Por João Américo de Freitas
Os desafios para os eleitos no último pleito contêm uma lista enorme de prioridades. Nossa cidade é multifacetária, heterogênea, contrastante e, como toda cidade de médio para grande porte, complexa. Caruaru registra um Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de 0,677, ficando na média do estado. Temos o maior PIB do interior e o sexto de Pernambuco, um dos primeiros desafios será distribuir essa riqueza e aumentar o IDHM do município.
Caruaru sofre as dores do crescimento, e precisa de medidas urgentes a curto prazo para fazer cessar essas dores, mas precisamos também de ações a longo prazo que pavimentem o caminho do crescimento humano, demográfico, social e econômico.
Todos os indicativos socioeconômicos de Caruaru apontam para uma sociedade desigual no que diz respeito à renda e à escolaridade, fato compartilhado pela maioria dos municípios brasileiros, mas que precisa ser enfrentada e resolvida, aqui e agora. Outra chaga social que necessita de uma intervenção imperativa diz respeito aos desvalidos, aos moradores de rua. Existe a necessidade urgente de ações de acolhimento dessa população com desdobramentos sociais, psicológicos e laborais.
Os temas sempre presentes de saúde, educação e segurança são pautas necessárias e que precisam de constante avaliação, desde a concepção até a sua execução. Novos modelos de implementação com parcerias estatais e privadas são o caminho para uma gestão exitosa. Não dá para construir saúde, educação e segurança sozinho, se Caruaru quiser avançar nesses temas a palavra de ordem é cooperação.
Mas o maior e mais urgente desafio para os eleitos é a superação do pós pandemia. Dois movimentos se avizinham no tempo e no espaço, no combate ao coronavírus: a tão esperada vacina e, do outro lado, uma recessão, efeito colateral da pandemia. Não sabemos ainda dimensionar quais os efeitos de uma recessão em um país que mergulhou em uma crise em 2014 e começa a dar sinais de uma retomada da atividade econômica, mas no meio do caminho veio uma pandemia com efeitos econômicos incalculáveis. Desse modo a criação de ações de incentivo ao trabalho em articulação e complementação a políticas públicas com o Estado e União são de suma importância para manutenção do emprego e renda.
Haverá, sem sombra de dúvidas, uma diminuição na arrecadação de todos os entes federados, União, Estados e Municípios. Manter a máquina pública funcionando mais com menos é e será um grande desafio. As demandas crescem e a arrecadação cai. Cuidar do custeio público é medida urgente para que serviços essenciais não sejam afetados.
Mesmo com um cenário adverso, conturbado e imprevisível, precisamos confiar nos que foram escolhidos pelo povo de Caruaru. Que tenham mãos firmes e coração cheio de fé, dever e propósito no bem servir.
Possamos seguir o pensamento do Imortal Ariano Suassuna:
“O otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso.”
João Américo de Freitas é advogado e comentarista Político da Caruaru FM