Arábia susupende compra de carne de ave de 11 frigoríficos do Brasil

Unidade da empresa JBS na cidade da Lapa, no Paraná. A empresa é um dos alvos da Operação Carne Fraca, que investiga irregularidades em frigoríficos no país (Ueslei Marcelino/Reuters/Direitos reservados)

O governo brasileiro foi surpreendido com a informação de que a Arábia Saudita decidiu suspender a importação de carne de aves de 11 estabelecimentos brasileiros. Uma nota conjunta, assinada pelo Itamaraty e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, afirma que a notícia foi recebida “com surpresa e consternação”, sem que qualquer contato prévio tenha sido feita pelas autoridades sauditas.

Ainda segundo as autoridades brasileiras, nenhuma justificativa ou motivação para a suspensão foi apresentada. “A informação consta apenas em nova lista de plantas brasileiras autorizadas a exportar, publicada hoje pela Saudi Food and Drug Authority (SFDA), que exclui os referidos estabelecimentos, previamente permitidos”, informa a nota divulgada no início da noite de ontem (6).

Ainda segundo a nota, “apenas o Brasil foi objeto de atualização de lista de exportadores de carne de aves”. Diante da situação, o governo brasileiro informou que já está contatando as autoridades sauditas, bem como a embaixada em Brasília, na tentativa de esclarecer o ocorrido.

“O Brasil reitera os elevados padrões de qualidade e sanidade seguidos por toda nossa cadeia de produtos de origem animal, assegurados por rigorosas inspeções do serviço veterinário oficial. Há confiança de que todos os requisitos sanitários estabelecidos por mercados de destino são integralmente cumpridos”, informa o governo brasileiro.

A nota acrescenta que “todas as vias bilaterais e multilaterais serão empregadas com vistas à pronta resolução da questão”, e que, caso se comprove a interposição de barreira indevida ao comércio, o Brasil poderá levar o caso à Organização Mundial d Comércio (OMC).

Comércio varejista recua 0,6% de fevereiro para março

Produtos, supermercado, cesta básica

O volume de vendas do comércio varejista caiu 0,6% na passagem de fevereiro para março. A queda veio depois de uma alta de 0,5% na passagem de janeiro para fevereiro. O dado, da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), foi divulgado hoje (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O comércio varejista também apresentou variação negativa de 0,1% na média móvel trimestral e queda de 0,6% no acumulado do ano. Na comparação com março de 2020, no entanto, o setor cresceu 2,4%. No acumulado de 12 meses, a alta foi de 0,7%.

Sete das oito atividades comerciais pesquisadas pelo IBGE tiveram perdas na passagem de fevereiro para março, com destaque para tecidos, vestuário e calçados (-41,5%), móveis e eletrodomésticos (-22%), e livros, jornais, revistas e papelaria (-19,1%).

Os demais setores com queda foram: outros artigos de uso pessoal e doméstico (-5,9%), combustíveis e lubrificantes (-5,3%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-4,5%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,1%).

A única atividade com alta no período foi hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,3%).

No varejo ampliado, que também inclui a venda de veículos e de materiais de construção, houve recuo de 5,3% no volume de vendas, devido a quedas de 20% nos veículos, motos, partes e peças e de 5,6% nos materiais de construção.

O varejo ampliado acumulou queda de 1,1% em 12 meses, mas apresentou altas de 10,1% na comparação com março de 2020 e de 1,4% no acumulado do ano.

Receita

A receita nominal do varejo teve alta de 0,1% na comparação com fevereiro, de 13,1% na comparação com março de 2020, de 9,5% no acumulado do ano e de 6,9% no acumulado de 12 meses.

Já a receita do varejo ampliado apresentou queda de 4,2% na comparação com fevereiro e altas de 22,2% em relação a março de 2020, de 12,3% no acumulado do ano e de 5,5% no acumulado de 12 meses.

Acordo sobre quebra de patente pode levar meses, dizem especialistas

Vacina, frascos contendo CoronaVac, vacina da Sinovac contra coronavírus

As negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC) para quebrar os direitos de propriedade intelectual sobre vacinas contra a covid-19 podem levar meses – considerando que seja superada a significativa oposição de alguns dos países membros da entidade, dizem especialistas do setor.

As conversas provavelmente serão destinadas a uma quebra significativamente mais estreita e mais curta em duração do que a que foi inicialmente proposta pelos governos da Índia e da África do Sul, em outubro do ano passado.

Antes da decisão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na quarta-feira (5), de apoiar negociações pela quebra de patentes das vacinas, os dois países confirmaram a intenção de elaborar uma nova proposta após sete meses de oposição.

A diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, saudou o gesto de Biden na quinta-feira e pediu negociações para iniciar os novos planos assim que possível. “O mundo está assistindo, e pessoas estão morrendo”, afirmou.

“No mínimo, será por um mês ou dois”, disse Clete Willems, ex-autoridade comercial da Casa Branca na gestão Trump, que trabalhou anteriormente na missão comercial norte-americana na OMC em Genebra, sobre qualquer possibilidade de um acordo.

“No momento, não há uma proposta na mesa que quebre o acordo TRIPS simplesmente pelas vacinas”, disse Willems, referindo-se ao acordo da OMC sobre Aspectos Comerciais de Direitos de Propriedade Intelectual que guia a transferência de propriedade como os direitos autorais de um filme ou especificidades para a manufatura de vacinas.

Um objetivo mais realista pode ser a finalização do acordo para a próxima conferência ministerial da OMC, marcada para o período de 30 de novembro e 3 de dezembro, acrescentou Clete Willems, que agora é parceiro comercial do escritório de advocacia Akin Gump em Washington.

Isso daria aos fabricantes de vacinas mais tempo para aumentar a oferta global, o que poderia ajudar a conter o vírus e aliviar a pressão pela quebra de patentes.

A proposta inicial de quebra de direitos de propriedade intelectual, feita pela Índia e a África do Sul em outubro do ano passado, incluía vacinas, tratamentos, kits de diagnósticos, ventiladores, equipamentos de proteção e outros produtos necessários na batalha contra a pandemia de covid-19.

A representante comercial dos Estados Unidos (USTR), Katherine Tai, disse que vai buscar “negociações baseadas em texto” na quebra da OMC, o processo padrão, embora tedioso, para negociações de acordos comerciais. Os negociadores trocam textos com expressões de suas preferências, e então tentam encontrar um terreno comum, muitas vezes deixando espaços em branco para que diferenças mais espinhosas sejam resolvidas por políticos.

Todos os 164 países-membros da OMC precisam chegar a um consenso nessas decisões, e qualquer integrante pode bloquear um eventual acordo.

“Essas negociações levarão tempo dada a natureza da instituição, que é baseada no consenso, e por causa da complexidade das questões envolvidas”, disse Tai em uma nota que enterrou as expectativas de um acordo rápido.

Embora o apoio de Biden acrescente uma vontade política em selar o acordo, a Alemanha, sede da BioNTech, parceira da Pfizer no desenvolvimento de vacinas, rejeitou nessa quinta-feira a proposta de quebra de patente.

IGP-DI acumula inflação de 33,46% em 12 meses

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou inflação de2,22% em abril, taxa superior à apurada em março (2,17%). Com isso, o índice acumula taxas de inflação de 10,38% no ano e de 33,46% em 12 meses, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).

A alta da taxa de março para abril foi puxada pelos preços no atacado. O Índice de Preços ao Produtor Amplo passou de 2,59% em março para 2,90% em abril.

Por outro lado, as taxas de inflação do Índice de Preços ao Consumidor, que mede o varejo, e do Índice Nacional de Custo da Construção caíram.

O Índice de Preços ao Consumidor passou de 1% em março para 0,23% em abril. Já o Índice da Construção recuou de 1,30% para 0,90% no período.

Blue Origin anuncia primeiro voo tripulado para julho e ainda há lugar

Apollo 11; Homem na lua

A empresa espacial privada Blue Origin, uma das concorrentes diretas da Virgin Galactic e da SpaceX no campo das viagens planetárias, informou que está programada para 20 de julho a primeira viagem tripulada em sua cápsula suborbital New Shepard. No voo teste, um dos seis lugares está disponível e será entregue a quem pagar mais por essa experiência.

O anúncio foi feito nessa quarta-feira (6), quando foram comemorados 60 anos do primeiro voo do astronauta Alan Shepard, na Mercury 3 da Nasa, a agência espacial norte-americana, e que dá parte do nome ao projeto [New Shepard].

Testes não tripulados vêm sendo feitos há vários anos, e a empresa de Jeff Bezos (fundador da Amazon) diz que está em condições de dar mais um passo em direção ao espaço, agora com passageiros.

Em entrevista, a Blue Origin explicou que após o último teste realizado em 14 de abril, onde foi utilizado um dispositivo antropomórfico por meio do “Manequim Skywalker”, simulando o corpo humano, estavam concluídas todas as normas e procedimentos necessários para um voo tripulado.

“Voamos com esse veículo 15 vezes e após o último voo, dissemos: está na hora. Vamos colocar as pessoas a bordo”, disse Ariane Cornell, diretora de vendas da Blue Origin.

A empresa usou também funcionários no papel de clientes, entrando na cápsula durante os preparativos de pré-lançamento e testando a forma de saída do veículo, após o regresso ao solo.

A data programada para o voo tripulado inaugural – 20 de julho – coincide com o 52º aniversário do pouso da Apollo 11 na Lua.

A empresa ainda não divulgou quem são os cinco tripulantes do primeiro voo, mas adiantou que um dos lugares está reservado e irá a leilão, sendo esse concedido a quem pagar mais.

A empresa aceitará ofertas lacradas até 19 de maio, estando prevista a seguir uma segunda etapa de licitação não lacrada. O leilão será concluído numa cerimónia ao vivo no dia 12 de junho.

A Blue Origin explicou que a verba alcançada será revertida para uma organização afiliada sem fins lucrativos – Club for the Future – que apoia atividades educativas ligadas às áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemáticas.

Rio autoriza permanência nas praias e acaba com toque de recolher

Praticantes de atividades esportivas coletivas e individuais aproveitam retirada de restrições contra a pandemia da covid-19 na praia do Leblon.

O município do Rio de Janeiro autorizou a permanência de pessoas e o comércio nas areias das praias da cidade em todos os dias, inclusive fins de semana e feriados. Também foi suspenso o toque de recolher nas ruas das 23h às 5h. As novas medidas têm validade até o dia 20 de maio.

As medidas de restrição estavam em vigor desde março, com o objetivo de conter a pandemia de covid-19, mas perderam a validade com a publicação de um novo decreto hoje (7) pela prefeitura do Rio de Janeiro.

O novo decreto também acaba com a restrição de horário para atendimento presencial em comércio e serviços, incluindo bares e restaurantes. No caso dos bares e restaurantes, a única restrição de horário determinada pela prefeitura é para apresentações de música ao vivo, que só podem ocorrer até as 23h.

No caso dos estabelecimentos localizados em shopping centers, há restrições para o número de pessoas a serem atendidas ao mesmo tempo. Em locais fechados, só podem atender a 40% de sua capacidade de lotação. Em locais abertos, o percentual sobe para 60%. As mesmas regras valem para casas de espetáculo e apresentações artísticas em espaços de eventos.

Continuam proibidos, no entanto, o funcionamento de boates, danceterias e salões de dança; a realização de rodas de samba e de festas que necessitem de autorização transitória, em áreas públicas e particulares; e a entrada de ônibus e demais veículos de fretamento no município, salvo aqueles que prestem serviços regulares para empresas.

 Home Center Ferreira Costa de Garanhuns funciona em horário especial na semana do Dia das Mães

Para quem está procurando o presente do Dia das Mães, o Home Center Ferreira Costa está em horário estendido à partir desta sexta-feira (07).

A loja física da Ferreira Costa, localizada em Garanhuns, estará de portas abertas, funcionando das 08h às 19h, na sexta-feira (07 de maio) e no sábado (08 de Maio) das 08h às 17h, com todos os cuidados necessários. Já no domingo (09) a loja estará fechada.

Cresce procura por veículos na internet, mas insegurança na entrega ainda afasta clientes

As vendas de veículos na internet cresceram 20% no segundo semestre do ano passado, na comparação com primeiro semestre de 2020, durante a Pandemia, de acordo com uma pesquisa divulgada pela OLX, uma das maiores plataformas de e-commerce do país.

O levantamento, divulgado pelo jornal Extra, aponta que 16% dos usuários do site que estavam interessados em um novo veículo tinham como objetivo trabalhar com serviços de entrega e aplicativos de transporte.

Segundo especialistas, a procura pela compra de veículos para trabalho está relacionada com os maiores índices de desemprego e a ampliação do mercado autônomo de transportes como válvula de escape para quem precisa recompor a renda familiar.

Dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), apontam que 2021 começou com queda na venda de veículos no Brasil. A comercialização de automóveis leves caiu 11,7%, na comparação entre janeiro de 2020 e o mesmo mês deste ano. Com relação a dezembro do ano passado, a queda registrada é de 30,17%.

Para Caitano Marcatto, especialista em logística de veículos, mesmo com a Pandemia, os números do setor poderiam ser melhores, a queda no índice de vendas de carros, motos e utilitários pela internet poderia ser ainda maior, mas ainda há muita insegurança por parte dos usuários.

Ele destaca que “nem todas as vendas de usados em plataformas como o OLX e Mercado Livre acabam sendo concretizadas por causa do receio dos compradores com relação à garantia de entrega e qualidade do produto”.

Diferente do que acontece com outros itens comercializados nas plataformas de e-commerce, os sites não acompanham até o fim a venda de veículos, bens de grande valor agregado, e apenas apresentam os produtos como vitrines virtuais, só viabilizando contato entre comprador e vendedor, deixando o fechamento do negócio sob responsabilidade das partes.

O professor universitário Marcos Melo passou por essa situação. Na busca por um modelo específico, percebeu ter sido alvo de inúmeras ofertas fraudulentas e, na dúvida, preferiu “abrir mão de propostas de fora de Salvador”. Ele achou um carro dentro do perfil desejado em um bairro próximo de casa e optou por inspecionar o veículo pessoalmente, antes de fechar negócio.

Já o empresário Claudio Urpia enfrentou várias situações de tentativas de fraude antes de conseguir comercializar o carro por uma das plataformas, em Brasília. Segundo ele, após inúmeras tentativas, “foi melhor vender o veículo abaixo do que valia para acelerar o processo”. Ele até desistiu de comprar o novo carro pela internet, justamente para não experimentar os mesmos riscos que presenciou na venda do anterior.

Caitano Marcatto é CEO da EVO!, uma startup voltada para a transporte de veículos. Ele defende que mais pessoas podem passar a ter segurança para comprar carros, motos e utilitários pela internet com a oferta de um serviço de entrega transparente, que disponibiliza o acesso a um valor de frete mais em conta, que permite o rastreamento do bem até o destino final e garante a segurança da chegada do produto. Para atender essa necessidade do mercado a EVO! desenvolveu o Car Delivery.

Marcatto acredita que “a aplicação do Car Delivery no fluxo de compras das grandes plataformas de vendas de carros pode favorecer o comércio de veículos no mundo virtual. Com uma estratégia bem montada, seguindo uma cadeia operacional, o pagamento da transação feito pelo comprador ficaria congelado, como uma caução, e só seria efetivado após o fim do processo de entrega do bem”, afirma.

O Car Delivery já está disponível em todos os estados do país, por meio do endereço www.transportedeveiculos.com.br e pode ser contratado de forma avulsa por qualquer usuário.

Com um pequeno investimento a mais e um pouco mais de tempo no processo de entrega, o Car Delivery também pode agregar um serviço de laudo cautelar que garante ao comprador uma apuração ainda mais criteriosa do veículo, gerando ainda mais satisfação e confiabilidade ao processo de compra e venda de carros, motos e utilitários na internet.

A EVO! assinará contrato em breve com uma das maiores empresas de vendas de seminovos do país, mas prefere manter o nome da nova parceira em sigilo até que a transação seja concluída e a operação iniciada. De acordo com a diretoria da companhia, a operação deverá estabelecer um novo padrão para o comércio de veículos na internet e pode passar a ser a ferramenta mais acessada por usuários que buscam por segurança neste tipo de negócio on line.

Associação Comercial de Pernambuco participa de reunião do projeto Ressignificação do Recife Antigo 2021

A Associação Comercial de Pernambuco (ACP) participou, na segunda-feira (03), de reunião com a Prefeitura do Recife e agentes do setor privado (Banco Santander e Associação Oasis da Liberdade) com o objetivo de discutir alternativas para o desenvolvimento da região do Marco Zero, onde a entidade fica localizada. O encontro fez parte do projeto Ressignificação do Recife Antigo 2021.

Na oportunidade, foram discutidos temas como a concessão de créditos e cursos de qualificação para os empreendedores locais, especialmente com o propósito de valorizar e aproveitar os moradores das comunidades do entorno, e o aumento do fluxo de pessoas por meio de iniciativas voltadas à valorização dos profissionais que se dedicam ao turismo.

A ACP colocou o espaço espaço físico da sua sede à disposição da Prefeitura para estabelecer um ponto de informação sobre o Crédito Popular do Recife. “A ideia é permitir que os pequenos comerciantes locais saibam como fazer o cadastramento para acesso ao crédito, pois muitos dos que precisam ainda não estão informados”, disse Tiago Carneiro, presidente da ACP.

A Associação Comercial de Pernambuco – ACP é a mais antiga entidade associativa do setor empresarial de Pernambuco, tendo sido fundada em 1839. Desde seus primeiros anos de vida, a ACP teve como princípio e como estratégia organizacional e de trabalho atuar de forma associativa e com a interação, a mobilização e a participação articulada da classe empresarial pernambucana.

Agropecuária Mata Sul pede ajuda do Estado para coibir crimes ambientais em áreas de reserva

Representantes da Agropecuária Mata Sul se reuniram, na terça-feira (04), com o secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, para pedir apoio do Governo de Pernambuco no combate ao desmatamento de áreas de preservação ambiental do Engenho Barro Branco, localizado no município de Jaqueira, na Zona da Mata Sul. O assunto da reunião foi o cumprimento de uma liminar que pede a retirada de invasores da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Frei Caneca. A área pertence à Agropecuária Mata Sul e guarda espécies raras da fauna e da flora. Na reunião, o secretário Pedro Eurico se comprometeu a coibir o desmatamento e os crimes ambientais na área.

O oficial de Justiça tentou, mas não conseguiu cumprir a liminar na última sexta-feira (30). A tentativa de cumprir a decisão da Justiça foi impedida pelo invasores, que atearam fogo em pneus e interditaram a estrada da barro que leva ao local. “Os invasores fecharam a estrada e a Polícia Militar não foi com efetivo suficiente para fazer cumprir o mandato”, contou o advogado Leonardo Caldas Pinto, representante da Agropecuária Mata Sul. Segundo ele, os crimes ambientais nas áreas de preservação estão sendo cometidos há anos e as denúncias culminaram com a decisão liminar da Justiça.

Em seu despacho, o juiz da Comarca de Maraial afirma que foi provado que a Agropecuária Mata Sul é a legítima possuidora da área, que compreende os Imóveis São Colônia I, II, III e IV e Fervedouro. Também cita laudos do Ibama que confirmam a ocorrência de crimes ambientais nesses locais por ocupações irregulares. Ele cita que em 2020, os advogados da empresa registraram um Boletim de Ocorrência contra invasores que atearam fogo na mata da reserva.

O juiz apresenta uma vasta documentação dos crimes ambientais, incluindo fotos e uma carta da ONG Save Brasil – Birdlife Interniacional confirmando a importância da RPPN Frei Caneca, bem como as denuncias que fez. “Destaco que o próprio IBAMA em seu relatório confirma a destruição”, afirma.

Dentro da área da Agropecuária Mata Sul fica a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Frei Caneca, com cerca de 600 hectares, contígua à RPPN Pedra D’Antas, localizada no município de Lagoa dos Gatos. Juntas, as duas RPPNs formam o bloco de floresta com cerca de 1.400 hectares conhecido como Serra do Urubu, um importante remanescente de Mata Atlântica que é reconhecido nacional e internacionalmente como uma área prioritária para a conservação das aves e da biodiversidade.

O fragmento da Serra do Urubu abriga atualmente 285 espécies de aves, sendo 13 consideradas globalmente ameaçadas de extinção. Além disso, na Serra do Urubu vivem espécies ameaçadas de outros grupos, como mamíferos, anfíbios e plantas. Segundo os pesquisadores, é uma das áreas mais ricas da Floresta Atlântica do Nordeste.