Pesquisa Folha/Ipespe mostra empate técnico entre candidatos a prefeito do Recife

A primeira pesquisa de intenções de voto para prefeito do Recife realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), em parceria com a Folha de Pernambuco, e divulgada na edição desta sexta-feira (24) do jornal, registra um empate técnico no limite da margem de erro entre os candidatos Marília Arraes (PT) e João Campos (PSB). A petista aparece com 22% e o socialista com 16%. O percentual de João Campos também o posiciona em empate técnico triplo com a Delegada Patrícia Domingos (Podemos), que tem 14%, e Mendonça Filho (Democratas), que apresentou 13% das citações. A amostragem apontou, ainda, que 21% dos recifenses declaram votar branco ou nulo ou ainda não têm candidato.

Em seguida, Marco Aurélio (PRTB) aparece com 2%. Na sequência estão Thiago Santos (UP), Coronel Feitosa (PSC), Carlos Andrade Lima (PSL) e Charbel Maroun (NOVO) com 1% das menções. Cláudia Ribeiro (PSTU) e Vitor Assis (PCO) tem 0%. Já os que não sabem ou não responderam são 8%.

Os números da pesquisa Folha/Ipespe também apontam que Marília Arraes e Mendonça Filho apresentam números equilibrados entre o eleitorado feminino e masculino. Já João Campos e Patrícia Domingos alcançam mais intenções votos entre os homens.

Idade
No detalhamento por idade, João Campos ganha mais destaque entre os mais jovens, com com 19% das intenções de votos dos que têm idade entre 16 e 24 anos. Por outro lado, Marília Arraes e Mendonça Filho tem mais citações entre os eleitores com 60 anos ou mais, com 25% e 19%, respectivamente. Já Patrícia Domingos é a candidata que registra o seu melhor desempenho, 16%, tanto entre os entrevistados com 60 anos ou mais, como entre os que possuem entre 25 e 44 anos.

Instrução
No tópico que indica o grau de instrução dos eleitores, João Campos e Patrícia Domingos pontuam mais entre os recifenses com escolaridade até o ensino fundamental, 20% e 18%, respectivamente. Já o eleitorado com ensino médio representa o melhor índice de Mendonça Filho, 16%. Marília Arraes, por sua vez, tem mais citações entre os que possuem ensino superior, 27%.

Renda
Por fim, o levantamento aponta que entre os eleitores com renda de até dois salários mínimos, Marília Arraes e João Campos são os mais citados, com 22% e 20%. A candidata petista apresenta o mesmo percentual entre o eleitorado com renda de dois a cinco salários mínimos, 22%, e esses são os seus melhores números neste detalhamento. Patrícia Domingos e Mendonça Filho atraem mais intenções de votos dos entrevistados que possuem renda superior a cinco salários mínimos, 16% e 17%, respectivamente.

Entre os eleitores que declaram votar branco, nulo ou que não tem um candidato, a maior parte é jovem, com idade entre 16 e 24 anos, 27%; do sexo feminino, 23%; com ensino médio e superior, 21% e com renda de mais de cinco salários mínimos.

A pesquisa quantitativa foi realizada nos dias 22 a 23 de setembro de 2020 e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o protocolo PE-05966/2020. Para uma amostra desse tamanho, a margem de erro máximo estimada do estudo é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos, com a utilização de um intervalo de confiança de 95,45%.

SERVIÇO
Confira os detalhes do levantamento na edição desta sexta-feira da Folha de Pernambuco, na versão impressa ou no flip pelo www.folhape.com.br

Liesa decide adiar desfiles das escolas de samba no Rio

Rio de Janeiro – Desfile da Mangueira, escola foi a grande campeã do carnaval do Rio de Janeiro. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) decidiu adiar os desfiles das escolas de samba do grupo especial, que aconteceriam em fevereiro de 2021, devido à pandemia de covid-19. A decisão foi tomada na noite de ontem (24), durante reunião entre representantes das agremiações.

De acordo com o presidente da Liesa, Jorge Castanheira, como ainda não se sabe se haverá uma vacina até o carnaval, não haverá tempo hábil para as agremiações se prepararem.

No entanto, ele destacou que, por enquanto, os desfiles não foram suspensos, apenas adiados. A Liesa continuará acompanhando a situação da pandemia e fará novas reuniões para decidir se será possível realizar os desfiles em uma nova data em 2021 ou se o evento terá mesmo que ser cancelado.

Agência Brasil

Vacinação contra febre aftosa já imunizou 166 milhões de animais

Dados parciais da primeira etapa de vacinação contra a febre aftosa em 2020 mostraram cobertura vacinal de 97,81% do rebanho de bovinos e bubalinos de todas as idades. No total, segundo o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, entre estados que já enviaram informações foram imunizados 166 milhões de animais.

Até o momento, 18 dos 23 estados que precisam vacinar seus rebanhos entraram no balanço. Isso porque um está em análise e três ainda não enviaram o relatório com os dados finais dessa fase. A segunda etapa de campanha de vacinação contra aftosa começa em 22 estados em novembro.

Novo coronavírus
Em 2019, na campanha de maio, foram vacinados 196 milhões de bovinos e bubalinos, cobrindo 98,08% do total. Por causa da pandemia de covid-19, este ano a primeira etapa de vacinação foi prorrogada em 30 dias para que todos os estados tivessem 60 dias para a imunização.

Segundo o diretor do Departamento de Saúde Animal do ministério, Geraldo Moraes, a pequena redução da cobertura vacinal era esperada como reflexo direto da pandemia, que atrapalhou a logística da vacinação. “Apesar disso, foi uma campanha exitosa, dadas as proporções da emergência em saúde existente no país”, disse. A previsão para esta primeira etapa é de vacinar cerca de 183 milhões de bovinos e bubalinos de todas as idades.

Certificação
Os estados do Paraná, Acre e Rondônia, e regiões do sul do Amazonas e do noroeste de Mato Grosso tiveram a última vacinação contra a doença em 2019 e, no momento, estão cumprindo o prazo para reconhecimento de zona livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal.

O Rio Grande do Sul, que teve a última vacinação em março deste ano, também está cumprindo prazo para o reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação. Desde 2007, o estado de Santa Catarina é reconhecido internacionalmente nessa categoria.

Auxílio emergencial chega a R$ 207,9 bi para 67,2 milhões de pessoas

Fila para entrada em agência da Caixa, em Brasília.

A Caixa alcança hoje (25) a marca de 304,5 milhões de pagamentos do auxílio emergencial, atendendo 67,2 milhões de pessoas. Os pagamentos somam um montante de R$ 207,9 bilhões disponibilizados pelo Governo Federal, com o objetivo de amenizar os impactos da pandemia da covid-19 na renda da população brasileira.

Hoje será pago R$ 1,6 bilhão do auxílio para 4 milhões de beneficiários nascidos em setembro, conforme o calendário do Ciclo 2, e a disponibilização de R$ 428,2 milhões referentes à primeira parcela do auxílio emergencial residual para 1,6 milhão de beneficiários do Bolsa Família com final de NIS número 7.

Os ciclos de crédito em conta seguem até dezembro para o pagamento das parcelas definidas pelo Governo Federal para o público do CadÚnico e para quem se cadastrou pelo App Caixa | Auxílio Emergencial ou pelo site auxilio.caixa.gov.br.

Atendimento
A Caixa processou 109,1 milhões de cadastros para o auxílio emergencial. Foram 1,73 bilhão de visitas ao site criado para o programa; mais de 120 milhões de downloads do App Auxílio Emergencial; mais de 522 milhões de ligações para central telefônica 111 e mais de 240 milhões de downloads do aplicativo Caixa Tem.

Bolsonaro fará cirurgia hoje em São Paulo

O presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia de posse do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, no Palácio do Planalto.

O presidente Jair Bolsonaro deu entrada hoje (25), às 7h, no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, para a retirada de um cálculo da bexiga. A cirurgia está prevista para começar às 10h30.

De acordo com o boletim médico encaminhado pela Secretaria Especial de Comunicação Social, o procedimento cirúrgico é minimamente invasivo, “denominado Cistolitotripsia endoscópica a laser sob anestesia”.

O boletim é assinado pelo cardiologista Leandro Echenique, pelo urologista Leonardo Lima Borges e pelo diretor-superintendente do hospital Miguel Cendoroglo.

Bolsonaro foi diagnosticado com cálculo no fim de agosto, após ser submetido a uma ultrassonografia no departamento médico do Palácio do Planalto.

OAB Caruaru anuncia início da construção da nova sede

O início oficial da construção da nova sede da OAB Caruaru marcou as comemorações do 60º aniversário da subseção, ocorrido nessa quinta-feira (24). A cerimônia simbólica realizada na atual sede reuniu a diretoria da OAB Caruaru, representantes do conselho, integrantes da construtora responsável pela obra, e contou com a presença do presidente da OAB-PE, Bruno Baptista, do presidente da Caixa de Assistência dos Advogados de Pernambuco, Fernando Ribeiro Lins, e dos ex-presidentes, Margarida Cardoso, Saulo Amazonas e Felipe Sampaio.

O atual presidente da OAB Caruaru, Fernando Júnior, comemorou e agradeceu a cada um que contribuiu para a realização dessa conquista para a advocacia de toda a região. “A construção da nova sede é um pleito que vem sendo discutido há muito tempo em outras gestões, e, graças ao empenho de cada um, podemos hoje, em uma data tão significativa para a OAB Caruaru, dar início a esse trabalho que contou com os esforços da OAB Pernambuco e CAAPE”, destacou o presidente.

O presidente da seccional pernambucana, Bruno Baptista, prestou homenagem a todos que já fizeram parte da história da OAB Caruaru, e aproveitou a oportunidade para reiterar o compromisso com a advocacia da região. “Quero reafirmar o compromisso de entregar uma nova sede à altura da advocacia interiorana e garanto que ela ficará pronta e equipada até o final da nossa gestão”, reforçou.  

O ex-presidente Saulo Amazonas e a advogada Cláudia Mirian relembraram os desafios enfrentados pela advocacia local e, em um discurso emocionado, afirmaram que a nova sede será uma importante conquista para toda a classe.

Depois, outro ato foi realizado no terreno onde será construído o novo prédio, localizado nas imediações do Fórum Estadual de Caruaru.

Edileuza Portela firma aliança com Luciel Emerson

O pré candidato a uma vaga na câmara municipal, Luciel Emerson, surpreende mais uma vez quando o assunto é angariar a seu favor figuras representativas no cenário político e social para sua campanha.Edileuza Portela declara publicamente seu total apoio ao pré candidato em encontro nesta última quarta feira, 23.

Portela é reconhecida no cenário político como grande articuladora e vários anos de um trabalho significativo no âmbito cultural na cidade de Caruaru. A poetisa e ex-candidata a vice prefeita em 2008, trabalhou nos principais grupos políticos locais. No governo de Tony Gel, como gestora de articulação social. E também no mandato do ex-prefeito e atual Deputado Estadual, José Queiroz.

A poetisa, quando questionada sobre a sua mudança de grupo político enfatiza a frase do filósofo Blaise Pascal: “Não tenho vergonha de mudar de ideia, porque não tenho vergonha de pensar”, justifica ela.

O motivo pelo qual Edileuza Portela se associou à Luciel deve-se a um trabalho
bem articulado e muito organizado entre lideranças da cidade e zona rural realizado por Luciel. “Conheço o trabalho de Luciel há muitos anos, e reconheço nele a extensão daquilo que me propus na minha trajetória política e cultural: Lutar pelos mais necessitados, e consolidar a luta de direitos para quem mais necessita”, afirmou a poetisa com muito respeito ao universo cultural da cidade de Caruaru.

Luciel por sua vez ressalta a importância do apoio de Portela a sua campanha para uma vaga na Câmara Municipal de Caruaru e diz “temos obtido grande aceitação no meio social de pessoas relevantes. Isso será muito importante para o desempenho de um trabalho diferenciado na câmara municipal. Com um pensamento alinhado ao de Edileuza faremos um trabalho efetivo e robusto, não apenas fortalecendo nossa caminhada mas com um objetivo bem maior que é servir ao povo de Caruaru”.

Raquel Lyra debate sugestões com profissionais da Saúde de Caruaru para Plano de Governo

A pré-candidata à reeleição em Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), continuou na noite desta quinta-feira (24) com a série de debates que ajudarão a compor o Plano de Governo. Desta vez, profissionais da área da Saúde estiveram no encontro, que respeitou todos os protocolos sanitários. Assuntos como unidades básicas de saúde, saúde mental, assistência e especialidades, além do enfrentamento à Covid-19, foram debatidos.

“Todo mundo tem uma contribuição a dar para melhorar a saúde do nosso município. Nós trabalhamos de maneira muito responsável, transparente e colaborativa para oferecer à nossa população as melhores condições durante esta pandemia e desde que chegamos, sempre mobilizando as equipes”, enfatizou Raquel.

A assistente social Verônica Laís Barbosa, que trabalha na UPA da Boa Vista, destacou a importância de manter a integração entre as equipes e a população. “Nesse processo da pandemia, nós tivemos um desafio muito grande. A família entregava o seu bem maior às nossas equipes, que também estavam sujeitas à contaminação. O serviço social foi fundamental”.

Raquel Lyra está em constante diálogo com a população, e agora reforça a interação com a plataforma online “Diz Aí, Caruaru”, que pode ser acessada pelo link www.dizaicaruaru.com.br. Também é possível entrar em contato com ela através do WhatsApp (81) 99150-4554, e acessar o canal no Telegram: https://t.me/RaquelLyra.

Perto de 140 mil mortes por Covid-19, Brasil ultrapassa 4 milhões de curados

 (Foto: Carl de Souza/AFP
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Foto: Carl de Souza/AFP

O Brasil ultrapassou, nesta quinta-feira (24), a marca de 4 milhões de recuperados da Covid-19, ao atingir 4.023.789 curados, e se mantém como primeiro país em quantidade de pessoas que venceram o vírus no mundo. No entanto, o índice de cura é consequência dos elevados números de infecção e morte, que colocam o país em segundo lugar com mais casos e terceiro com mais óbitos.

No novo balanço foram acrescentadas mais 32.817 infecções e 831 fatalidades, chegando a 4.657.702 testes positivos para o novo coronavírus e 139.808 perdas.
Com média móvel na casa de 700 mortes por dia, a previsão é que o Brasil atinja as 140 mil fatalidades nesta sexta-feira (25/9). Por mais que as atualizações diárias tenham baixado o patamar nas últimas semanas, o país segue subindo no índice negativo de mortalidade, em comparação com as demais nações. Desde o início de setembro, o Brasil já ultrapassou a Suécia, Estados Unidos, Itália, Reino Unido, Equador e Chile em mortes por milhão. De acordo com levantamento do World o Meters, com 657 mortes por milhão, o Brasil tem o quinto pior índice mundial entre os país com mais de um milhão de habitantes.

No Brasil, a Covid-19 se alastrou, e 5.549 dos 5.570 municípios já registraram pelo menos um diagnóstico positivo. Ou seja, apenas 21 cidades estão fora dessa lista. Já em relação aos municípios que confirmaram mortes, esse número é menor: 1.149 cidades ainda não registraram mortes, o que representa 79% da totalidade.

Estados

Com uma taxa de mortalidade de 3%, o Brasil vê que a maioria dos seus estados já somam mais de mil mortes cada. Atualmente, 23 estados já atingiram a marca de mil mortes cada. Somente quatro estados ficam de fora dessa lista: Tocantins, com 901 mortes, Amapá, com 698 óbitos, Acre, com 653, e Roraima, com 635.

Do lado contrário, no topo da tabela, São Paulo e Rio de Janeiro são as únicas unidades federativas com mais de 10 mil mortes. O estado paulista lidera o ranking negativo de mortes provocadas pela Covid-19, com 34.677 vidas perdidas pelo novo coronavírus; no Rio são 18.037 vítimas.

Em seguida estão: Ceará (8.882), Pernambuco (8.110), Minas Gerais (6.983), Pará (6.502), Bahia (6.455), Rio Grande do Sul (4.544), Goiás (4.356), Paraná (4.280), Amazonas (3.992), Maranhão (3.693), Espírito Santo (3.458), Mato Grosso (3.299), Distrito Federal (3.164), Paraíba (2.762), Santa Catarina (2.704), Rio Grande do Norte (2.366), Piauí (2.073), Alagoas (2.040), Sergipe (2.004), Rondônia (1.323) e Mato Grosso do Sul (1.217).

Direitos políticos de mulheres: Brasil é o 9º entre 11 países, diz ONU

 O plenário da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 6433/13, que permite ao delegado de polícia adotar medidas de urgência para proteger mulheres vítimas de agressão.

Levantamento realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pela ONU Mulheres sobre direitos políticos das mulheres coloca o Brasil em 9º lugar entre 11 países da América Latina. Os dados fazem parte do projeto Atenea, analisa 40 indicadores categorizados em oito dimensões relacionadas ao tema e, a partir desses dados, calcula o Índice de Paridade Política (IPP).

Segundo o documento, o país está entre os piores indicadores da América Latina no que diz respeito aos direitos políticos das mulheres e à paridade política entre homens e mulheres. Pela análise dos indicadores, o Brasil atingiu 39,5, acima apenas de Chile e Panamá. Os países que alcançaram os maiores índices foram: México (66,2), Bolívia (64) e Peru (60,1).

Ao todo, participaram do levantamento os seguintes países: Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Peru e Uruguai.

Brasil

Segundo o documento, uma das particularidades do caso brasileiro, “que apresentou desafios específicos, é o seu sistema partidário, bastante fragmentado e com grande número de partidos”. Em 2018, 30 partidos foram eleitos. Esse foi o maior número de siglas representadas na Câmara dos Deputados desde a redemocratização do país.

“Além de serem muitos, os partidos têm alta autonomia para sua organização, majoritariamente concentrada nas lideranças partidárias, o que gera um universo muito amplo”, aponta o levantamento.

“Outra particularidade é que o Brasil passou recentemente por mudanças institucionais nos organismos de políticas para mulheres e nas respectivas agendas. Por exemplo, a Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres do Governo Federal, criada em 2003 como órgão vinculado à Presidência da República, passou por uma série de transformações, até que chegasse ao desenho atual, de constituir uma das secretarias do atual Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (2019).”

O diagnóstico ressaltou ainda que, embora o Brasil seja uma unidade, para efeitos de comparação regional no âmbito do Atenea, sua organização federativa permite variações nas realidades locais.

“Ainda assim, verifica-se, no país, uma notável concentração de autoridade no governo federal, sendo a União o principal financiador das políticas públicas, além de ser a instância que define a regulamentação e coordena as ações estatais, principalmente na articulação entre os distintos níveis de governo”, argumentou o estudo.

O levantamento destaca ainda que a Constituição Federal de 1988 incluiu o princípio da igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres, “mas ele não se traduz em garantias constitucionais específicas para a paridade política”.

“Do mesmo modo, a adesão, e até mesmo a ratificação, em alguns casos, de instrumentos internacionais, ainda não gerou, no Brasil, dispositivos legais específicos para garantir a igualdade entre mulheres e homens, uma vida livre da violência baseada no gênero, ou a prevenção e punição do assédio e da violência política”, afirma a publicação.

Por outro lado, a maior pontuação do país é alcançada no indicador da participação das mulheres nas eleições.

“Considerado o universo dos eleitores registrados e que estão identificados por sexo, as mulheres correspondem a 52,5% das pessoas registradas como eleitoras no país. Entre as pessoas que efetivamente votaram nas eleições de 2018, as mulheres responderam por 52,9%. No caso dos homens, a taxa de registro eleitoral é de 47,5%, mas o comparecimento foi de 47,1%. Há, portanto, uma diferença de 5,8 pontos percentuais entre as taxas de comparecimento de mulheres e homens”, ressalta o levantamento.

Diagnóstico

Para a ONU Mulheres, o diagnóstico elaborado pelo estudo aprofunda a discussão dos desafios à participação política das mulheres no país.

“O Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer em direção à paridade de gênero e, para isso, é fundamental que ocorram mudanças institucionais, sejam estabelecidos compromissos sólidos e atuação coordenada entre distintas entidades, para que seja possível produzir e incrementar avanços em cada uma das oito dimensões abordadas”, afirma a representante da ONU Mulheres no Brasil, Anastasia Divinskaya.

O Atenea é um mecanismo criado para acelerar a participação política das mulheres em países da América Latina e do Caribe, criado em 2014 com o objetivo de gerar mudanças mais sustentáveis para alcançar a paridade de gênero na esfera política.

O projeto reúne informações sistemáticas, periódicas, comparáveis e sensíveis a gênero sobre a presença de mulheres nas diferentes áreas de participação política, e apresenta recomendações para mudanças que possam contribuir para uma superação das desigualdades.

Recomendações

A partir das evidências resultantes da aplicação do Índice de Paridade Política, e das informações e análises complementares apresentadas no diagnóstico, foram apresentadas recomendações para que se torne possível produzir, incrementar e aperfeiçoar avanços em cada uma das dimensões abordadas.

– Impulsionar ações que promovam o acesso das mulheres negras e indígenas ao poder político a partir de uma perspectiva interseccional, enfrentando o sério déficit existente em termos de raça/cor/etnia e as barreiras/fatores impostas pelo racismo estrutural.

– Promover e intensificar o controle público sobre os partidos políticos, com ações de fiscalização e punição diante do descumprimento da legislação de cotas.

– Além da dimensão eleitoral, é preciso implementar transformações que garantam às representantes a efetividade no exercício do poder político no mandato, combatendo a divisão sexual do trabalho político.

– Promover ações de enfrentamento à violência política contra as mulheres nas suas diversas formas e meios de manifestação.

– Impulsionar o fortalecimento de lideranças políticas por meio de alianças entre diferentes redes e atores comprometidos com a igualdade de gênero (movimentos feministas e de mulheres, legisladores, jornalistas, academia, organismos internacionais, etc).