Comitê criado por Bolsonaro ‘chega na rasteira de 300 mil mortes’, lamenta Mandetta

Em entrevista à Rádio Folha 96,7 FM, nesta quinta-feira (25), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, possível candidato à presidência da República em 2022, comentou sobre a gestão do Governo Federal na pandemia da Covid-19 e o agravamento da crise sanitária que superou a marca de 300 mil mortos no País, entre outros assuntos.

Em relação ao comitê de combate à Covid-19 anunciado pelo Presidente Jair Bolsonaro após reunião com representantes dos poderes da República, Mandetta disse que já havia tentado criar algo similar a essa medida quando era ministro e que essa decisão chega tardiamente. “Ela chega atrasada, chega na rasteira de 300 mil mortos que separam aqueles que lutaram pela vida e aqueles que são sócios da morte”, criticou.

O ex-ministro, que disse ter perdido um tio recentemente vítima da Covid-19, prestou solidariedade às famílias vitimadas pela doença. “Me somo a dor a todas as famílias que exigem o mínimo de bom senso e respeito. Respeito ao grave quadro social, às pessoas estão passando fome! O que mas dói é que não precisava ter sido assim. Já era pra gente pelo menos ter encaminhado a virada dessa página”, lamentou.

Comparando o Brasil a um “paciente mal cuidado”, cujo chefe de família resolveu trocar de médico em plena doença, Mandetta revelou que não deixou o cargo antes porque sabia da gravidade da pandemia. Ele criticou, ainda, as sucessivas mudanças no comando do Ministério da Saúde, sobretudo a nomeação de um militar, o general Eduardo Pazuello, em detrimento de um médico. “Foi um erro capital. Colocou um ministro com a missão de ser um não ministro da Saúde. Ele ficou ali sem equipe, trocando todas as pessoas das equipes técnicas”, lembrou.

Tratamento precoce
Em relação à insistência do governo em defender tratamento precoce contra a Covid-19 com remédios sem comprovação científica, apesar de serem desaconselhados pela ciência, Mandetta foi enfático ao questionar tal postura. “Falando de protocolos absurdos. Deu margem para as pessoas acharem que era apenas uma gripezinha. Não compraram vacinas, não fizeram testes – os testes apodreceram dentro dos amoxarifados do Ministério da Saúde”, disparou.

“Não tem medicamento para a cura, o mundo todo procura e uma parte da medicina decide falar que isso resolve”, disse o ex-ministro ao se referir à hidroxicloroquina. “Tem médico falando que a máscara não prescisa ser usada. É uma infantilidade da medicina desse momento. Agora estpa flertando com o xaropes e sprays milagrosos de Israel. O ministro que está aí tem uma chance de pelo menos colocar um parâmetro para a ética prevalecer”, cobrou.

Resposta à Paulo Guedes
Em resposta ao ministro Paulo Guedes, que afirmou que o Brasil está atrasado na busca por vacinas contra covid-19 desde a época que o Minstério da Saúde era comandado por Mandetta, no início da pandemia, o ex-ministro foi duro ao afirmar se tratar de uma mentira e “desonestidade intelectual”.

“A mentira para um ministro da Economia o torna incapaz, porque dali é que sai a credibilidade para atrair investimento”, apontou. Segundo ele, quando nos meses de julho e agosto, chegaram propostas de compra de vacina pelos laboratórios da Pfizer e do Instituto Butantan, Guedes “estava com R$ 1,8 trilhão, todo o orçamento do país no seu bolso”.

“A negligência, a mentira e a falta de transparência, isso a história vai deixar muito claro. Toda semana eles me colcoam, me chamam. É mais um joguete perverso e cruel dessa crônica de horrores”, disse.

Solução para a crise
Mandetta não mediu palavras na entrevista para dizer que o governo Bolsonaro “quebrou o SUS no meio e jogou as pessoas contra governadores e prefeitos e esse paciente (o Brasil)está agora na fila do CTI (Centro de Terapia Intensiva). Um país que não tinha máscara e em risco de colapso por coisas básicas”, criticou.

Para mandetta, não há outro caminho a não ser a soma de esforços para conter a pandemia. “A unica solução é entendimento, união e mudança de comportamento”, cravou.

Lockdown
Sobre a necessidade de se decretar um lockdaown nacional como medida mais efetiva de isolamento social, Mandetta ponderou que as características geográficas do país fazem essa decisão precisar levar em conta as demandas dos entes federados. “É muito dificil pra um país ter medida continental, isso é de cada ente do país essa avaliação. Para isso é que a gente tem um pacto federativo espelhado no sistema de saúde”, ponderou.

“Nós estamos flertando com o colapso e cada governador e cada prefeito sabe o quanto eles aguentam e essa medida tem que ser usada para evitar um mal maior. Não é uma medida de decisão nacional”, avaliou, dando um recado direto a Bolsonaro. “Não faça essa lógca de jogar o governo contra os governadores e contra os prefeitos. “Estamos perdidos em tratamento, em protocolo, população fazendo automedicação generalizada”, alertou.

Vacinação
Em defesa do fortalecimento do SUS e da expertise de vacinação do sistema de saúde brasileiro, Mandetta lembrou que o país já vacinou em massa com muita rapidez em outras ocasiões. “Já tivemos campanha de vacinar de 8 a 10 milhões de pessoas em um dia. Mas como atrasou demais a compra – não comprou em agosto e poderíamo começar a vacinar em novembro, como comprou agora, a maioria das doses chega em julho, agosto e setembro. Falta foco, disciplina e ciência”, avaliou.

“São 43 mil equipes no brasil que cobrem 150 milhões de brasileiros. Nós temos uma Ferrari, tem que botar gasolina no tanque. Se colcoar as unidades de saúde do SUS abastecidas com vacina, as pessoas vão”, disse o ex-ministro.

Folhape

Pandemia fortalece a necessidade de estar no digital

Um ano após o primeiro caso confirmado da covid -19 no estado, o cenário só piora. Novamente, os pernambucanos vivem o isolamento social. Lojas fechadas, grandes centros econômicos sem movimento e muitos estabelecimentos pararam suas atividades definitivamente. Mas alguns empreendedores se adaptaram ao “novo normal” e começaram a vender de forma on-line.

É inquestionável que a pandemia do novo coronavírus mudou o funcionamento de pequenas, médias e grandes empresas. De acordo com o Sebrae, mais de 5 milhões de pequenos empreendimentos no Brasil, o equivalente a 31%, tiveram que se adaptar. Outros 10,1 milhões, ou seja 58,9%, interromperam as atividades temporariamente.

Diante desse cenário, a internet surgiu como uma ferramenta fundamental para as empresas se manterem no mercado. Entre as que continuaram funcionando, 41,9% realizam apenas entregas via atendimento on-line. E teve quem não conseguiu engajar seu negócio na internet, apenas 21% afirmaram que sabem usar as ferramentas digitais. Muitos não estavam preparados para iniciar vendas em aplicativos simples e de uso diário como o WhatsApp, ou estavam mal posicionados no Instagram, que hoje é o principal canal de vendas on-line.

Para a jornalista e estrategista digital, Elessandra Melo, “as pessoas precisam enxergar o digital como mecanismo para fazer dinheiro. Apenas com o celular na mão é possível engajar seu negócio e vender qualquer coisa, de qualquer lugar”.

Dentro desse contexto, entra a comunicação estratégica, o uso de técnicas específicas e a definição de posicionamento na vitrine virtual do seu negócio. Com a comunicação e o direcionamento assertivos, é possível criar um relacionamento com o público-alvo e despertar o desejo pela compra. “É preciso encarar e aceitar o digital de forma profissional. Ele não é mais o futuro do seu negócio, o digital é o agora! Como costumo dizer: não basta só estar, é preciso aparecer e se mostrar bem”, completou Elessandra.

SISMUC Regional se solidariza pelas mortes dos cinco professores vítimas da Covid-19

O Presidente do SISMUC – Regional Eduardo Mendonça, se solidariza, em nome de toda categoria dos Servidores da Educação com as famílias dos cinco professores do Estado que faleceram nesta terça (23), vítimas da Covid-19. A triste notícia dessas mortes só reforça o entendimento do Sindicato de que os professores estejam o quanto antes, no grupo prioritário do calendário de vacinação.

“Nesse momento em que o mundo busca conter o avanço do novo coronavírus, e numa corrida contra o tempo, vacinar toda a população, principalmente os professores que tiveram que retornar as aulas presenciais, parece não ser essencial para os nossos governantes”, comentou Mendonça.

Pernambuco perdeu nesta terça-feira (23/03), 5 professores da Rede Estadual de Ensino, 5 vidas, para as famílias e amigos de Anderson Paulo; Luiz Gonzaga; Edson Barbosa; Sizenice Amorim e Rita Amorim dor maior não há nesse momento de perda definitiva. Os profissionais dedicaram suas vidas a ensinar e compartilhar o conhecimento, infelizmente foram ceifados pela Covid-19.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) registrou, nesta quarta-feira (24), 2738 novas infecções e 49 óbitos por Covid-19 nas últimas 24h.

Violação aos direitos da mulher é tema de livro produzido na Asces-Unita

As pesquisas que resultaram na publicação do livro “Direito, Feminismo e Políticas Públicas” são fruto de estudos realizados na Asces-Unita. A instituição mantém o Núcleo de Gênero Elma Novaes – NUGEN, um espaço no qual a pesquisa acadêmica se debruça sobre temas relacionados aos direitos das mulheres, comunidade LGBTQIA+ e outros grupos sociais.

Os artigos compilados neste livro são resultado da construção coletiva de processos de pesquisa que visam à democratização do conhecimento construído na Academia sobre a violação dos direitos da mulher.

Juntos, diferentes autoras analisaram inquéritos, convênios, planos de políticas públicas, fatos, atos e omissões sobre esse tema, assim como a atuação do movimento feminista na luta por políticas públicas, tão fundamentais para que os direitos se materializem na vida das mulheres, especialmente as trabalhadoras.

Assim, neste livro, consubstanciam-se saberes em uma importante construção coletiva acerca dos direitos da mulher em face das violências ainda por ela sofridas.

O livro tem como autoras a professora Elba Ravane, o professor Emerson de Assis, alunas e alunos do NUGEN e egressas da Asces-Unita.

Ensino a distância referência segue facilitando a vida dos estudantes da rede Grau Técnico

Com a pandemia em alta no território brasileiro, a rede Grau Técnico busca sempre alternativas para driblar a crise e fortalecer a educação técnica brasileira. Para as unidades que estão com restrição de aulas presenciais, a rede disponibiliza a opção de um Ensino a Distância qualificado com aulas ao vivo e o auxílio da plataforma de estudos APTA, disponível para uma melhor absorção dos conteúdos. Além disso, a rede também oferece coordenadores pedagógicos, que estão à disposição para orientar e esclarecer dúvidas por e-mail, WhatsApp e Portal Acadêmico. As aulas são válidas para todos os cursos e serão correspondentes às disciplinas teóricas. A parte prática será feita na escola, após a normalização das atividades de acordo com decreto governamental local.

De acordo com Rodrigo Gomes, gerente de operações da rede, o novo plano terá o modelo do início da pandemia com novas ferramentas de ensino.“O modelo que estamos colocando para unidades é diferente do começo da pandemia. Estamos atuando com aulas remotas ao vivo com instrutores. Tudo isso alinhado com o apoio da plataforma APTA, produzida pelo Porto Digital com os melhores especialistas em tecnologia do Brasil”. Na plataforma, estão sendo oferecidos exercícios, videoaulas, quiz, hipertextos e conteúdos direcionados para cada disciplina.

“Seguimos com a mesma força do início da pandemia. O que importa é levar a educação para dentro da casa dos nossos estudantes com todo suporte necessário para a capacitação. A educação sempre será uma arma poderosa nos momentos difíceis”, diz Ruy Porto Carrero, presidente do Grau Educacional.

Grau Técnico:
Maior rede de ensino técnico particular do País, o Grau Técnico é o carro-chefe do grupo Grau Educacional. Com 98 unidades, presente nas cinco Regiões do País, o Grau Educacional oferece mais de 60 cursos nas áreas de saúde, tecnologia, indústria, gestão e negócios. A duração dos cursos varia de três meses a dois anos, com aulas de uma a três vezes na semana.

Grau Profissionalizante:
A franquia Grau Profissionalizante (antiga Nível A) foi fundada em 2015. “A escola da sua profissão”, como é conhecida, possui completa estrutura voltada para a qualificação de mão de obra para o mercado de trabalho e, com oito unidades, oferece mais de 30 cursos profissionalizantes, rápidos e práticos, como bombeiro civil, cuidador de idosos, eletricista predial, gastronomia, informática, manutenção de smartphones, mecânica de carros e de motos, e refrigeração, entre outras. Veja mais informações nos sites www.grautecnico.com.br e www.graup.com.br.

Como aproveitar bem as aulas remotas

A pandemia pegou todos de surpresa, porém a escola jamais deve parar. Ela é ponto de apoio e de centralização para muitos estudantes e familiares. Pensando nisso, o Exato Prime passou por várias adaptações com o objetivo de criar um modelo de aulas totalmente inovador, para que não comprometesse o aprendizado e nem esse importante elo entre colégio e família. Estamos levando a ‘sala de aula’ até a casa dos alunos.

Para a família, é muito importante manter o “ritual” diário, como se o (a) aluno (a) fosse sair mesmo para ir à escola: colocar o fardamento, tomar café da manhã e ir para um ambiente calmo, com iluminação adequada, e, se possível, com supervisão de um familiar. Isso motiva o aluno a querer assistir às aulas.

Já o (a) professor (a) deve buscar alternativas de ensino para cativar, atrair a atenção do aluno e animar a aprendizagem. Dentro da plataforma que utilizamos, existe uma infinidade de recursos que podem ser usados para essa finalidade. Nessa perspectiva, a aprendizagem vai fluir consideravelmente.

Também é muito importante que a professora esteja como se fosse para o colégio trabalhar, com o seu uniforme, e mantendo a mesma postura da sala de aula. Não podemos esquecer ainda do momento de intervalo, que deve ser respeitado igualmente é na escola física.

Enfim, devemos sempre manter o ânimo e passar segurança para os alunos, cobrando deles os mesmos compromissos da realização de atividades e o horário das aulas. Respeitando esta rotina, o tempo pedagógico será sempre otimizado e satisfatório.

Welba Meire da Silva é professora do 5° ano do Ensino Fundamental I do Colégio Exato Prime

Dicas para não cair em golpes com o Pix: saiba como se prevenir

Serviço de transferência de dinheiro em tempo real que funciona 24 horas por dia, durante todos os dias da semana e de forma gratuita para pessoas físicas. Esse é o Pix que foi lançado em novembro de 2020 e, mesmo com todas as facilidades que trouxe ao mercado, ainda causa certa estranheza na população, o que aumenta também o número de golpes envolvendo o sistema.

Segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), mais de 12 milhões de brasileiros já sofreram algum tipo de golpe financeiro pela internet nos últimos anos, o que representa um prejuízo de quase R﹩ 2 bilhões somente em fraudes.

No caso do Pix, o alerta é feito pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) que afirma que, as tentativas de golpe registradas com o sistema foram relatadas por instituições financeiras e identificadas como phishing, que enganam as vítimas para que elas forneçam informações pessoais e confidenciais.

Para Francisco Carvalho, CEO da Zipdin, techfin autorizada pelo Banco Central e que opera através de uma plataforma 100% digital que tem o objetivo de facilitar o acesso a crédito para empresas e pessoas, atenção é fundamental na hora de realizar qualquer tipo de operação online. “Com a digitalização dos serviços financeiros, é importante estar atento. Cada vez mais pessoas fazem compras e pagamentos por meio dos seus smartphones ou computadores, mas não sabem como se proteger dessas fraudes. É importante ter cuidado com supostas mensagens enviadas pelo banco, não clicar em qualquer link que receber e, principalmente, conferir antes o endereço do site em que está inserindo os seus dados”, afirma o executivo.

Pensando em ajudar a tirar as principais dúvidas e baseado nas informações que a Febraban recomenda à população, Carvalho listou abaixo algumas dicas importantes divulgadas pela Federação. Confira:

• Clonagem do Whatsapp: neste tipo de golpe, os criminosos enviam uma mensagem pelo aplicativo fingindo ser de empresas em que a vítima tem cadastro. Após isso, solicitam o código de segurança, que já foi enviado por SMS pelo aplicativo, afirmando se tratar de uma atualização de cadastro. Com o código, conseguem replicar a conta de WhatsApp em outro celular. A partir daí, enviam mensagens para os contatos da pessoa, fazendo-se passar por ela, pedindo dinheiro emprestado por transferência via Pix. Uma medida simples para evitar que o WhatsApp seja clonado é habilitar a opção “Verificação em duas etapas”.

• Engenharia social com WhatsApp: esse é um tipo mais comum. O criminoso escolhe uma vítima, pega uma foto dela em redes sociais, cria uma nova conta no WhatsApp e, de alguma forma, consegue descobrir números de celulares da sua lista de contatos. Após isso, o bandido manda mensagem para amigos e familiares da vítima, alegando que teve de trocar de número devido a algum problema. Em seguida, pede uma transferência via Pix, dizendo estar em alguma situação de emergência. A orientação é ter cuidado com a exposição de dados em redes sociais, como, por exemplo, em sorteios e promoções que pedem o número de telefone do usuário.

• Falso funcionário de banco ou centrais telefônicas: aqui, o golpista entra em contato com a vítima se passando por um falso funcionário do banco ou empresa com a qual o cliente tem algum tipo de ligação, oferece ajuda para que o cliente cadastre a chave Pix e o induz a fazer uma transferência bancária. A Febraban alerta que os dados pessoais do cliente jamais são solicitados ativamente pelas instituições financeiras, tampouco funcionários de bancos ligam para clientes para fazer testes com o Pix.

• Bug do Pix: esse tipo de golpe apresenta uma “falha” ao executar qualquer atividade no sistema eletrônico. O próprio Banco Central já alertou que não há qualquer “bug” no Pix. A Febraban ressalta que o cliente sempre deve desconfiar de mensagens que prometem dinheiro fácil e que chegam pelas redes sociais ou e-mail.

Pandemia de COVID-19 reduz número de transplantes renais

*Dr. Marco Lipay

De forma prática e objetiva, a COVID-19, doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, exigiu que nefrologistas, urologistas e equipes multidisciplinares de atendimento ao transplante renal procedessem ajustes nas tomadas de decisões, diante de incertezas provocadas pela ausência de experiência relacionada à pandemia e os riscos para o receptor.

A qualidade de vida de pacientes que apresentam falência renal definitiva é algo que deve ser considerado diante da necessidade de diálises periódicas como forma de manter a vida, quando não há a possibilidade de um transplante renal.

Lembramos que as principais funções dos rins são: eliminar as impurezas do sangue; regular a pressão arterial; produzir hormônios; participar na formação e na manutenção dos ossos e estimular a produção de glóbulos vermelhos.

O transplante renal é considerado o melhor meio de retorno ao equilíbrio da função renal e das rotinas cotidianas, resultando na imediata melhora da qualidade de vida do paciente. O transplante é um procedimento cirúrgico, em que um rim saudável de uma pessoa viva ou com morte encefálica é doado a um paciente portador de insuficiência renal crônica avançada (receptor).

No último ano, em razão da pandemia pela COVID-19, houve um impacto universal na rotina dos transplantes. Estudos mostram que nos Estados Unidos, ainda na primeira semana após a declaração da pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 19 de março de 2020, observou-se a suspensão das cirurgias na ordem de 80% nos serviços que realizam os programas de transplante de rim de doador cadáver (morte encefálica) e 72% dos doadores vivos. Sabemos que os receptores de transplante de rim têm um maior risco de doenças infecciosas em razão do uso de remédios imunossupressores, necessários para evitar a rejeição do órgão transplantado.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia e da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), no ano de 2019, que antecedeu a pandemia da COVID-19, o Brasil era o segundo país em termos absolutos de transplantes renais no mundo (6417 transplantes renais), atrás apenas dos Estados Unidos, com 24.273 procedimentos. Em números relativos por milhão de pessoas, éramos o 25º colocado dentre os países com mais doadores (vivos e cadáveres), não suprimindo a necessidade nacional. A demanda aumentava com a admissão de novos pacientes, perto de 10.000 novos casos/ano, e aproximadamente 1.300 pacientes morriam na fila aguardando uma oportunidade de transplante. Existiam cerca de 130.000 pacientes em diálise no Brasil e, destes, aproximadamente 30.000 estavam inscritos em serviços habilitados do Programa Nacional de Transplante Renal.

Dados da Associação Brasileira de Transporte de Órgãos (ABTO) mostram que no último ano houve uma queda nas taxas de doação e de transplante de órgãos com doador falecido. As taxas variaram entres as regiões e períodos, diante da gravidade da pandemia, e em algumas vezes os procedimentos cirúrgicos foram suspensos temporariamente, em razão da necessidade de disponibilizar leitos em hospitais; e também por serem considerados eletivos ou pelo potencial risco para o receptor e doador, em se tratando de transplantes de rim com doador vivo. Ressaltamos que os transplantes renais, a partir de doadores cadáveres portadores da Covid-19 são formalmente contraindicados, seguindo as diretrizes e normativas do Ministério da Saúde.

Em 2020, observou-se no território nacional uma queda de 24,5% na taxa de transplantes renais, sendo de 17,2% nos transplantes com doador falecido e de 59,6% naqueles com doador vivo, valor que retomava taxas obtidas no ano de 2009. Em oposição, a lista de espera para transplante renal cresceu 6,2%, enquanto o ingresso em lista caiu 32% e a mortalidade em lista aumentou 27%, talvez em decorrência do maior risco de exposição à COVID-19 e pela necessidade de realizar hemodiálise.

No início de 2021, o Departamento de Transplante Renal da Sociedade Brasileira de Nefrologia e a Associação Médica Brasileira (AMB) elaboraram recomendações, baseadas em evidências atualmente disponíveis sobre a vacinação contra a COVID-19, em que orientam os receptores adultos de transplante renal a receberem a vacina que estiver disponível em sua região, sob supervisão do médico assistente.

O momento atual é extremamente preocupante diante dos números crescentes de casos e óbitos, somados às variantes virais já identificadas. Diante do apresentado, recomendamos o distanciamento social, o uso de máscaras, lavar as mãos frequentemente e vacinar-se assim que possível. Por outro lado, não podemos deixar de incentivar a doação de órgãos com doadores falecidos por causas não infecciosas, se for uma realidade no serviço de saúde em que o paciente está cadastrado, diante do ritmo da pandemia. A qualidade de vida de um paciente que necessita de diálise para viver é muito desgastante. Converse com sua família sobre essa opção, seja um doador de órgãos.

Hospitais e consultórios seguem rigorosos protocolos de prevenção ao coronavírus, conforme orientações do Ministério da Saúde e Vigilância Sanitária; portanto, se tiver alguma dúvida não tenha receio em conversar com o seu Urologista ou seu Nefrologista (de modo presencial, telefone ou por videoconferência), ele vai saber lhe orientar.

*Dr. Marco Aurélio Lipay é Doutor em Cirurgia (Urologia) pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), Titular em Urologia pela Sociedade Brasileira de Urologia, Membro Correspondente da Associação Americana e Latino Americano de Urologia e Autor do Livro “Genética Oncológica Aplicada à Urologia”.

Governo de Pernambuco distribui mais de 1,5 milhão de agulhas e seringas aos municípios

O governador Paulo Câmara anunciou, durante pronunciamento nesta quarta-feira (24.03), o início da distribuição de mais de 1,5 milhão de agulhas e seringas aos municípios pernambucanos, para que possam dar prosseguimento à imunização da população. Com esse novo lote, já são três milhões de insumos desse tipo enviados às prefeituras. Ele destacou que a ação está sendo possível porque o Estado entende a importância desses materiais para a vacinação, essencial no enfrentamento ao novo coronavírus. Por isso, se programou para abastecer as unidades de saúde.

Paulo Câmara lembrou que, há quase um ano, Pernambuco contabilizava a primeira morte em decorrência da Covid-19. De março do ano passado até hoje, já foram registrados 11.807 óbitos provocados pela doença no Estado. “Temos nesse momento, 1.325 pessoas internadas em leitos de UTI por causa da Covid-19. É um quadro grave, de emergência sanitária, que precisa ser enfrentado com todos os recursos materiais e humanos disponíveis, para que mais vidas não sejam perdidas”, afirmou.

“O Governo de Pernambuco tem feito sua parte para que tenhamos sucesso na campanha de vacinação contra a Covid-19. Desde o começo garantimos que iríamos encaminhar as seringas e agulhas para as ações em sua totalidade, e estamos cumprindo. Com o avanço das etapas, novas remessas serão enviadas, para que todos os pernambucanos dos grupos prioritários sejam imunizados”, reforçou o secretário estadual de Saúde, André Longo.

O governador Paulo Câmara também destacou o esforço da sua gestão para ampliar o número de leitos no último mês. Entretanto, afirmou que, diante do atual cenário, não será possível interromper a aceleração da disseminação da Covid-19 sem passar pelo período de quarentena. “No último domingo, tivemos 55% de isolamento social, maior patamar registrado este ano. Agradeço a todos que compreenderam a importância de dar a sua contribuição, mesmo com todos os sacrifícios de um ano de pandemia. Precisamos aumentar os índices de isolamento para aliviar a pressão sobre o sistema de saúde. Evite sair de casa. Se for necessário sair, use máscara o tempo todo. Essas atitudes simples salvam vidas”, completou.

Três pacientes nebulizados com cloroquina diluída morrem no RS

 (Foto: Ministério da Saúde/Divulgação)
Foto: Ministério da Saúde/Divulgação

Três pacientes internados com Covid-19 que estavam sendo nebulizados com o medicamento hidroxicloroquina diluído em soro tiveram as mortes confirmadas no Hospital Nossa Senhora Aparecida, em Camaquã, no sul do Rio Grande do Sul.

Os óbitos aconteceram entre segunda (22) e esta quarta-feira (24), após o tratamento experimental ministrado pela médica Eliane Scherer. Todos os pacientes haviam assinado termo concordando em fazer o tratamento.

Os protocolos clínicos do Hospital Nossa Senhora Aparecida preveem a prescrição da droga via oral, assim como indicado na bula do medicamento. Mas Scherer passou a aplicar a técnica experimental da nebulização do fármaco diluído, o que não é previsto pelos regulamentos medicinais.

A direção do hospital não faz conexão direta entre as mortes e o tratamento alternativo, mas avalia que a técnica vem contribuindo para a degradação da saúde dos doentes.

Demissão e denúncia

Eliane foi contratada em março de 2020 para atuar no pronto-socorro da instituição, mas, por causa do descumprimento dos protocolos, foi demitida no dia 10 de março deste ano. Segundo a assessoria jurídica do hospital, a médica “descumpria protocolos [de segurança] de forma contumaz”.

“A profissional em questão tinha um histórico de muitas dificuldades no trato pessoal com a equipe. As ameaças eram frequentes”, justificou o assessor jurídico do Hospital Nossa Senhora Aparecida, Maurício Rodrigues, ao jornal Gaúcha ZH.

Nesta segunda-feira (23), o hospital denunciou a profissional ao Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) por 17 supostas infrações médicas. A peça também foi encaminhada ao Ministério Público. O Correio tentou contato com a médica pelo telefone disponível nas redes sociais do consultório dela, mas as ligações não foram atendidas. O espaço segue aberto para manifestações.

Continuação do tratamento

Apesar de ter sido afastada, Eliane continuou com o tratamento experimental em alguns pacientes do hospital. Alguns possuíam autorização judicial para isso, outros assinaram um termo em que autorizavam a abordagem. Contudo, não há comprovação científica de que o fármaco é eficaz no combate ao vírus. A Associação Médica Brasileira (AMB), inclusive, defende que a utilização do remédio aos pacientes portadores do vírus “deve ser banida”.

Apesar disso, o assessor jurídico disse que, por ora, a decisão do hospital é por não impedir o tratamento experimental quando as famílias expressarem o desejo e assinarem o termo de conciliação – este exime a profissional e o hospital de qualquer responsabilidade por eventuais consequências.

“Vamos comunicar ao Cremers e ao MP sobre esses fatos para que eles possam apurar se essa conduta teve ou não relação com os falecimentos. E para que possam tomar medida cautelar para impedir esse tipo de prescrição”, finaliza Rodrigues ao portal.

Bolsonaro defende a prática
Na manhã desta última sexta-feira (19), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) entrou ao vivo em um programa de rádio e defendeu a prática da “nebulização da hidroxicloroquina”.

“Nós temos uma doença que é desconhecida, com novas cepas, e pessoas estão morrendo. Os médicos têm o direito, ou o dever, de que, no momento que falta um medicamento específico para aquilo com comprovação científica, ele pode usar o que se chama de off-label – fora da bula”, disse o presidente, à Rádio Acústica.

Bolsonaro chegou a citar o caso da médica Eliane. Segundo ele, o vereador e ex-prefeito de Dom Feliciano (RS), Dalvi Soares de Freitas, teria sido curado por causa da prática alternativa.

“Agora, aqui no Brasil, a pessoa é criminalizada quando tenta uma alternativa para salvar quem está em estado grave – e quem está em estado grave e uma vez é intubado, chega próximo a 70% que não há mais retorno, vai a óbito”, disse Bolsonaro.

Fonte: Diário de Pernambuco