Mega-Sena acumula novamente e prêmio principal vai para R$ 130 milhões

Nenhum apostador acertou as seis dezenas do concurso 2.875 da Mega-Sena, realizado nesta terça-feira (17). O prêmio acumulou novamente e está estimado em R$ 130 milhões para o próximo sorteio.

Os números sorteados foram: 03 – 05 – 15 – 37 – 54 – 57

Esse foi o 11º sorteio seguido da Mega-Sena em que não houve ganhadores do prêmio principal.

164 apostas acertaram cinco dezenas e irão receber R$ 36.981,33 cada
9.724 apostas acertaram quatro dezenas e irão receber R$ 891,01 cada

Apostas

Para o próximo concurso, as apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) de sábado (21), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site ou aplicativo da Caixa.

A aposta simples, com seis dezenas, custa R$ 5,00.

Alcolumbre lê requerimento que cria CPMI sobre fraudes no INSS

Brasília (DF), 17/06/2025  -  Congresso Nacional durante sessão plenária semipresencial para a votação de vetos presidenciais. Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União-AP), leu, nesta terça-feira (17), o requerimento para instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CMPI) sobre as fraudes nos descontos de aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A leitura foi feita durante sessão do Congresso Nacional para votar vetos presidenciais e outros projetos. Alcolumbre leu o requerimento no fim da sessão, após ser questionado por parlamentares da oposição, e após o Congresso Nacional aprovar a criação do cargo de líder da Oposição no Congresso Nacional, com as mesmas prerrogativas da liderança do Governo.

“Cabe a esta presidência a condução e organização da pauta, observando a ordem dos trabalhos, a leitura será no final da sessão”, disse o senador.

A CPMI deve ser formada por 15 deputados e 15 senadores titulares e terá o mesmo número de suplentes. O prazo previsto para os trabalhos é de 180 dias.

Caberá aos líderes partidários e dos blocos indicar os integrantes de acordo com a proporcionalidade, que ainda será encaminhada às lideranças de cada uma das casas legislativas.

O requerimento foi apresentado no dia 13 de maio pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e pela deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT).

Cobranças
Desde a segunda-feira (16), os aposentados e pensionistas que questionaram a cobrança de mensalidades associativas em seus benefícios previdenciários podem verificar, presencialmente, nas agências dos Correios, as respostas das associações e sindicatos que receberam os valores descontados com autorização do INSS.

O atendimento presencial é uma alternativa para os beneficiários do Regime Geral da Previdência Social que já contestaram os descontos e que não conseguirem ou quiserem usar o aplicativo Meu INSS, no qual as respostas das entidades acusadas de promover descontos não autorizados começaram a ser disponibilizados no último dia 9.

As justificativas das associações e sindicatos estão sendo liberadas aos poucos, já que estes têm 15 dias úteis para responder a cada uma das contestações repassadas pelo INSS.

Se a entidade não entregar ao INSS documentos que comprovem que o aposentado ou pensionista se filiou e autorizou o desconto da mensalidade associativa em seu benefício previdenciário, o instituto iniciará processo de cobrança para que a entidade devolva os valores descontados ilegalmente à pessoa prejudicada. Em tais casos, o reclamante não precisa fazer nada além de acompanhar o andamento do pedido de esclarecimento/ressarcimento pelo aplicativo Meu INSS, ou pela Central 135.

Na semana passada, durante audiência conjunta das comissões de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa e da Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família na Câmara dos Deputados, o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, disse que ainda não tem o número final dos descontos indevidos feitos por entidades associativas nos pagamentos a aposentados e pensionistas do INSS, mas que estima que o valor fique entre R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões.

“Eu acredito que seja algo em torno entre R$ 2 bilhões a 3 bilhões de reais. Seis bilhões de reais seria se todas as pessoas tivessem sido descontadas durante o período máximo do prazo prescricional de cinco anos e todas elas tivessem descontos não autorizados”, afirmou o ministro. Ele acrescentou que o número exato só será conhecido após o término dos atendimentos aos aposentados e pensionistas, pelo aplicativo Meu INSS, pelas agências do INSS e pelos Correios.

Nova diretoria da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia toma posse

O novo presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – Seccional Pernambuco (SBGG-PE), médico geriatra Rodrigo Patriota, tomou posse na noite desta segunda-feira (16), durante Assembleia Geral Extraordinária da entidade, realizada no bairro do Espinheiro, Zona Norte do Recife. Ele substitui a médica Sandra Brotto Furtado. O mandato é de dois anos.

Além de Rodrigo Patriota, também foram empossados Andrey Lucas Rodrigues (1º vice-presidente), Antônio Moura (2º vice-presidente), Iolanda Galbiati (secretária-geral e vice-tesoureira), Jéssika Leão Bezerra (secretária-tesoureira), Genaina Couto (secretária adjunta de Gerontologia), Marília Gonzaga Higino (diretora de Defesa Profissional) e Victor Pontes (diretor científico). A nova diretoria foi eleita por unanimidade, conforme previsto no estatuto da instituição. A assembleia também aprovou as contas da gestão 2023–2025.

Rodrigo Patriota é médico formado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com residência em Clínica Médica pelo Hospital Otávio de Freitas e em Geriatria pelo Hospital Universitário Oswaldo Cruz (UPE). É mestre em Educação para o Ensino da Área de Saúde pela Faculdade Pernambucana de Saúde.

Durante a posse, o novo presidente falou sobre os desafios da área. “Nosso compromisso é fortalecer a SBGG-PE como um movimento pelo ativismo pela pessoa idosa e como interlocutor com a mídia e sociedade na temática do envelhecimento”, afirmou.

Secretaria de Educação e Esportes firma parceria com o Programa Mediação de Conflitos do Governo do Estado

Foto: Rafael Moreira

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Educação e Esportes, em parceria com o Governo do Estado, realizou palestras educativas sobre bullying e educação sexual nas unidades de ensino do município. A iniciativa integra um conjunto de ações voltadas à promoção da cultura de paz e à prevenção de situações de violência no ambiente escolar.

Durante os encontros, os estudantes tiveram acesso a informações essenciais para um desenvolvimento saudável e seguro. As palestras aconteceram em formato de roda de conversa, com linguagem acessível, vídeos educativos, dinâmicas interativas e espaço aberto para diálogo.

A ação reforça o compromisso da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Prevenção à Violência com a formação cidadã e com a construção de um ambiente escolar mais seguro, inclusivo e respeitoso. De acordo com os organizadores, o objetivo é fortalecer a escuta qualificada dos jovens, incentivar o protagonismo estudantil e fomentar um espaço de convivência baseado no diálogo, na empatia e no conhecimento.

“Quando temas como bullying e sexualidade são abordados com clareza e responsabilidade, contribuem diretamente para a prevenção de crimes no ambiente escolar. Falar sobre esses assuntos nas escolas é cuidar da saúde física, emocional e social dos nossos jovens. É empoderá-los com conhecimento e autonomia para que façam escolhas seguras”, destacou o secretário de Educação e Esportes, Kaio Colaço.

O Programa Mediação de Conflitos Itinerante atua levando serviços gratuitos de mediação para comunidades em todo o estado, com foco especial em áreas mais vulneráveis. A versão itinerante amplia o acesso da população à escuta imparcial e ao diálogo como ferramenta para a resolução de conflitos. A presença do Programa nas escolas de Caruaru reforça esse compromisso com a paz e com a formação de cidadãos mais conscientes.

Devido ao feriado de Corpus Christi, Feira da Agricultura Familiar será antecipada em Caruaru

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural, informa que, devido ao feriado de Corpus Christi, celebrado na próxima quinta-feira (19), a Feira da Agricultura Familiar será antecipada para esta quarta (18).

A antecipação visa garantir que os consumidores possam realizar suas compras com tranquilidade, além de manter o apoio contínuo aos produtores locais que participam da feira.

Startups pernambucanas ganham ponte com o Reino Unido em novo programa de internacionalização

O ecossistema de inovação pernambucano deu mais um salto internacional. Nesta semana, por meio do programa Global.PE, o Governo de Pernambuco embarcou com 13 startups de base tecnológica para uma imersão nos principais polos de inovação do Reino Unido, com passagens por Londres, Birmingham e Manchester.

Com investimento de R$ 500 mil, a iniciativa está sendo promovida pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco (Secti-PE) e executada pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe), como parte das ações do programa Inova PE. O objetivo é claro: acelerar a internacionalização de soluções tecnológicas pernambucanas e posicionar o estado no radar global da inovação.

Super NINA, Interato Sistemas, Senfio, Musique, Happen, Escribo – Education Your Way, Zimbo, Camílio Empreendimentos Ltda, VOLTZX Tecnologia e Inovação LTDA, Evalle Engenharia e Serviços Ltda, Valley Space Tech, Rade Soluções e Consultoria, e LOC foram as startups selecionadas para a missão internacional.

A missão acontece até 18 de junho e conta com uma agenda estratégica de conexões com empresas, universidades, centros de pesquisa e investidores internacionais. Um dos destaques será a participação das startups na London Tech Week, maior evento de tecnologia e inovação da Europa, além da integração à missão LATAC (Latin America and the Caribbean), voltada à conexão de países latino-americanos com o ecossistema britânico.

“O Global.PE é uma oportunidade única para que as startups pernambucanas conheçam ecossistemas maduros, troquem experiências, estabeleçam parcerias e tragam de volta uma nova visão de negócios para o Estado”, afirma a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco, Mauricélia Montenegro.

As empresas também participaram do Global Impact Bootcamp (GIB), programa de formação promovido pela consultoria uGlobally, em parceria com o UK-Brazil Tech Hub, iniciativa do governo britânico voltada ao desenvolvimento de empreendedores com potencial de atuação global.

“Pernambuco é hoje um polo de inovação com potencial de impacto global. Estamos muito felizes com essa parceria, que fortalece as conexões entre o Reino Unido e o Brasil e ajuda as startups locais a se posicionarem no cenário internacional”, destaca o cônsul-geral britânico no Rio de Janeiro, Anjoum Noorani.

O Global.PE conta com recursos do Fundo Inovar-PE e é executado com apoio da Agência de Empreendedorismo de Pernambuco (AGE), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo (Sedepe).

Prazo para prestação de contas partidárias se encerra em 30 de junho

Encerra-se em duas semanas, precisamente em 30 de junho, o período para que as agremiações políticas encaminhem à Justiça Eleitoral a prestação de contas referente ao exercício financeiro de 2024. Tal entrega configura-se como obrigatória e deve ser realizada exclusivamente por intermédio do Sistema de Prestação de Contas Anual (SPCA).

Conforme a Lei dos Partidos Políticos (lei nº 9.096/1995), o balanço contábil do diretório nacional da legenda deve ser remetido ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os diretórios estaduais devem encaminhar a prestação de contas aos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), e os diretórios municipais, aos juízes eleitorais. A Justiça Eleitoral deve determinar a publicação dos balanços na imprensa oficial ou, na ausência desta, a afixação dos documentos no cartório eleitoral.

A prestação de contas partidária é submetida à fiscalização da Justiça Eleitoral, que avalia se as informações apresentadas refletem a real movimentação financeira da legenda, abrangendo receitas, despesas e a aplicação de recursos públicos, como os provenientes do Fundo Partidário.

O processo possui caráter jurisdicional e deve incluir os dados informados no SPCA, bem como os documentos comprobatórios exigidos. A resolução TSE nº 23.604, de dezembro de 2019, estabelece os itens que devem compor a prestação de contas. Entre eles, destacam-se:

Relação identificando o presidente, o tesoureiro ou aqueles que desempenharam funções equivalentes, bem como aqueles que os tenham efetivamente substituído no exercício financeiro da prestação de contas;
Relação das contas bancárias abertas;
Conciliação bancária, caso existam débitos ou créditos que não tenham constado dos respectivos extratos bancários na data de sua emissão;
Demonstrativo de recursos recebidos e distribuídos do Fundo Partidário;
Demonstrativo de doações recebidas;
Demonstrativo de obrigações a pagar;
Demonstrativo de dívidas de campanha;
Extrato da prestação de contas contendo o resumo financeiro do partido;
Demonstrativo de transferência de recursos para campanhas eleitorais efetuados a candidatos e diretório partidário definitivo ou provisório, identificando, para cada destinatário, a origem dos recursos distribuídos;
Demonstrativo de Contribuições Recebidas.
Os diretórios municipais que não tenham movimentado recursos financeiros nem arrecadado bens estimáveis em dinheiro no exercício financeiro de 2024 estão dispensados de apresentar a prestação de contas à Justiça Eleitoral, bem como de enviar declarações à Receita Federal. No entanto, é imprescindível que o responsável partidário entregue uma declaração formal de ausência de movimentação financeira no período.

A eventual desaprovação das contas por parte da Justiça Eleitoral não impede a participação do partido nas eleições. Contudo, tal decisão pode acarretar sanções administrativas, como a devolução de recursos ao Tesouro Nacional, a suspensão de novas cotas do Fundo Partidário e outras medidas determinadas pela legislação eleitoral.

Bolsonaro pede anulação da delação de Mauro Cid no STF

A defesa de Jair Bolsonaro pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a anulação da delação premiada de Mauro Cid. Segundo os advogados do ex-presidente, o ex-ajudante de ordens teria mentido em depoimento recente e violado as cláusulas de sigilo previstas no acordo com a Polícia Federal.

A petição foi encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre a trama golpista. O pedido foi motivado por reportagem da revista Veja, que afirma que Cid usou redes sociais para vazar trechos sigilosos da delação.

Rede social da esposa

Durante a oitiva, Cid negou que usava redes sociais para se comunicar com investigados. Disse desconhecer o perfil “Gabriela R” no Instagram, nome que coincide com o de sua esposa, Gabriela Cid. Para a defesa de Bolsonaro, há indícios de que ele utilizou esse canal para divulgar conteúdo sigiloso.

Os advogados argumentam que, ao mentir e expor trechos da colaboração, Cid teria comprometido o acordo, o que justificaria sua anulação. Entre os benefícios ameaçados, está o direito de responder ao processo em liberdade.

Resposta da defesa

Em nota, a defesa de Mauro Cid afirmou que a reportagem da Veja é “mentirosa” e negou qualquer vínculo entre o ex-ajudante de ordens e o perfil citado. Também solicitou investigação sobre a titularidade das contas.

Cid firmou delação premiada com a PF no âmbito das investigações sobre tentativas de golpe e ataques ao sistema eleitoral. Ele já implicou diretamente Bolsonaro e ex-integrantes do governo em ações de desestabilização democrática.

Oitiva no STF

Na semana passada, Moraes iniciou os interrogatórios do chamado “núcleo 1” da trama golpista. Bolsonaro prestou depoimento, negou a intenção de dar um golpe de Estado e afirmou confiar nas instituições.

O caso segue sob sigilo e pode ter desdobramentos com impacto direto no futuro jurídico do ex-presidente. Se a delação for anulada, parte das provas obtidas poderá ser comprometida.

PGR arquiva denúncia contra senador que disse querer “enforcar” Marina

A Procuradoria-Geral da República (PGR) arquivou o pedido de investigação contra o senador Plínio Valério (PSDB-AM) por conta da declaração em que afirmou ter tido vontade de “enforcar” a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. A frase foi dita em março, durante um evento realizado dias após a participação da ministra na CPI das ONGs, no Senado.

“Imagine o que é tolerar Marina 6 horas e dez minutos sem enforcá-la”, disse o senador na ocasião.

Na decisão, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que, embora as declarações do parlamentar tenham “aparente cunho ameaçador”, elas ocorreram fora da CPI e após o encerramento da reunião, o que, segundo ele, afasta a configuração de crime de constrangimento ilegal.

“A ministra Marina não foi obrigada a manter nenhum comportamento indesejado ou contrário à sua vontade”, justificou Gonet.

Outro ponto levantado pela PGR é que, para dar início a uma investigação por crime de ameaça, seria necessário que a própria ministra apresentasse uma representação formal, o que não ocorreu. A denúncia foi feita pela deputada federal Luciene Cavalcanti (Psol-SP), que argumentou que a fala configurava violência política de gênero.

O procurador-geral também afastou a possibilidade de enquadramento em ação penal pública incondicionada, que não depende de representação da vítima. Segundo ele, a conduta de Plínio Valério “não foi praticada por razões da condição do sexo feminino ou em situação de violência doméstica ou familiar”.

Reações de Marina e aliados

Ao comentar o episódio, Marina Silva afirmou que a fala do senador é uma forma de incitar a violência contra a mulher e criticou o tom de “brincadeira” usado por Plínio Valério:

“Com a vida dos outros não se brinca. Quem brinca com a vida dos outros ou faz ameaça aos outros de brincadeira e rindo, só os psicopatas são capazes de fazer isso”, disse a ministra durante o programa Bom Dia, Ministra, do governo federal.

Marina também destacou que mulheres, mesmo em posições de poder, continuam expostas a ataques. “Mesmo em posições de poder e visibilidade como a minha, as mulheres ainda estão sujeitas a ataques”, afirmou.

Sem arrependimento

Em sessão plenária no Senado, Plínio Valério voltou a tratar o episódio como uma brincadeira:

“Um ano se passou [desde a sessão na CPI] e fui receber uma medalha. Em tom de brincadeira, eu disse: imagine vocês o que é ficar com a Marina seis horas e 10 minutos sem ter vontade de enforcá-la”, disse o senador. “Todo mundo riu, foi brincadeira. Se você perguntar: você faria de novo? Não. Mas se arrepende? Não. Foi uma brincadeira.”

O senador também defendeu sua conduta durante a CPI: “Por ser mulher, por ser ministra, por ser negra, por ser frágil, foi tratada com toda delicadeza”.

Em nota, Plínio atribuiu a repercussão do caso a disputas políticas regionais: “Para minha surpresa, esse incidente ganhou dimensão, ao ser discutido inclusive no plenário do Senado Federal, creio eu que a partir de uma disputa eleitoral regional. Passei a ser chamado até de misógino e machista. Minha vida pessoal e minha trajetória política desmentem esses adjetivos”.

Novo embate na Comissão de Infraestrutura

O clima de tensão entre Marina e Plínio voltou a se acirrar em 27 de maio, durante reunião da Comissão de Infraestrutura do Senado. O senador provocou a ministra ao afirmar que “a mulher Marina merecia respeito, a ministra não”, o que gerou novo bate-boca.

Marina exigiu uma retratação. “Se o senhor me pede desculpa, eu permaneço. Como não pede desculpa, eu vou me retirar”, declarou, deixando a reunião.

O presidente da comissão, senador Marcos Rogério (PL-RO), também se envolveu na discussão, dirigindo-se à ministra com a frase: “Se ponha no seu lugar”.

Em resposta aos episódios, aliados de Marina Silva apresentaram representações no Conselho de Ética do Senado contra Plínio Valério e Marcos Rogério. Os parlamentares são acusados de violência política de gênero e de quebra de decoro parlamentar. As representações seguem aguardando análise.

PF indicia Bolsonaro, Carlos e Ramagem por uso político da Abin

A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito que investigou o uso político da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro e indiciou 35 pessoas. Entre os alvos estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu filho Carlos Bolsonaro e o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da agência. As informações são do Congresso em Foco. 

Segundo a PF, Ramagem montou uma estrutura ilegal de espionagem, usada para monitorar opositores do governo entre 2019 e 2021. Carlos Bolsonaro teria liderado o chamado “gabinete do ódio”, que usava os dados para ataques públicos. Bolsonaro, por sua vez, foi apontado como beneficiário direto da estrutura.

Software espião

A espionagem foi feita com o software israelense First Mile, que rastreia a localização de pessoas a partir de torres de celular, de acordo com a investigação. A ferramenta teria sido usada para monitorar autoridades como Alexandre de Moraes (STF), Rodrigo Maia (presidente da Câmara, na época), o senador Renan Calheiros e jornalistas.

A PF também indiciou o atual diretor da Abin, Luiz Fernando Corrêa, por suposta obstrução das investigações. Segundo o pesquisador, a cúpula da agência tentou dar aparência de legalidade às ações clandestinas.

Núcleos de atuação

A investigação revelou a existência de cinco núcleos. O primeiro é o político, com Carlos Bolsonaro e assessores que atuaram como ponte entre ele e a Abin. O segundo, chamado de Alta Gestão, envolve Ramagem e servidores da agência.

Outro núcleo, apelidado de Portaria 157, teria tentado ligar adversários ao PCC. Já o Tratamento Log era responsável por operar o First Mile. Há ainda registros de interferência direta em inquéritos da PF, com mapeamento de rivais eleitorais no Rio.

Próximos passos

A conclusão do inquérito foi enviada ao Supremo Tribunal Federal. Caberá à Procuradoria-Geral da República (PGR) decidir se oferece denúncia contra os indiciados. O caso pode abrir uma nova frente judicial contra Bolsonaro e seu entorno político.