Prefeitura de Caruaru promove campanha de Enfrentamento à Violência Contra a População Idosa

Nesta segunda-feira (15), a Prefeitura de Caruaru, através da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SDSDH) e do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa, dará início às ações da campanha “Basta de Violência Contra a Pessoa Idosa”, que faz alusão ao dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa.

A programação vai contar com a distribuição de folders informativos sobre os tipos de violência, com base no Estatuto do Idoso, bem como orientações sobre os canais de apoio e denúncia. Para a Gerente de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, nesse período de pandemia, que requer o isolamento social, os índices de violência têm crescido bastante. “Segundo tem apontado os dados dos dois Centros de Referência Especializada em Assistência Social, os principais autores de violência são os filhos”, afirmou.

O presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa, Roberto Gercino, afirma que “é importante que toda a sociedade se conscientize e colabore no enfrentamento da violência contra a população idosa”. O dia 15 de junho é o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa. A foi data instituída em 2006, pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa (INPES).

Dia dos Namorados: 6 alimentos afrodisíacos para apimentar o relacionamento

Falta de libido, cansaço e até mesmo disfunção erétil. Estes são problemas que qualquer pessoa pode ter ao longo da vida, independente de idade, mas que podem ser tratados com ajuda de um profissional especializado em nutrição.

Acredita-se que uma libido baixa também esteja ligada à falta de vitaminas e alguns minerais, como vitamina E, zinco e selênio, mas também os alimentos têm o poder de dar um tempero especial e tornar cada momento único.

Segundo a Nutricionista dra. Luanna Caramalac ter uma alimentação inadequada acaba influenciando no desempenho sexual. “O estilo de vida inadequado, bem como uma dieta rica em alimentos pro inflamatórios, impactam diretamente na função sexual”, disse.

Luanna afirma que uma dieta rica em comida de verdade: frutas, vegetais, carboidratos complexos, proteínas… possuem papel fundamental para auxiliar a solucionar problemas relacionados à menopausa e falta de lubrificação. “A alimentação influencia diretamente na vida sexual”, finaliza.

Conheça alguns alimentos para apimentar o relacionamento e aumentar a libido:

Chocolate 70% (ou mais, zero açúcar)
Induz a produção de serotonina, neurotransmissor que tem várias funções sobre o sono, humor e é responsável principalmente pela sensação de prazer.

Aspargos
É rico em vitamina B3 (que promove a vasodilatação, melhorando a circulação e a ereção do pênis) e em magnésio (importante para a produção de serotonina, o hormônio do bem-estar, que é fundamental para a libido).

Amendoim
Por ser uma oleaginosa, é um alimento altamente energético, de alto valor calórico. Também contém grande quantidade de vitamina B3, que colabora para a vasodilatação sanguínea, por isso é relacionado ao aumento da libido e do apetite sexual.

Pimenta
Esse condimento é capaz de promover o desempenho sexual. Os efeitos provocados após a ingestão da pimenta causam reações fisiológicas no corpo, como a elevação da frequência cardíaca e sanguínea e sudorese, muito semelhantes às sensações vivenciadas no ato sexual, fazendo da pimenta um dos alimentos afrodisíacos.

Morango
Além do estímulo visual por sua bela aparência e cor vermelha, é rico em vitamina C, que ajuda na formação e liberação dos hormônios sexuais e aumenta a lubrificação vaginal.

Maça peruana
Tem propriedades capazes de aumentar a quantidade de testosterona. São ricas em arginina – que aumenta a circulação sanguínea, e zinco – que aumenta a produção de testosterona.

Dra. Luanna Caramalac Munaro, Nutricionista Funcional e Integrativa – Formada em modulação intestinal e biofísica quântica pela universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região Pantanal (Uniderp). Pós-graduada em nutrição clínica funcional – VP, adequação nutricional e manutenção da homeostase – prevenção e tratamento de doenças. Pós-graduanda em nutrição comportamental, atua na área integrativa com foco em prevenção e tratamentos de patologias, como: Doenças autoimunes; Depressão; Infertilidade e emagrecimento. Site: http://luannacaramalacmunaro.com.br/

SESI lança desafio de combate à covid-19 para alunos de todo o Brasil

Soluções simples, inteligentes e inovadoras para o combate à covid-19 podem estar nas mãos de estudantes das redes pública e privada de ensino. Por isso, Serviço Social da Indústria (SESI) lançou o Desafio SESI de Robótica Covid-19, que vai selecionar projetos em todo Brasil com propostas para a atual situação no planeta. A ideia é descobrir o que os jovens brasileiros podem fazer para ajudar nesse momento de crise.

As inscrições para o Desafio começam na segunda-feira (15) e vão até o dia 30 de junho, no site do torneio. Podem participar alunos brasileiros das redes pública, privada e SESI de qualquer lugar do país, de preferência os que já estejam inseridos em competições de robótica.

“A intenção é superar as adversidades que estamos vivendo nesse contexto de pandemia. Vamos selecionar projetos de prevenção, diagnóstico e combate à covid-19, estimular a cultura de inovação e impulsionar soluções que privilegiem a utilização da robótica para solução de problemas”, detalha a gerente de Educação Tecnológica do Departamento Nacional do SESI, Kátia Marangon.

“A gente sabe do dinamismo dos estudantes de robótica e de como eles conseguem aproximar a teoria da prática, e a prática é justamente essa aplicabilidade, ver como eles podem propor soluções para enfrentar esse momento”, justifica.

Para participar, os jovens devem montar equipes compostas por quatro a dez estudantes, com idades entre nove e 18 anos, além de um técnico, que deve ser maior de idade e ficará responsável pela inscrição da equipe.

Por conta da pandemia, o desafio será totalmente virtual. A divulgação das equipes inscritas será feita no dia 2 de julho e a data limite para entrega do projeto é no fim do mês que vem (primeira fase do torneio). O projeto com a alternativa para frear os avanços da doença deve conter itens como pesquisa com as fontes usadas para embasar o projeto, criatividade e inovação, empreendedorismo e impacto social da medida a ser adotada. O grupo deve enviar também um vídeo de até dois minutos com a defesa da proposta.

“O desafio virtual é para aproveitar também esse momento de isolamento para produzir soluções que contribuam com toda a sociedade”, ressalta Kátia Marangon.

A segunda etapa começa no dia 19 de agosto, após a seleção das melhores iniciativas. Nessa etapa, as equipes deverão detalhar a solução da proposta, com base nos critérios da primeira fase. Aqui, os alunos também deverão mandar um vídeo de até dois minutos defendendo o projeto.

A avaliação das propostas será feita em setembro e a premiação ocorrerá no dia 25 do mesmo mês. Ao todo, serão premiadas sete equipes – além dos três primeiros colocados na classificação geral, o torneio terá premiação exclusiva para as categorias “Melhor Projeto de Pesquisa”, “Melhor Projeto em Criatividade e Inovação”, “Melhor Proposta de Empreendedorismo” e de “Impacto Social”. Cada equipe selecionada só poderá ser premiada em uma categoria.

Todas as equipes vencedoras levarão para casa medalhas individuais por competidor e um troféu por equipe, da respectiva categoria conquistada. Os três primeiros colocados na classificação geral ainda poderão expor seus projetos em um stand exclusivo, durante o próximo Festival SESI de Robótica, previsto para ocorrer em março de 2021.

Fonte: Brasil 61

Congresso Nacional aprova uso obrigatório de máscaras para toda a população

Após a aprovação pelo Congresso Nacional, vai à sanção presidencial o projeto de lei (PL 1.562/2020) que obriga a população a usar máscaras de proteção facial enquanto durar o estado de calamidade pública.

A obrigatoriedade do uso das máscaras para cobrir a boca e o nariz se aplica às ruas, espaços privados de acesso público (como shoppings) e transporte público, por exemplo. O texto também estabelece o uso em serviços de transporte, estabelecimentos comerciais e industriais, templos religiosos, escolas e todos os locais em que haja reunião de pessoas.

De acordo com o texto, pessoas com autismo, deficiência intelectual, sensorial ou quaisquer outras que impeçam o uso do item, estão dispensadas da obrigação, assim como as crianças menores de três anos. O PL prevê multa para quem descumprir a norma. O valor será definido por cada estado e município.

Pessoas que recebem dinheiro de algum programa social estão isentas da multa, bem como a população de rua e outros grupos especificados no projeto. Para essas pessoas, os parlamentares determinaram que o governo distribua máscaras gratuitamente.

Os setores público e privado serão obrigados, também, a disponibilizar álcool em gel nos locais onde houver circulação de pessoas. Todo o valor arrecadado com multas será investido em ações relacionadas aos serviços de saúde.

Fonte: Brasil 61

Nota de pesar

A Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos recebeu com muita tristeza a notícia do falecimento de Dona Etelvina “Celebridade”, nesta sexta-feira feira (12).

Dona Etelvina era muito conhecida por ter 108 anos e sempre participar de festas do município. Ano passado, ela foi homenageada pela SDSDH, no Polo Inclusão na Folia, durante o carnaval.

Candidatos ao Enem poderão votar para escolher a data de realização das provas

Brasília – Acontece no Teatro Ulysses Guimarães, o Aulão Solidário ENEM 2017. organizado pelo colégio Olimpo (Wilson Dias/Agência Brasil)

Os candidatos ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) poderão votar para escolher a data de realização das provas. O Instituto Anísio Texeira Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pelo exame, fez uma enquete com os participantes para que eles possam dar a sua opinião sobe a questão.

O objetivo é dar oportunidade aos interessados de sugerirem o melhor período para a realização das provas e garantir transparência no processo. As votações podem ser feitas entre os dias 20 e 30 de junho.

Os inscritos deverão acessar a Página do Participante – enem.inep.gov.br – com CPF e senha utilizados no cadastro do portal único do governo federal, o gov.br, e escolher um dos períodos sugeridos.

A prorrogação nas datas de realização do Enem deste ano foi determinado pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Inep. O motivo para o adiamento foi o impacto da pandemia do novo coronavírus. O Enem impresso estava previsto para os dias 1º e 8 de novembro, e o digital, para 22 e 29 do mesmo mês.

Fonte: Brasil 61

Violência e o idoso: Dia Mundial de Conscientização

Há projeções que no ano de 2025 o Brasil será o sexto país do planeta com o maior número de idosos, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Esses dados só reforçam a necessidade de darmos atenção especial cada vez maior a essa faixa etária. E um dos graves problemas que os idosos enfrentam são a violência e suas diversas faces.

A enfermeira e docente do curso de Enfermagem da Faculdade UNINASSAU Caruaru, Laryssa Grazielle, destaca que existem formas para a população tentar combater essa violência: “Temos o Disque 100, por exemplo, que deve ser repassado como meio importante de não perpetuar esse problema de saúde pública”.

E a enfermagem também atua diretamente nesse combate. “Desde a atenção primária de saúde até a alta complexidade. “Dispõe-se de um instrumento denominado “Ficha de Notificação Individual”. É notificação compulsória, que é registrada no sistema VIVA-SINAN do Ministério da Saúde”, explica.

E no próximo dia 15 de junho, é vivenciado em todo o mundo o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, instituída em 2006, pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa (INPES).
“O objetivo é sensibilizar a sociedade para o combate das diversas formas de violência cometidas contra a pessoa com idade igual ou superior a 60 anos. Todos podem fazer nossa parte!”, conclui Laryssa.

Bolsonaro:’Escolhi Faria pela vida que ele tem junto a Silvio Santos’

Na quinta-feira (11), após recriar o Ministério das Comunicações, o presidente Jair Bolsonaro declarou, no Palácio da Alvorada, que entregou a pasta ao deputado federal Fábio Faria (PSD-RN) devido à relação de Faria com Silvio Santos, dono do SBT. O novo ministro é casado com a filha do empresário, a apresentadora Patrícia Abravanel.

“Vamos ter alguém que, ele não é profissional do setor, mas tem conhecimento até pela vida que ele tem junto à família do Silvio Santos. A intenção é essa, é utilizar e botar o ministério pra funcionar nessa área que estamos devendo há muito tempo uma melhor informação”, disse o presidente.

Foi publicada na quarta-feira (10), a medida provisória que dividiu o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, administrada pelo ministro-astronauta Marcos Pontes.

O Ministério será comandado por Faria e terá a distribuição de controle a verba de propaganda do governo. Fábio também irá assumir a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), estatal que reúne emissoras de televisão, rádios e agência de notícias. O objetivo é privatizar a empresa.

“Ele (Fábio Faria) entra a todo vapor na segunda-feira (15), trabalhando já com a equipe própria. Vai aproveitar a maioria do pessoal comissionado que estava ali nesses outros órgãos. E o objetivo é, logicamente, colocar a EBC, que nós temos, pra funcionar. Também devemos privatizar a EBC num primeiro momento, assim que for possível também”, disse Bolsonaro.

As informações são da Agência Estado.

Ciro Gomes comenta o atual cenário político no país em entrevista

Principal nome do PDT, o ex-ministro Ciro Gomes, 62, diz que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prepara uma milícia armada para se manter no poder e que o ex-presidente Lula (PT) só se movimenta se ele próprio for a estrela central.

Em entrevista à reportagem, o ex-presidenciável defende o impeachment de Bolsonaro e afirma que “a parte jurídica está dada, mas a política ainda não”. Ele faz coro com seu partido ao desestimular protestos de rua agora, durante a pandemia. “Mas a hora chegará.”

Ciro está lançando o livro “Projeto Nacional: O Dever da Esperança” (ed. LeYa Brasil, 274 págs., R$ 49,90), no qual expõe e analisa algumas das propostas que levou ao eleitorado em 2018. Ele ficou em terceiro lugar, com 12,4% dos votos válidos.

De casa, em Fortaleza (CE), ele tem feito lives (transmissões ao vivo na internet), dado entrevistas a jornalistas e influenciadores digitais e postado em redes sociais durante a quarentena. Falou com a reportagem por telefone, na quarta-feira (10).

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Pergunta – O PDT, seu partido, não apoia os protestos de rua contra Bolsonaro, por causa da pandemia. O sr. concorda?

Ciro Gomes – Tenho respeito e gratidão por aqueles que se propõem a correr o risco de se contaminar e de ser ferido por uma parte da polícia arbitrária que está a serviço do bolsonarismo. Mas, como homem público, tenho responsabilidade. Não está na hora de ir para a rua, mas a hora chegará.

Tudo o que o Bolsonaro quer é distrair a opinião pública da pandemia e do desastre econômico sem precedentes. Ele pretende criar um campo de batalha, para coesionar a turma radical que o segue. Criar um caos para que amanhã a classe média, que hoje é crítica a ele, comece a se assustar e peça ordem.

P – Qual será, a seu ver, a hora de ir às ruas?

CG – Ali por agosto ou setembro, vamos precisar todo mundo ir para a rua. Agora, o povo, desorientado por esse debate absolutamente irresponsável feito pelo Bolsonaro, precisa fazer isolamento social. As fotografias do contágio são assustadoras. Estou apavorado.

P – Cidades e estados estão reabrindo comércio, retomando atividades.

CG – É uma irresponsabilidade genocida, do senhor [João] Doria, do senhor [Wilson] Witzel. Fizeram inclusive a retórica do isolamento social, politizando também o debate com Bolsonaro, e se equalizaram com ele.

P – O sr. defende ir para as ruas em nome de quê? Impeachment?

CG – Na minha opinião, essa é a saída que a democracia brasileira infelizmente terá que tentar mais uma vez. Impeachment não é remédio para governo ruim, é punição para presidente criminoso. As condições jurídicas estão evidenciadas nas representações do PDT e de outros partidos. Há crime de responsabilidade quando ele atenta contra o regular funcionamento das instituições, confronta a autonomia da federação, aparelha órgãos públicos.

P – Seria possível avançar sem pressão das ruas?

CG – A parte jurídica está dada, mas a política ainda não. Bolsonaro ainda conta com apoio de parte da população, o que não nos permite ter ilusão de que o Congresso dará os votos. Por isso, ir para a rua será fundamental. Por enquanto, temos que fazer militância virtual.

P – O sr. não assinou os recém-criados manifestos em defesa da democracia, como o Estamos Juntos e o Basta!. Por quê?

CG – É fundamental que a sociedade civil brasileira se liberte, faça esse exercício sem estar sendo cobrada de estar alinhada a este ou àquele grupo. No período recente em que a esquerda esteve no poder, tudo o que era expressão organizada da sociedade foi cooptado. Mas eu elogiei e estimulei [os manifestos], a campanha Somos 70%.

P – Na sua visão, políticos que assinaram os documentos, como Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Fernando Haddad (PT), se apropriam de uma pauta que deveria ser da sociedade?

CG – O Fernando Henrique, não. Ele é um ex-presidente da República que empresta peso e prestígio.

Já o Haddad está numa situação delicada, porque assinou e no dia seguinte o Lula disse que não será “maria vai com as outras”. O Lula cuida de destruir qualquer possibilidade de o Haddad adquirir uma personalidade política necessária para liderar uma nação. É um desastre.

P – Lula disse que os manifestos exprimem uma visão da elite e desconsideram o trabalhador.

CG – Isso é uma bobagem. O que explica o Lula é que, se ele não for a estrela central, nada presta. Nós já perdoamos essas baboseiras do Lula a vida inteira. Isso encheu. Nunca mais.

Ele falou também que não vai assinar um papel já assinado por gente que pecou pelo golpe [impeachment de Dilma Rousseff]. Ora, o Lula se esqueceu que naquela caravana ele estava com [os senadores] Renan Calheiros e Eunício Oliveira? Não foi o Senado que fez o impeachment?

P – O sr. afirmou na GloboNews que é preciso “defender a democracia, e quem não vier é traidor”. Referia-se a Lula?

CG – Na construção da democracia brasileira, pessoas com diferenças políticas irreconciliáveis foram capazes de deixar as discordâncias para a hora própria e construir consenso, o que fez a roda da história andar. O que o Lula está fazendo agora é atrapalhar a roda da história.

Para o lulopetismo, é preciso que o Brasil sangre e pague o preço de não ter descido em Curitiba, destruído a Polícia Federal e tirado o Lula de lá e levado ele incensado para o poder. O Lula se corrompeu e está destruindo o PT.

P – Os manifestos terão efeito prático para o impeachment, que é a sua bandeira?

CG – Produzirão um efeito prático, mas não são uma bala de prata. A política é sofisticada. O que vai acontecer é um processo muito lento de desconstrução da base social de Bolsonaro.

P – O sr. tem falado sobre a politização dos quartéis, com agentes de segurança nos estados alinhados a Bolsonaro. O motim no Ceará, em fevereiro, foi um prenúncio?

CG – Enfrentamos no Ceará o passo seguinte do que vai acontecer no Brasil, que é a milícia armada. Jovens violentos, mascarados, armados, botaram os seus comandos para correr de dentro dos quartéis. Saíram nas viaturas atirando para cima, mandando fechar comércio e escola. E deram dois tiros no peito de um senador da República [Cid Gomes, irmão de Ciro, que avançou com uma retroescavadeira contra o portão de um quartel].

P – Há risco de instrumentalização dessas forças por Bolsonaro?

CG – O risco é real e iminente. Estou vendo um cenário de distopia ali por setembro, com uma mistura do saldo de cadáveres e da implosão da economia. Nós estaremos ocupando as ruas pelo impeachment. E o Bolsonaro está preparando essa milícia.

Ele revogou as portarias de rastreamento de armas e munições pelo Exército. O filho dele está fazendo lobby desgovernado para atrair uma fábrica de armas [parceria com uma marca americana].
Bolsonaro confessou que tem um serviço de informações particular. Ele está facilitando a importação, sem tributos, de fuzil. Isso não é para armar o povo, é para armar a milícia dele. Isso está sendo sistematizado.

P – E como combater?
CG – Quando eles deflagraram aquilo no Ceará, havia 12 estados engatilhados para fazer o mesmo. Nós sabíamos que nossa tarefa era por nós e pelo Brasil. Unimos todos os poderes e tomamos uma série de providências. O combate tem que ser federal. Precisamos transformar, na Constituição, o crime de motim em crime federal e estabelecer os procedimentos de investigação e julgamento.

P – Nesse cenário distópico, como as Forças Armadas ficariam?

CG – Divididas. Acho que a estrutura de comando está vendo essa aberração.

P – Como o sr. vê a narrativa de que a desunião da esquerda facilitará a reeleição de Bolsonaro?

CG – Isso é um mecanismo que o PT utilizou ao longo dos últimos 30 anos para matar o trabalhismo do Brizola, abafar o socialismo do Arraes, destruir o PC do B e, agora, atingir o PSOL.

Eles não tiram nenhuma lição do fato de que uma população que votou em massa no PT nos últimos anos tenha eleito Bolsonaro, um picareta, politiqueiro, ligado à milícia, que nunca produziu nada de útil?

Virou todo mundo fascista, manipulado, gado, como eles chamam? O PT sustenta essa narrativa que não guarda conexão com a vida real. O Brasil viu a crise econômica da Dilma, mas o PT não faz a autocrítica por nada. Então vai ter que ouvir a crítica. Se quiser ouvir respeitosamente, vai ouvir. Se não quiser, vai na canela.

P – Se não é pela unidade da esquerda, a superação do bolsonarismo passaria por qual arranjo?

CG – Passa pela percepção das urgências. E hoje há três urgências, no psicológico popular, que pedem unidade máxima: a de enfrentar o genocídio, a de proteger empregos que estão sendo destruídos aos milhões e a de assegurar as liberdades da democracia.

P – Alguns setores defendem que a polarização entre Bolsonaro e Lula depende de um nome de centro para ser rompida. O sr. se coloca nesse lugar?

CG – Tenho uma formação de esquerda moderada, esquerda democrática. O projeto que eu advogo reúne o centro político com a esquerda democrática.

P – Sergio Moro é apontado como uma opção eleitoral de centro, por se contrapor ao petismo e agora ao bolsonarismo. O sr. se vê disputando a eleição com ele?

CG – Esse é um dos cenários. Agora, eu acho que até lá o Sergio Moro estará carbonizado. A centralidade da ‘monoagenda’ do Moro está sumindo.

A corrupção não terá mais centralidade na vida do povo. Será emprego, educação, saúde pública. Moro está sendo testado por todo o mainstream brasileiro, assim como o Doria e o [Luciano] Huck. Vamos ver qual deles vai dar no couro. Mas eles não rivalizam conosco. Rivalizam entre si.

P – O sr. até hoje é cobrado por ter se ausentado do segundo turno de 2018. Uma das críticas é que isso abriu caminho para Bolsonaro vencer. Faz alguma autocrítica?

CG – Quem fala isso é o lulopetismo bandido. No primeiro turno, todas as pesquisas já indicavam que a força dominante no país era o antipetismo. Aí vai o Lula e mente dizendo que é candidato, quando o que se tinha que fazer era produzir uma alternativa.

Números não mentem jamais. Se todos os meus votos fossem para o Haddad, ainda assim seriam insuficientes para ele vencer. Eles [petistas] queriam que eu fizesse campanha para afundar junto com eles. O que eu fiz, com o meu partido, foi declarar apoio crítico e não participar da campanha.

P – O sr. escreve no livro, referindo-se ao Brasil, que “o país que mais cresceu entre 1930 e 1980 ignorou a ignorância”. Que paralelo faz com o país de hoje?

CG – O que vivemos hoje é o fundo do poço. O Bolsonaro é a última consequência do esgarçamento estratégico da nação, com a explosão de miséria, de desigualdade, de informalidade inédita e de absoluta falta de perspectiva para todos, especialmente para os jovens.

P – O sr. também fala na obra sobre a necessidade de um projeto nacional de desenvolvimento. Existe algum hoje?

CG – Não, nada. Qual é o projeto de educação? De defesa? De infraestrutura? De distribuição de renda?

RAIO-X
Ciro Ferreira Gomes, 62
Formado em direito pela Universidade Federal do Ceará
Foi prefeito de Fortaleza, governador do Ceará e ministro dos governos Itamar Franco e Lula
Já foi filiado ao MDB, PSDB, PPS, PSB e PROS. Atualmente está no PDT
Candidatou-se à Presidência em 1998, 2002 e 2018. Na última eleição, ficou em terceiro lugar, com 12,4% dos votos válidos

Diario de Pernambuco