado por crises. “Merkel levou o partido conservador bem pro centro. Incorporou demandas dos sociais-democratas em questões trabalhistas e demandas dos verdes na agenda ambiental. Também por isso ficou tanto tempo no governo, porque foi capaz de oferecer algo a diferentes setores da população alemã”.

Símbolo

Na visão de Ricardo Ghizzi, professor de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Merkel se tornou um símbolo de estabilidade porque soube fazer uma boa síntese dos anseios da população. “O trauma da Segunda Guerra Mundial ainda está muito vivo na sociedade alemã. Embora muitos que viveram aquele período já tenham morrido, os filhos guardam essa memória. Muitos perderam seus pais. E a Merkel representou o desejo da sociedade alemã por tranquilidade, por paz, por estabilidade”.

Ghizzi pontua que, após a Segunda Guerra Mundial, a sociedade alemã desenvolveu uma aversão aos radicalismos. “Também não tinha outra opção. Os alemães se afastaram de todo tipo de radicalismo político e religioso e passaram a representar a estabilidade. Nos últimos anos, a Alemanha representou na Europa e no mundo um bastião da democracia, dos direitos humanos, do acolhimento aos refugiados, da defesa do meio ambiente, da ponderação”, acrescentou.

A Alemanha é uma das principais protagonistas das articulações da agenda ambiental no mundo e é o único país desenvolvido que abriga mais de um milhão de refugiados. A política humanitária de concessão de asilo adotada durante a onda migratória de 2015 impulsionada principalmente pela guerra na Síria trouxe dificuldades para Merkel, que sofreu críticas de setores conservadores da população e de seu próprio partido. Outro momento que gerou debate interno e externo foi a decisão de não enviar soldados para a intervenção militar na Líbia em 2011, embora ela tenha mantido a participação na ocupação do Afeganistão, iniciada antes de seu governo e encerrada no mês passado após quase 20 anos.

Em reação às posições progressistas no campo dos direitos humanos, também houve um crescimento da legenda de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que se apoia no discurso anti-imigração e que deverá ser uma das cinco principais forças nesta eleição. Outra dificuldade enfrentada por Merkel envolve atritos relevantes com outros países sobre questões econômicas, os quais giraram em torno da implantação de ajustes fiscais rigorosos e contenção de gastos públicos como pré-requisitos para se obter apoio da União Europeia em épocas de crises.

Apesar das divergências internas e externas, Santoro avalia que a capacidade de diálogo e de composição permitiu que Merkel atravessasse os momentos mais difíceis de seu governo. Em 2012, seu índice de aprovação chegou ao máximo histórico de 77%. No ano passado, voltou a pontuar alto: em meio à gestão da pandemia da covid-19, sua popularidade alcançou 74%. Apoiando-se em sua própria formação científica, ela adotou medidas afinadas com orientações da comunidade de pesquisadores. “Na comparação com os Estados Unidos, por exemplo, onde a pandemia foi uma catástrofe humanitária, a Alemanha adota uma posição mais moderada, mais estável”, observa Santoro.

Para Ricardo Ghizzi, o comportamento da população também contribuiu para que o controle da crise sanitária gerasse resultados mais satisfatórios do que nos países vizinhos. “Eles estão muito vinculados às normas e regras. Há um índice maior de obediência. Se é pra ficar em casa, eles ficam”.

Futuro

Qualquer um dos dois favoritos que vencerem a disputa será visto como representante de uma continuidade do governo Merkel. A diferença, segundo Santoro, é que os sociais-democratas poderiam fazer algumas mudanças pontuais no perfil do governo, como na relação com a China. O cientista político aponta esse como um tema sensível do debate político. “Há uma discussão se a Alemanha deveria ser um pouco mais dura, levando em conta a questão dos direitos humanos e das relações sociais”.

Segundo ele, o futuro governo enfrentará novos desafios, pois o cenário europeu pós-Brexit e pós-pandemia está longe de ser estável. A liderança alemã será, portanto, exercida em um contexto mais complexo. Ainda assim, Santoro não vê o país perdendo protagonismo com o fim da era Merkel.

“Não há outro país europeu com a mesma capacidade de influência da Alemanha no continente, seja pelo seu peso econômico, como pelo seu peso populacional. Isso será mantido, ainda que suas posições nem sempre sejam consensuais na União Europeu e já tenham passado por muitos questionamentos. A Alemanha tem uma visão das finanças públicas bastante conservadora, muito preocupada com a inflação por razões históricas. E nem sempre isso é algo que outros países estão de acordo”, pondera.

Para Ricardo Ghizzi, com o Reino Unido fora da União Europeia e mais focado em suas relações com os Estados Unidos, a liderança alemã fica ainda mais consolidada pelo seu peso econômico e comercial. “A Alemanha possui uma posição geográfica privilegiada e central na Europa, tendo fronteira com nove países. E além de ser a maior economia da União Europeia, tem relações próximas com a Rússia. Então acaba funcionando também como um ponto de amortecimento das tensões entre a Rússia e os países ocidentais”.

Talibã pede a companhias aéreas que retomem voos internacionais

FILE PHOTO: Taliban soldiers stand in front of a sign at the international airport in Kabul

O governo do Talibã no Afeganistão pediu neste domingo (26) a retomada dos voos internacionais, prometendo cooperação total com as companhias aéreas e dizendo que os problemas no aeroporto de Cabul foram resolvidos.

A declaração do Ministério das Relações Exteriores vem no exato momento em que o novo governo intensifica esforços para abrir o país e ganhar aceitação internacional após o colapso do governo apoiado pelo Ocidente no mês passado.

Um número limitado de voos de apoio e de passageiros está operando no aeroporto. Mas os serviços comerciais normais ainda não foram retomados, uma vez que o local foi fechado após a evacuação caótica de dezenas de milhares de estrangeiros e afegãos vulneráveis que se seguiu à tomada da capital pelo Talibã.

O aeroporto, que sofreu danos durante a evacuação, foi reaberto com o auxílio de equipes técnicas do Catar e da Turquia.

Embora algumas companhias aéreas, como a Pakistan International Airlines, ofereçam serviços limitados e algumas pessoas tenham conseguido lugares nesses voos, os preços relatados das passagens estão muitas vezes mais altos do que o normal.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Abdul Qahar Balkhi, disse que a suspensão dos voos internacionais deixou muitos afegãos presos no exterior e também impediu as pessoas de viajarem para trabalhar ou estudar.

Festival FALA! impulsiona o jornalismo de causas

A segunda edição do FALA! – Festival de Comunicação, Culturas e Jornalismo de Causas debate o papel dos meios de comunicação como ferramenta na construção de uma democracia plena, discutindo a importância da cultura, identidade e diversidade de linguagens na área. O FALA! é realizado em parceria com o Sesc São Paulo, de forma online. 

Como a difusão de informações ocorre para além dos profissionais de jornalismo, o Festival FALA! promove uma programação de debates e cursos com participação de pesquisadores do tema na academia, que atuam na comunicação de base e nas manifestações artístico-culturais da América Latina; e de agentes que comandam plataformas independentes de jornalismo em diversas regiões do Brasil.

A programação completa do festival, marcado para o período de 1° a 8 de outubro, será transmitida no YouTube no canal do Sesc Avenida Paulista.

As inscrições, gratuitas, para as oficinas, começam a partir do dia 28, às 14h, com 120 vagas.

Para os realizadores do festival, o jornalismo de causas ainda é um nicho nos principais encontros de jornalistas brasileiros. “Nós pretendemos discutir de forma mais aprofundada a relação entre arte, cultura e um jornalismo posicionado e comprometido com a diversidade e a pluralidade de vozes e corpos. É importante que construamos estes espaços de discussão para  fortalecer o compromisso do jornalismo com a democracia, sem as meias palavras e omissões do passado recente”, disse Laércio Portela, do portal Marco Zero e um dos idealizadores do FALA!.

A mesa de abertura, no dia 1º, às 19h, tem como tema “Como o jornalismo, a arte e a cultura podem colaborar na reconstrução desse mundo moderno que se encontra em ruínas?”. A fala inaugural será de Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo. Participam da conversa, mediada por Laércio Portela, editor e cofundador da Marco Zero Conteúdo, a jornalista e pesquisadora Rosane Borges; Donminique Azevedo, jornalista e especialista em Raça, Gênero e Sexualidades; e a cantora, escritora e pesquisadora Fabiana Cozza.

Além dos painéis, o Festival FALA! traz, ainda, o curso “Jornalismo, o mundo moderno e as novas formas de mediação”, que será ministrado pela professora pós-doutora Rosane Borges, de 5 a 8 de outubro.

O FALA! – Festival de Comunicação, Culturas e Jornalismo de Causas é idealizado e organizado por quatro grupos de mídia independente: Alma Preta Jornalismo (SP), Marco Zero Conteúdo (PE), 1Papo Reto (SP) e Ponte Jornalismo (SP), com produção da ZporZ e apoio do Sesc-SP, Repórteres Sem Fronteiras, Open Society e Vai Voando.

Ministério da Saúde recebe mais 2 milhões de doses da Pfizer

vacina Pfizer

O Ministério da Saúde informou, neste domingo (26), que recebeu mais 2 milhões de doses da vacina da Pfizer contra a covid-19. O carregamento foi entregue no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). Segundo a pasta, das mais de 287 milhões de doses distribuídas aos estados, 75,9 milhões são da Pfizer.

De acordo com o vacinômetro do ministério, 229 milhões de doses foram aplicadas em todo o país, sendo que 143,9 milhões foram destinadas para aplicação da primeira dose e 85,2 milhões são de segunda dose ou única.

Na sexta-feira (24), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), entregou mais de 2 milhões de doses da vacina contra a covid-19 ao Ministério da Saúde, somando o total de 4,5 milhões de doses entregues na semana.

Com o novo lote, a fundação alcança aproximadamente 101 milhões de vacinas disponibilizadas ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). O número foi alcançado em apenas oito meses.

Os recursos investidos na aquisição de doses de vacinas já somam R$ 188 bilhões, segundo o ministério.

Saúde Covid-19: Brasil tem 8,6 mil casos e 243 mortes em 24 horas

Movimentação em ponto de ônibus na avenida paulista.

O Brasil registrou 8.668 casos de covid-19 e 243 mortes causadas pela doença em 24 horas, segundo o boletim da situação epidemiológica divulgado neste domingo (26) pelo Ministério da Saúde. Desde o início da pandemia, foram registrados 21.351.972 casos e 594.443 óbitos. O boletim não apresentou os dados do Ceará, que apresenta números referentes a sexta-feira (24).

Segundo o boletim, 20.340.373 pessoas se recuperaram da doença e há 417.156 casos em acompanhamento.

Os dados em geral são menores aos sábados, domingos e segundas-feiras em razão da dificuldade de alimentação do sistema pelas secretarias estaduais de Saúde. Já às terças-feiras os resultados tendem a ser maiores pela regularização dos registros acumulados durante o fim de semana.

Entre os estados, São Paulo é que tem o maior número de casos e de óbitos, com 4,3 milhões e 149,1 mil, respectivamente. No número de casos, o estado da Região Sudeste é seguido por Minas Gerais (2,1 milhões) e Paraná (1,5 milhão). As unidades da Federação que registram menor número de casos são Acre (87,9 mil), Amapá (122,8 mil) e Roraima (126,1 mil).

No número de mortes, São Paulo é seguido por Rio de Janeiro (65,6 mil), e Minas Gerais (54,3 mil). Os estados com menor número mortes são Acre (1.836), Amapá (1.977) e Roraima (1.992).

boletim epidemiológico da covid-19
boletim epidemiológico da covid-19 – 26/09/2021/Divulgação/Ministério da Saúde

Vacinação

Segundo o último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, foram aplicadas 231,8 milhões de doses de vacina contra covid-19 no Brasil, sendo 144,8 milhões de primeiras doses e 87 milhões de segundas doses e doses únicas.

Também foram aplicados 29,8 mil doses adicionais em imunossuprimidos e 506,9 mil doses de reforço. No total, foram aplicadas nas últimas 24 horas, segundo o boletim, 1,5 milhão de doses.

Até agora foram distribuídas para as unidades da Federação 284,6 milhões de doses, sendo que 274,7 milhões foram entregues aos estados e ao Distrito Federal há mais de sete dias e 9,9 milhões foram enviadas e estão em processo de distribuição.

Saúde Risco de covid-19 grave é até 6 vezes maior em pacientes com Alzheimer

Paciente com Covid é tratado em hospital britânico de Milton Keynes

Pesquisadores brasileiros identificaram que o Alzheimer é um fator de risco para quem contrai a covid-19, independentemente da idade. O estudo foi publicado na revista Alzheimer’s & Dementia, periódico da associação que pesquisa a doença e que tem sede em Chicago (EUA). Foram usados dados do sistema de saúde britânico, reunindo informações de 12.863 pessoas maiores de 65 anos.

O trabalho mostrou que quando um paciente era internado e já tinha Alzheimer, o risco de desenvolver um quadro mais grave por conta do vírus da covid-19, o Sars-CoV-2, foi três vezes maior na comparação com quem não tinha a doença. No caso de pacientes com mais de 80 anos, o risco é seis vezes maior. A doença não aumentou o risco de internações ao ser comparado com outras comorbidades.

“Os pacientes internados infectados por covid-19, se tiverem um quadro de Alzheimer, é um fator significativamente agravante de internação”, aponta Sérgio Verjovski, doutor em biofísica e liderança científica do Laboratório de Parasitologia do Instituto Butantan. O estudo também envolveu pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Os dados dos participantes foram divididos em três grupos: 66 a 74 anos (6.182 pessoas), 75 a 79 anos (4.867 pessoas) e acima de 80 anos (1.814 pessoas). Dessa amostragem inicial, 1.167 pessoas estavam com covid-19. Verjovski explica que o banco inglês foi usado por ter o histórico de mais de 10 anos dos pacientes, além disso possui o sequenciamento genômico da maior parte dos indivíduos.

Atenção rápida
O pesquisador destaca que essa descoberta revela a importância de uma atenção rápida a esses pacientes, considerando as chances de agravamento. “Tudo isso aponta para o fato de que esses pacientes necessitam de uma intervenção mais imediata. Pacientes com 65 a 70 anos tinham risco aumentado em quase quatro vezes de terem complicações e irem a óbito”, exemplificou.

Algumas hipóteses podem explicar essa relação e Verjovski destaca que estudos ainda estão sendo feitos. Contudo, um dos mecanismos possíveis é que quando o SARS-CoV-2 infecta o organismo, o corpo responde com um processo inflamatório para combater o vírus.

“Sabe-se que Alzheimer envolve inflamação de vasos do cérebro e é uma possibilidade que essa inflamação diminua a barreira hematoencefálica, que é uma barreira que permite que o cérebro receba nutrientes, receba a circulação, mas não deixa passar fatores de infecção. No caso da inflamação, que leva à degeneração pelo Alzheimer, pode estar diminuindo essa barreira hematoencefálica e aumentando a chance da infecção pelo vírus”, explica.

Fatores genéticos
Verjovski disse que o grupo busca agora relações entre os fatores genéticos de propensão da doença de Alzheimer e o agravamento da covid-19. “A gente agora está tentando associar os dados clínicos com os dados de variantes genéticas envolvidas com Alzheimer para ver se aponta, entre os genes causadores Alzheimer, algum que aumenta também nitidamente a gravidade da covid e que pode apontar para um mecanismo genético.”

Originalmente, o laboratório liderado por Verjovski pesquisa genes de câncer. Com a pandemia, no entanto, o trabalho foi reorientado. “Temos um financiamento para pesquisa que nos permitiu usar esses bancos. Temos pessoal capacitado em fazer as análises, equipamentos e, embora o nosso trabalho não seja voltado para Alzheimer, nem pra covid-19, a gente se associou ao Sérgio Ferreira [doutor em biofísica e professor da UFRJ] e usou nosso knowhow de análise de genética em larga escala”.

Covid-19: Boletim diário da Secretaria de Saúde – 26.09.21

A Secretaria de Saúde de Caruaru informa que, até este domingo (26), 97,60 % dos pacientes já se recuperaram do novo coronavírus. Hoje, foram registrados sete novos casos, 11 pessoas recuperadas da doença e nenhum óbito.

O número de testes realizados subiu para 108.940 dos quais 41.670 foram através do teste molecular e 67.244 pelo teste rápido, com 32.903 confirmações para a Covid-19.

O número de casos descartados subiu para 75.413.

Também já foram registrados 125.198 casos de síndrome gripal e 1.240 pessoas estão em isolamento domiciliar.

Em investigação, a secretaria informa que são 598 casos, 48 pessoas em isolamento domiciliar e 12 internamentos.

Prefeitura de Caruaru realiza primeiro evento do Microcrédito na Rua

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Economia Criativa (Sedetec), realizou o primeiro evento do Microcrédito na Rua, na manhã deste sábado (25), na Feira da Boa Vista I e II. O programa tem como objetivo impulsionar as atividades de empreendedores de negócios locais, através da concessão de microcrédito orientado, realizada pelos bancos credenciados, Santander e Nordeste.

Na ocasião, as equipes das duas instituições bancárias estiveram circulando pela feira, oferecendo aos interessados linhas de crédito para capital de giro e montagem de negócio. A iniciativa é destinada, exclusivamente, para microempreendedores formais e informais, a exemplo de comerciantes, vendedores ambulantes, profissionais autônomos e prestadores de serviços, bem como a pequenas cooperativas. Além disso, ainda conta com o apoio do Sebrae-PE, cuja a sua participação vem ocorrendo na oferta de informações e auxílio para formalização de negócios informais.

A ideia da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Economia Criativa de Caruaru é promover uma série de eventos do tipo, ao longo dos próximos meses e em locais estratégicos da Capital do Agreste, a fim de facilitar a comparação das linhas. Estas últimas estão disponíveis para os empreendedores que querem iniciar ou expandir os seus respectivos negócios.

“O microempreendedorismo exerce um papel determinante na sustentação e desenvolvimento da economia, e, na medida em que oferecemos, em um único local, microcrédito orientado, com linhas acessíveis, a tendência é de expandirmos ainda mais as nossas atividades em termos de negócios, gerando mais receita e emprego em Caruaru. O Microcrédito na Rua chega justamente para criar oportunidades neste momento de retomada econômica”, destacou o secretário da Sedetec, André Teixeira Filho.

Quem esteve conferindo o programa foi o feirante Jadelson Sousa. Ele se mostrou interessado em aderi-lo. “Achei as taxas de juros justas, as parcelas acessíveis, bem como as orientações importantes. Vou comparar a melhor oferta de empréstimo dos bancos para entrar no Microcrédito na Rua. Por causa da pandemia do coronavírus, nós, feirantes, ficamos muito tempo parados, sem vender nada e sem dinheiro para investir. Com essa parceria da Prefeitura com os bancos, poderemos ganhar um fôlego a mais para os próximos meses”, disse.

Parceiros

De acordo com os representantes das instituições credenciadas, a iniciativa vem impulsionar a economia local. “Ao aderi-la, o microempreendedor tem a possibilidade de expandir o seu negócio, adquirindo ferramentas que lhe propiciarão uma participação mais efetiva no mercado”, destacou o supervisor do Santander, Antelmo Matias. “O Banco do Nordeste vem enxergando o Microcrédito na Rua como um grande aliado de Caruaru na retomada das atividades econômicas, neste período ainda pandêmico”, avaliou o gerente regional, Herbert Caires.

Entenda tudo sobre bursite e como prevenir a doença

Bursite é a inflamação ou irritação de uma “bursa”. Esta é uma pequena bolsa localizada entre o osso e outras estruturas móveis, como músculos, pele ou tendões. Ela permite e facilita um melhor deslizamento entre as estruturas. Como prevenção, é importante evitar movimentos repetitivos, exercícios de grande impacto sem proteção e sobrecarga. Considerada uma enfermidade bem comum entre os brasileiros, a doença pode ser causada pelo uso frequente da articulação, como explica o ortopedista credenciado ao Cartão Saúde São Gabriel, Dr. Marcos Hering.

“A bursite no ombro pode ser causada pelo uso em excesso da articulação e é preciso ficar atento aos sinais como dor em todo o ombro, especialmente na parte superior, dificuldade em levantar o braço acima da cabeça, devido à dor, fraqueza muscular em todo o braço afetado e sensação de formigamento local que irradia por todo o braço”, explica o médico, que complementa trazendo outros detalhes da doença.

“Os sintomas da bursite no ombro são bem parecidos com os da Síndrome do Manguito Rotador. Portanto, para confirmar o diagnóstico, o especialista em ombro vai precisar tocar no ombro dolorido e pedir para que a pessoa faça alguns tipos de movimentos. O médico pode solicitar ainda um raio-x, ultrassonografia ou até mesmo ressonância magnética para descartar outras causas para a dor. Ao sentir os sintomas, o paciente precisa passar por uma consulta com um ortopedista”, finaliza.

Ministério da Saúde pede à Economia reforço na verba para santas casas

Fachada do Ministério da Saúde na Esplanada dos Ministérios

O Ministério da Saúde pediu à equipe econômica reforço na verba para as santas casas e para os hospitais filantrópicos no Orçamento deste ano. O dinheiro poderia vir de créditos extraordinários, fora do teto de gastos, nos meses finais de 2021.

O tema foi objeto de reunião hoje (24) à tarde entre o ministro substituto da Saúde, Rodrigo Cruz, com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo Cruz, o reforço é necessário porque o custo de insumos hospitalares aumentou 12% recentemente com a alta do dólar e da inflação.

Segundo Cruz, uma possibilidade seria a edição de um crédito extraordinário ao Orçamento deste ano. Ele, no entanto, disse que o encontro terminou sem conclusões e que outras opções estão em análise.

“O Ministério da Economia tem atendido prontamente aos pedidos da Saúde para combater a pandemia”, disse Cruz, ao sair da reunião. Atualmente, as santas casas e os hospitais filantrópicos executam 46% dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).

Em relação ao orçamento da pasta para 2022, Cruz disse que o governo pretende inserir os gastos relacionados à Covid-19 na verba corrente da pasta. Em 2020, os gastos com o enfrentamento à pandemia foram registrados no Orçamento de Guerra. Neste ano, houve a edição de créditos extraordinários com abatimento parcial na meta de déficit primário – resultado negativo das contas do governo sem os juros da dívida pública.

Apesar de ter dito que pretende gastar o máximo possível com recursos correntes em 2022, Cruz não descartou a possibilidade da execução com créditos extraordinários no próximo ano. No entanto, isso só será feito caso surjam problemas fora do previsto.

“Existem requisitos para lançar mão dos créditos extraordinários. Por exemplo, a imprevisibilidade. Tudo está sendo trabalhado com muita responsabilidade”, concluiu o ministro substituto da Saúde, que assumiu o comando da pasta após a confirmação de que o ministro Marcelo Queiroga contraiu Covid-19.

Agência Brasil