Artigo- Ministério Público de Pernambuco: passado, presente e agenda para o futuro

Por Paulo Augusto Freitas Oliveira

A história de formação do Ministério Público de Pernambuco deita raízes no longo processo de formação do moderno Estado brasileiro e é celebrada neste 17 de junho de 2021, completando 130 anos da organização. A data é coincidente com a promulgação da primeira Constituição Política do Estado de Pernambuco, a qual estabeleceu, pela primeira vez, o Ministério Público enquanto instituição responsável pela representação do Estado, seus interesses e a justiça pública junto aos juízes e aos tribunais. Essa vinculação secular cruza fatos com o nascimento do Estado Federal brasileiro, que calçou no pacto federativo a âncora necessária para a indissolução do nosso País.

Para além da celebração, é preciso, contudo, destacar o papel contemporâneo desta casa, que é uma verdadeira pletora de uma série de assuntos que, hoje, são objeto de sua atuação: questões ambientais, econômicas, casos de corrupção, do âmbito do consumo, etc., quase tudo que envolva uma coletividade de cidadãos e que seja tratado de alguma forma pela Constituição pode tornar-se objeto de ação do Ministério Público. É nesse escopo de diversidade, que ganhou contornos com a Constituição de 1988, combinada à autonomia e independência funcional de seus membros, que repousa a força dos promotores e procuradores de Justiça que, do Litoral ao Sertão, defendem de forma aguerrida os direitos do cidadão pernambucano.

Assim, o Ministério Público de Pernambuco, de 1891 para cá, passou por inúmeras transformações, deixando de ser um órgão auxiliar da Justiça, para se tornar uma instituição independente que, de proponente da ação penal pública junto ao Poder Judiciário, se transformou em um ator institucional de primeira grandeza, mantendo a centralidade da instituição no debate público contemporâneo; muitas vezes funcionando enquanto guia para a execução de políticas públicas e acesso a direitos.

O MPPE acumula em sua história uma grande atuação em questões de primeira ordem para o cidadão pernambucano. Relacionando fatos recentes, podemos citar a atuação junto ao povo na greve dos caminhoneiros, quando salvaguardamos o direito da população; questões relacionadas ao combate ao racismo e políticas públicas de igualdade racial; a batalha contra o feminicídio e a promoção da equidade de gênero. De 2020 até hoje, estivemos ao lado do povo durante a pandemia, para fazer valer o direito à vida e o respeito às medidas sanitárias.

Para além das transformações do passado, o Ministério Público de Pernambuco vem passando por transformações no presente. Desde o início deste ano, nossa instituição está comprometida com uma melhor organização administrativa, consolidando projetos de relevância social, para garantir que estejamos conectados com a inclusão. Para isso, estamos implementando mecanismos voltados ao aperfeiçoamento contínuo dos projetos em andamento, garantindo mais eficiência no cumprimento das atribuições constitucionais, de forma que a transparência das decisões, a segurança jurídica, a integração e a racionalização da estrutura, bem como incremento de produtividade são premissas garantidoras da nossa atuação.

Acreditamos em uma verdadeira transformação do Ministério Público de Pernambuco, com uma nova estrutura e organização dos seus serviços, para o atendimento dos anseios de uma geração conectada, sem descuidar-se da necessidade de se manter mais próximo da sociedade, sobretudo dos mais vulneráveis, numa intensa e permanente luta pela inclusão social e pela redução das desigualdades. Vamos seguir avançando!

Paulo Augusto Freitas Oliveira
Procurador-Geral de Justiça de Pernambuco

Raquel Lyra anuncia o São João Solidário 2021 e novos benefícios para trabalhadores

Foto: Elvis Edson

A Prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, anunciou, nesta quarta-feira (16), a edição 2021 do São João Solidário. A ação acontece pelo segundo ano, devido a não realização da tradicional festa junina por conta da pandemia da Covid-19, prejudicando diretamente milhares de famílias que aguardavam o evento para trabalhar e gerar renda. Desta forma, com a contribuição de parceiros, a gestão municipal definiu estratégias para ajudar os diversos trabalhadores da cadeia produtiva do Maior e Melhor São João do Mundo.

De acordo com Raquel, todo trabalho que será realizado vai ser possível graças à ajuda de empresas e instituições parceiras. “O Instituto O Boticário, o Instituto Gerando Falcões, o grupo Heineken, a NeoEnergia, através do Transforma Brasil, e a Coca-Cola se juntaram à Prefeitura de Caruaru para contemplar, neste mês de junho, os trabalhadores do nosso São João, que são os gasoseiros, ambulantes, barraqueiros e empreendedoras mulheres e do mercado de economia criativa. Esses receberão um tíquete-alimentação no valor de R$ 300, em duas parcelas”, explicou a Prefeita.

Além desse grupo, a chefe do Executivo municipal também anunciou outros benefícios. “Os demais trabalhadores envolvidos no ciclo junino e os catadores de reciclável também receberão um tíquete-alimentação no valor de R$ 100. Este ano também entregaremos cestas básicas. No total, serão distribuídos mais de meio milhão de reais em alimentos”, afirmou Raquel.

Serão contempladas as pessoas que trabalharam no São João de 2019. Para isso, a Prefeitura fará um chamamento, convocando os profissionais que receberão os auxílios.

O São João Solidário também permite que todos colaborem com doações. Para participar com qualquer valor, basta acessar o site www.saojoaocaruarusolidario.com.br e fazer a doação.

Covid-19: Boletim diário da Secretaria de Saúde – 16.06.21

A Secretaria de Saúde de Caruaru informa que, até esta quarta-feira (16), 96,94% dos pacientes já se recuperaram do novo coronavírus. Hoje, foram registrados 177 novos casos, 173 pessoas recuperadas da doença e um óbito.

O número de testes realizados subiu para 95.007 dos quais 35.823 foram através do teste molecular e 59.184 pelo teste rápido, com 28.385 confirmações para a Covid-19.

O número de casos descartados subiu para 66.060.

Também já foram registrados 110.601 casos de síndrome gripal e 2.099 pessoas estão em isolamento domiciliar.

Em investigação, a secretaria informa que são 562 casos, 36 pessoas em isolamento domiciliar e 66 internamentos.

Caruaru City confirma treinador para o Campeonato Pernambucano A2

O Caruaru City segue o planejamento para a disputa do Campeonato Pernambucano da Série A2 deste ano. O clube confirmou a contratação do treinador Thyago Marcolino para comandar a equipe profissional que vai brigar por vaga na elite do estadual.

Thyago Marcolino, 35 anos, tem formação como treinador profissional pela Associação dos Técnicos do Futebol Argentino (ATFA), uma das mais respeitadas escolas de treinadores do mundo, é aluno da CBF ACADEMY – Licença B – e pós-graduado em Futebol e Futsal pela Universidade Estácio. Concluiu o bacharelado em Educação Física na faculdades Asces.

Somando-se a esta busca incessante pelo conhecimento, Thyago traz a experiência de ter sido auxiliar técnico do treinador Nilson Corrêa, no Decisão de Bonito, na 1ª divisão do Pernambucano (2020) e treinador da Seleção Caruaruense Sub-20 (2017). Durante a formação profissional fez estágios em clubes como Palmeiras, Santa Cruz, Newell’s Old Boys e Rosário Central, ambos da Argentina.

No Caruaru City desde 2015, Thyago conhece bem a filosofia e os objetivos do clube, tendo passado pela escola de futebol e categorias de base (sub-15, 17, 20 e 23). Ele foi o treinador na campanha do título invicto do Campeonato Caruaruense LDC A2 2019 e agora terá a grata missão de ser o treinador da equipe na primeira competição de futebol profissional da história do clube. A comissão técnica completa e os atletas serão apresentados nos próximos dias.

FICHA TÉCNICA:
Thyago Marcolino de Sousa Silva, caruaruense, 35 anos (01/04/1986)

FORMAÇÃO:
TREINADOR DE FUTEBOL – LICENÇA BASE E PROFISSIONAL ATFA – Argentina
TREINADOR DE FUTEBOL – LICENÇA B (em andamento) CBF Academy
SCOUT E ANALISTA DE DESEMPENHO QUEST – Portugal
PÓS-GRADUAÇÃO EM FUTEBOL E FUTSAL – Universidade Estácio
BACHAREL EM EDUCAÇÃO FÍSICA – Faculdade ASCES

EXPERIÊNCIA:
Decisão F.C. – 2020 Auxiliar Técnico – Profissional (2020)
Caruaru City Sport Club – Treinador das categorias: Sub-17, 20 e 23 (2015/2019)
Treinador da Seleção Caruaruense Sub20 (2017)
Preparador Físico (Sub-20) – Central Sport Club (2010/2011)

TÍTULO:
Campeonato Caruaruense LDC A2 – 2019 com o Caruaru City (invicto)

Consulta pública para a elaboração das leis orçamentárias de Caruaru termina dia 18 de junho

A Prefeitura de Caruaru lançou, no início do mês de junho, a consulta pública para a elaboração das leis orçamentárias do município. O resultado irá direcionar o planejamento estratégico, tanto do Plano Plurianual (PPA), quanto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA). Todos os anos as audiências públicas acontecem na Câmara de Vereadores e em vários pontos da cidade, com a presença da população. Contudo, devido à pandemia, este ano os caruaruenses poderão colaborar enviando sugestões pela plataforma http://fala.caruaru.pe.gov.br, até a próxima sexta-feira (18).

O PPA é o documento que traz as diretrizes, objetivos e metas pelos próximos quatro anos da gestão municipal. Trata-se de um instrumento efetivo de planejamento e gestão fundamental para por em prática uma série de ações na cidade. Ele também é conhecido por ‘Programa de Governo’ e, com ele, é possível expressar a visão estratégica da gestão municipal.

Já a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) é elaborada anualmente. O instrumento tem como objetivo apontar as metas e prioridades do governo para o ano seguinte, orientando a elaboração da Lei Orçamentária Anual.

Por fim, a LOA é a lei que define o orçamento anual da gestão. A partir dela, é possível prever os orçamentos fiscais, da seguridade social e de investimentos públicos. Nela se estabelecem as despesas e as receitas que serão realizadas no ano seguinte.

Com o apoio de cães farejadores, operação de combate ao crime é realizada no Sertão de Pernambuco

A Polícia Rodoviária Federal (PRF), através do Grupo de Operações com Cães (GOC), realizou uma operação de combate ao crime, entre os dias 7 a 14 de junho, em Salgueiro, Cabrobó e Belém de São Francisco, no Sertão de Pernambuco. A iniciativa intitulada “Nasus”- ou nariz, em latim, em função do olfato aguçado dos cães – teve como foco coibir assaltos, tráfico de drogas e de armas nas rodovias que cortam esses municípios.

Durante a operação, foram realizados procedimentos de fiscalização em 158 veículos e 139 pessoas, com buscas detalhadas em bagagens transportadas em ônibus, carros, caminhões e na carroceria de automóveis, mas não foram encontrados ilícitos. O trabalho com os cães farejadores permite otimizar a busca por entorpecentes, tendo em vista que o olfato deles é 50 vezes superior ao dos seres humanos.

Em uma abordagem realizada na quarta-feira (9), na BR 428 em Cabrobó, os policiais abordaram um carro que era ocupado por um homem procurado pelo crime de receptação, a partir de um mandado expedido em julho do ano passado, pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia. Ele foi detido e encaminhado à Delegacia de Polícia Civil do município.

Câmara aprova incentivo fiscal a quem doar a pesquisas contra a Covid-19

A researcher collects plasma with an electronic micropipette to analyze the results of the clinical study at Inotrem’s laboratory in Vandoeuvre-les-Nancy, eastern France, on February 08, 2021. – The hospital resuscitation service conduct clinical trials with nangibotide of Inotrem, initially developed to fight septic shock but which could have effects on the most severe Covid-19 (novel coronavirus) patients by reducing excess of TREM-1 molecules. (Photo by JEAN-CHRISTOPHE VERHAEGEN / AFP)

Foi aprovado pela Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (15), a criação do Programa Prioritário Pró-Pesquisa Covid-19, incentivo tributário para empresas fazerem doações a institutos de pesquisa que financiam projetos relacionados ao enfrentamento da pandemia de Covid-19. A Medida Provisória segue para o Senado.

O texto aprovado prevê que a medida tenha validade enquanto houver necessidade de pesquisas para diminuir os impactos da doença no Brasil.

Segundo a relatora, deputada Soraya Santos (PL-RJ), as empresas tributadas pelo lucro real que doarem ao programa poderão deduzir do imposto de renda o mesmo valor da doação até o limite de 30% do imposto devido, sem excluir outras deduções legais.

Por outro lado, não poderão deduzir as doações como despesa operacional. “Trata-se de proposição importante e crucial para o momento de crise sanitária que se estabeleceu no País, uma vez que busca combater a difícil situação na saúde”, afirmou a relatora.

O total de deduções do programa será limitado a R$ 1 bilhão, dos quais R$ 400 milhões em 2021 e R$ 600 milhões em 2022, e será compensado pelo aumento de alíquotas do PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre o lucro obtido com a venda de participações societárias. Atualmente, as empresas pagam 0,65% de PIS e 4% de Cofins. A relatora propôs o aumento para 2% e 5%, respectivamente.

O programa tem como objetivo incentivar a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação direcionados a soluções e tecnologias para prevenir, controlar, tratar e lidar com as consequências da Covid-19.

As pesquisas deverão ser conduzidas pelos Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) credenciados junto ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

As instituições interessadas em receber recursos deverão protocolar seus projetos no Ministério da Saúde, que deverá então se manifestar em um prazo de até 10 dias, autorizando ou não a transferência de recursos para a instituição.

Caberá ao governo controlar a arrecadação a maior desses tributos e, quando atingido o montante de R$ 1 bilhão, as alíquotas deverão voltar ao patamar anterior.

A matéria prevê ainda que as empresas que fizeram doações receberão um selo atestando sua “atuação cidadã” no enfrentamento do coronavírus. A MP seguirá para o Senado.

Agência Brasil

Huck descarta candidatura à Presidência em 2022 e confirma ida para o lugar de Faustão na Globo

O apresentador da TV Globo Luciano Huck, 49, afastou a possibilidade de se candidatar à Presidência em 2022, mas reiterou que continuará no debate político e não descartou disputar o cargo no futuro. Ele também confirmou que substituirá o também apresentador Fausto Silva na emissora.

Em entrevista ao programa Conversa com Bial, da Globo, exibida nesta quarta-feira (16), Huck repetiu a justificativa de que nunca lançou candidatura, embora ele e aliados se movessem nessa direção nos bastidores. O comunicador já tinha sido cotado como presidenciável nas eleições de 2018.

“Eu nunca me lancei candidato a nada, então eu não estaria retirando candidatura a nada, porque eu nunca lancei candidatura”, disse ao apresentador Pedro Bial.

“Eu não saio mais do debate público. Vou estar no debate público para sempre. Gosto desta arena, do debate das ideias. Acho que a gente tem que que superar o que tanto nos atrapalha hoje em dia, que é essa divisão do país, essa polarização, essa raiva que se criou entre quem pensa diferente”, acrescentou.

O titular do Caldeirão do Huck falou que sua intenção de contribuir para “um país mais justo” poderá ser cumprida a partir do ano que vem com a migração para o horário nobre da emissora aos domingos. Ele assumirá a faixa do Domingão do Faustão, após a saída de Faustão no fim deste ano.

“Tenho certeza que eu posso contribuir muito para o país estando nos domingos da Globo e fazendo um programa que se conecte com as pessoas, que ouça as pessoas, que traga a esperança de volta e resgate nossa autoestima. Mas isso não quer dizer que eu esteja fora do debate público”, reforçou.

O recuo simboliza um abalo no conjunto de partidos e forças políticas que tentam fabricar uma terceira via no autodenominado centro (ou “centro democrático”) para as eleições de 2022, hoje polarizadas entre o postulante à reeleição, Jair Bolsonaro (sem partido), e o ex-presidente Lula (PT).

O apresentador, que está engajado na articulação de uma alternativa aos dois polos, apareceu com 4% das intenções de voto em pesquisa Datafolha de maio, bem atrás do petista, que liderou, com 41%, e de Bolsonaro, o segundo colocado, com 23%.

Questionado por Bial se descarta a possibilidade de ser candidato a presidente no futuro, Huck respondeu: “Pedro, o futuro a Deus pertence. Eu nunca tive medo de nenhum desafio na minha vida. E eu quero contribuir”.

Sem mencionar pré-candidatos ao Planalto, Huck se esquivou de perguntas mais específicas sobre análise de cenário, sob a justificativa de que não é hora de debater o pleito ou nomes, mas ideias. “Dar nome aos bois seria fulanizar as soluções dos problemas. É jogar o debate numa vala mais rasa.”

“O Brasil precisa de projeto. Como é que alguém pode querer ser candidato a presidente da República em qualquer tempo se não tem projeto, se não sabe o que vai fazer?”, afirmou ele, que se opõe ao governo Bolsonaro, mas sofre críticas por ter feito declarações que sugeririam seu apoio ao então candidato.

Huck revelou a Bial ter votado em branco em 2018. “Acho que naquela circunstância é o que eu deveria ter feito e fiz com bastante tranquilidade”, disse, sobre o embate entre Bolsonaro e Fernando Haddad (PT).

“Dos dois candidatos que se apresentavam naquela época, eu não me sentia representado por nenhum dos dois. E achei melhor votar em branco. Foi o que eu fiz. Eu não me arrependo, eu votei em branco e votaria em branco de novo.”

Na sequência, contudo, e sem citar nomes, deu a entender que agiria diferente perante um novo dilema. “Neste momento, a gente não está falando sobre A ou B, sicrano ou beltrano. A gente está falando sobre quem defende a democracia e quem ataca a democracia. […] Eu estarei sempre, em qualquer tempo, do lado da democracia.”

O apresentador, que se descreveu como “um cara que não está na política”, comentou ainda a desistência da candidatura em 2018. Para ele, não seria um gesto responsável entrar na disputa naquela vez.

“Em 2018, eu disse não [à candidatura] porque o sistema estava sofrido, o establishment estava derretido. Talvez tivesse uma oportunidade ali. Mas eu não consigo enxergar um cargo dessa responsabilidade, desse tamanho, como uma oportunidade. Isso seria uma irresponsabilidade”, afirmou.

O apresentador disse ainda que continuará em um “projeto de cidadania ativa”, incentivando ideias e iniciativas como as organizações que pregam renovação política apoiadas por ele nos últimos anos, entre elas o movimento Agora! e a escola de formação de novos candidatos RenovaBR.

“Adoro reunir ideias, reunir pessoas, propor coisas, propor solução. Eu continuo na trajetória que eu sempre estive. A minha trajetória até hoje não foi partidária nem eleitoral. Ela foi política, porque a política é o que transforma. Nessa política eu acredito, e é ela que a gente tem que ocupar”, afirmou.

Nesse sentido, continuou Huck, a melhor contribuição que pode dar agora é como cidadão, “não como candidato a nada”. E completou: “Não é um projeto personalista, meu, ou um projeto político, partidário. Não. É um projeto de cidadania ativa”.

Nacionalmente conhecido –o que é uma característica desejável para qualquer interessado na corrida ao Planalto–, o comunicador costuma destacar a bagagem que adquiriu nas viagens que faz pelo Brasil para gravações de entrevistas com anônimos e quadros de seu programa vespertino.

“Estou há 21 anos na TV literalmente rodando o país inteiro por causa do Caldeirão e isso me colocou diante de uma realidade muito forte, que é a realidade deste país”, disse na entrevista desta quarta a Pedro Bial. “Acho que conhecer essa realidade do país me fez tentar buscar soluções.”

A decisão de se afastar do rol de presidenciáveis para 2022 foi resultado de uma soma de fatores, segundo pessoas próximas a Huck. Além da possibilidade de comandar um horário nobre e rentável aos domingos na emissora líder de audiência, pesou a conjuntura eleitoral, influenciada pela volta de Lula.

A decisão do ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), que reabilitou o ex-presidente, em março, criou um obstáculo nos planos desenhados por entusiastas de Huck, que o viam como um nome de oposição a Bolsonaro que poderia penetrar em camadas historicamente simpáticas ao PT.

Apresentando-se como defensor de uma agenda liberal na economia e progressista na área social, o apresentador explorou em palestras, artigos e postagens de redes sociais nos últimos tempos um receituário híbrido, evitando rótulos como esquerda e direita, que considera ultrapassados.

Amigos também vinham ponderando questões pessoais que poderiam levar à retirada, como o fato de que a vida pessoal e familiar do apresentador ficariam ainda mais expostas do que já são, e reflexos na carreira de sua mulher, a também apresentadora Angélica –ela, no entanto, nunca vetou a ideia.

Como mostrou o jornal Folha de S.Paulo em fevereiro, o entorno do apresentador lhe deu conselhos divergentes sobre o timing de uma eventual candidatura. Uma das hipóteses era a de que ele deveria esperar o quadro político desanuviar e verificar se seria possível alcançar um patamar confortável nas pesquisas.

O núcleo com o qual o apresentador vinha debatendo seu futuro reúne o ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung (ex-MDB, PSB e PSDB), os cientistas políticos Ilona Szabó e Leandro Machado (do Agora!, um dos movimentos apoiados por Huck) e o empresário Eduardo Mufarej (da escola de formação de candidatos RenovaBR).

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi outro político experiente que incensou Huck nos últimos anos como opção para a Presidência e constantemente incluiu o novato na lista de “outsiders” viáveis. Analistas têm apontado, contudo, que essa onda veio e já perdeu espaço.

Em 2018, Huck também desistiu de avançar com uma candidatura à Presidência, após meses de conversas sobre o tema. Em fevereiro daquele ano, em um artigo na Folha de S.Paulo, ele reafirmou sua decisão de não concorrer, como já havia dito em texto publicado também no jornal em novembro de 2017.

Na época, as especulações e as pressões em torno de uma campanha ao Planalto até já tinham esfriado, mas retomaram o fôlego em janeiro, com uma participação dele no Domingão do Faustão, coincidentemente agora um dos fatores relacionados ao recuo.

Na entrevista a Fausto Silva, Huck fez comentários que levaram entusiastas de seu nome a considerar que ele ainda estava no jogo.

Disse, por exemplo, que era preciso aproveitar o momento de “derretimento da classe política” para “reocupar esse espaço” e que não existe “salvador da pátria”.

Desta vez, o afastamento teve mais tempo de ser assimilado por líderes políticos e partidários com os quais ele mantinha interlocução. Os rumores de que ele preferiria assumir um horário na grade dominical da Globo a ingressar na vida pública ganharam impulso nas últimas semanas.

Faustão encerrará no fim de 2021 seu contrato com a emissora após 32 anos. Ele deve ter uma atração a partir de 2022 na Band. Huck, que está na Globo há 21 anos e comanda aos sábados o Caldeirão do Huck, há anos vinha sendo apontado como substituto natural do veterano.

O comunicador e empresário intensificou suas movimentações políticas no segundo semestre de 2019, já com Bolsonaro no poder.

Cercou-se de pessoas com experiência em mandatos e campanhas eleitorais, priorizou aparições ligadas a temas mais sérios e se aproximou de um amplo arco de políticos.

Huck sinalizou mais claramente sua intenção de participar da eleição ao assinar em março, ao lado de outros cinco presidenciáveis, um manifesto pró-democracia.

O apresentador endossou o Manifesto pela Consciência Democrática ao lado dos ex-ministros Ciro Gomes (PDT) e Luiz Henrique Mandetta (DEM), dos governadores João Doria (PSDB) e Eduardo Leite (PSDB) e do ex-presidenciável João Amoêdo (Novo), todos avessos à dicotomia Bolsonaro-Lula.

Huck estreitou relações com pelo menos seis legendas, do Cidadania ao DEM, passando por PSB, PSD e Podemos, que poderiam também vir a filiá-lo para uma eventual candidatura. Ele, que nunca disputou eleição ou ocupou cargo público, não chegou a ingressar em nenhuma sigla.

Naquilo que descreve como uma jornada em busca de conhecimento, o agora ex-presidenciável teve contato com um conjunto ecumênico do ponto de vista ideológico.

Manteve interlocução, por exemplo, com o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (recém-expulso do DEM), com o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), e com o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, que se interessava fortemente em levá-lo para a legenda.

Semanas atrás, o apresentador entabulou conversas privadas com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e com Eduardo Leite.

Na entrevista a Bial, Huck afirmou que passou por um processo de amadurecimento ao longo dos anos, sobretudo com as experiências proporcionadas pelo Caldeirão.

“Eu detesto algumas opiniões que eu tinha no passado, algumas coisas que eu falei no passado, que não faziam o menor sentido, mas o meu processo de amadurecimento foi no dia a dia, nas ruas, com as pessoas. Eu não consigo passar por um problema e não me sentir parte dele”, disse.

Em outra fala, no mês passado, o apresentador aproveitou entrevista em vídeo ao CLP (Centro de Liderança Pública), uma organização suprapartidária que atua em debates políticos e econômicos, para atacar o “lulopetismo” e demonstrar receio com o fracasso de uma terceira via.

“Se a terceira via for uma construção de bastidor, de gabinete, uma construção da elite pensante, ou elite econômica, que acha que tem o poder de influenciar a eleição, acho que nasce fadado à derrota”, discursou, pregando a necessidade de uma alternativa que “fale com a rua”.

Ao defender um candidato com um projeto “liberal, sim, mas progressista também, eficiente de um lado, mas afetivo do outro”, ele afirmou: “Isso vai ter que se materializar em alguém. Porque, se a dona Maria não achar que aquela pessoa representa a mudança para ela, ela prefere o Lula”.

“Eu realmente acho que eu posso contribuir na construção dessa terceira via. O Bolsonaro não é a renovação de nada, ele é o último capítulo de tudo que deu errado no Brasil. E eu acharia um retrocesso gigantesco o Brasil voltar ao lulopetismo, que a meu ver é o que nos colocou nessa situação hoje em dia”, afirmou.

E completou: “Acho que os dois projetos olham pelo retrovisor o país, e eu realmente acho que a gente tem que olhar para a frente”. Segundo ele, o fato de estar ou não na televisão não vai interferir em sua participação nos debates públicos, principalmente os ligados ao pleito do ano que vem.

Folhapress

Pfizer vai entregar 2,4 milhões de doses nesta semana

A Pfizer e sua parceira, BioNTech, anunciaram, nesta terça-feira (15), que enviarão ao Brasil 2,4 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 nesta semana, entre terça e quinta-feira (17).

Conforme comunicado divulgado pelas empresas, a remessa será enviada em três lotes. Hoje chegam 530 mil doses. Outras 936 mil deverão chegar amanhã (16) e igual quantitativo na quinta-feira (17). Com as entregas dessa semana, o número de vacinas disponibilizadas pela farmacêutica chegará a 10,6 milhões.

O consórcio Pfizer BioNTech fechou acordo com o governo brasileiro em março deste ano que envolve a aquisição de 100 milhões de doses. Em maio, um novo negócio previu mais 100 milhões de doses, que serão entregues entre outubro e dezembro.

Covax facility
O Ministério da Saúde anunciou também hoje que na próxima semana receberá mais um lote de vacinas contra a Covid-19 do consórcio Covax Facility, coordenado pela Organização Mundial de Saúde e que reúne governos e fabricantes.

Serão enviadas ao país 842,4 mil doses pelo consórcio. Até o momento, o Brasil recebeu cinco milhões de doses pela Covax Facility. Pelo investimento feito, o país tem direito a 42,5 milhões até o fim do ano. O Ministério da Saúde não divulgou quando deverá ter a próxima remessa.

Agência Brasil

Pesquisa mostra desigualdade no acesso a internet entre alunos

A “ineficiência histórica” das políticas de telecomunicações no Brasil geraram uma “elite estudantil” na pandemia, acentuando desigualdades no acesso e na qualidade da Educação. A análise está no relatório Acesso à Internet Residencial dos Estudantes, do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), lançado nesta terça-feira (15).

“O modesto avanço alcançado pelas políticas de acesso à internet focado exclusivamente nas escolas foi de pouca utilidade quando estas foram fechadas e alunos e professores tiveram que ficar em casa”, diz o texto da pesquisa desenvolvida por Jardiel Nogueira. Os dados mostram que conexão estável, sem restrições, e equipamentos adequados seguem restritos.

Nogueira aponta que “o Brasil não está nessa situação por falta de políticas de conectividade, mas pela falta de efetividade das políticas que já foram lançadas”. Desde 1997, com o Programa de Tecnologia Educacional, que levou os laboratórios de informática para as escolas, e atualmente o Programa de Inovação Educação Conectada (Piec), com foco na conexão da internet para as escolas, aquisição de equipamentos e formação de professores.

Realidade
Entre os dados compilados, o relatório destaca que, apesar do avanço no número de usuários de internet nos últimos anos, 47 milhões de brasileiros permanecem desconectados, sendo que 45 milhões (95%) estão na classe C e D/E, conforme números da TIC Domicílios 2019.

Sobre a realidade dos estudantes, levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que cerca de 6 milhões de alunos vivem completamente sem acesso à internet fixa ou móvel em casa. Além disso, na classe A apenas 11% dizem fazer uso da rede exclusivamente no celular. Nas classes D e E, o percentual salta para 85%.

Para o Idec, “apesar de serem úteis em casos extremos, celulares limitam as possibilidades pedagógicas de produção de conteúdo, pesquisas acadêmicas e uso autônomo para aprendizado, tanto do professor quanto do aluno”.

Outro dado destacado no estudo é de uma pesquisa Datafolha de 2020 a qual mostra que o número de lares que possuem celulares chega a 89% dos estudantes, mas 38% deles precisam dividir o aparelho com outras pessoas da casa.

A maioria das soluções emergenciais adotadas por secretarias municipais e estaduais passou pelo acesso à internet: aplicativo com aulas e materiais para download; portal que centraliza as ofertas pedagógicas e orientações oficiais; dados patrocinados para acesso a serviços pedagógicos sem descontar do pacote de dados; empréstimo, subsídio ou doação de equipamentos para uso dos alunos e/ou professores; doação de chips; transmissão de aulas via TV ou rádio; e disponibilização de material impresso.

“Desde o começo da pandemia a gente alertou que não eram aconselháveis políticas públicas emergenciais que não considerassem a realidade de infraestrutura dos domicílios, acesso a insumos por parte dos estudantes e de suas famílias e foi o que aconteceu. Foram construídas políticas públicas emergenciais de base excludente”, avaliou Andressa Pellanda, da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que participou do lançamento.

Saídas
O Idec destaca como uma medida importante a derrubada do veto ao Projeto de Lei 3477, que garante R$ 3,5 bilhões para conectar alunos e professores em suas residências. “É o maior aporte de recursos da história”, aponta o pesquisador. Além disso, a aprovação do Fundo de Universalização de Serviços de Telecomunicações (Fust) para destravar os recursos necessários para expandir a conectividade nas escolas.

“Apontamos para a necessidade de se garantir a equidade no acesso à internet para além da pandemia. Educação na internet não é só plataforma, acesso à aula, é equidade no acesso ao conhecimento. É um horizonte a ser buscado”, defendeu Diogo Moyses, coordenador da área de telecomunicações e direitos digitais do Idec.

Agência Brasil